Supremo aceita denúncia, e deputado baiano João Bacelar vira réu por peculato

Primeira Turma do STF vai julgar pagamento de doméstica com dinheiro da Câmara

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  • Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 16:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, nesta terça-feira (11), uma denúncia contra o deputado federal João Bacelar (PL-BA) por peculato – desvio de dinheiro praticado por servidor público. Com isso, o parlamentar baiano se tornou réu no processo. As informações são do portal G1.

A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), comandada pelo também baiano Augusto Aras, aponta que o deputado pagava sua empregada doméstica e uma funcionária de sua construtora com recursos públicos da Câmara dos Deputados. Elas foram contratadas como secretárias parlamentares, mas nunca exerceram a função.

O recebimento da denúncia abre a ação penal, na qual os réus terão espaço para se defender e serão coletadas provas e ouvidas testemunhas. Somente após essa fase, o caso é julgado e o réu é condenado ou absolvido.

A defesa de Bacelar pediu a rejeição da denúncia no plenário afirmando que os depoimentos são “imprestáveis”.

O relator da denúncia no STF, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que entende “presentes a justa causa para a ação penal” e “todos os elementos para o recebimento da denúncia”.

A PGR pede a condenação do deputado à perda da função pública e reparação do dano. Além disso, que ele e a funcionária da construtora, contra a qual também foi recebida a denúncia, devolvam à Câmara Federal o valor do peculato, com correção e juros.

A empregada deixou de ser denunciada por se tratar de pessoa simples, que não demonstrou ter conhecimento dos fatos.

Desde 2007 Para Moraes, a denúncia mostra que ”os fatos delituosos tiveram curso desde o ano de 2007, ao início do primeiro mandato”. Em seguida, os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello acompanharam o voto do relator, afirmando haver justa causa para o recebimento da denúncia. 

Última a votar, a ministra Rosa Weber também seguiu o relator, afirmando que nessa fase a plausibilidade da denúncia embasa o recebimento da denúncia.