Suspeito de matar três pessoas da mesma família em briga de trânsito é preso

Crime foi em Porto Alegre; preso alega que agiu para se defender

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  • Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 22:49

- Atualizado há um ano

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(Foto: Reprodução) O suspeito de matar três pessoas da mesma família por conta de uma briga de trânsito no domingo em Porto Alegre (RS) confessou o crime e disse em depoimento que agiu em legítima defesa. Segundo a Zero Hora, Dionatha Bitencourt Vidaletti, 24 anos, se apresentou na delegacia acompanhado de um advogado.

O crime aconteceu depois que um Aircross bateu em uma Ecosport que estava estacionada, mas não parou porque, segundo sobreviventes, o local era ermo. Foram mortos Rafael Zanetti Silva, 45 anos, atingido por tiros na boca e cabeça; a esposa dele, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44, baleada na cabeça; e o filho deles, Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20, atingido no pescoço e na cabeça.

Vidaletti seguiu o Aircorss pela Estrada do Varejão, no bairro do Lami. Ele diz que ao alcançar o carro, foram as vítimas que saíram do veículo e passaram a agredí-lo inclusive com coronhadas. Ele contou que conseguiu desarmar o trio e jogou a pistola para longe - foi quando sua mãe pegou a arma e atirou para o chão, fazendo com que as agressões parassem.

Mas não demorou para o ataque recomeçar. Foi quando se aproximou da mãe, pegou a arma e mandou que ela entrasse no carro para sairem dali. Quando já estavam no carro, o casal teria aberto a porta para agredir sua mãe. Foi quando, diz, desceu, contornou o veículo e atirou. O filho do casal teria se aproximado e também foi baleado.

Vidaletti contou que se desfez da arma e foi embora - a pistola 9 milímetros usada no crime ainda não foi achada pela polícia.

Ele voltou para casa, escondeu o carro no galpão e se escondeu em um matagal, segundo sua versão. A mãe dele é considerada testemunha e deve ser ouvida - ela não é investigada no momento. 

"É o depoimento de alguém que está transtornado com o que fez. Disse que queria proteger a mãe. Sempre que tocava no nome dela, chorava. Dizia que queria retirar a mãe daquele ambiente. Demonstra que se arrepende, que poderia ser resolvido de outra forma", diz o delegado Rodrigo Pohlmann.

A polícia vai investigar a versão de Vidaletti, inclusive a de que não seria dono da arma. Em revista na casa dele, os policiais acharam uma pistola, um revólver, carregadores e munição. Ele não possui porte de armas.

Vidaletti deve ser indiciado por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa das vítimas.

Crime Rafael Zanetti saía com a família de uma festa de aniversário em um sítio. Ele estava com a mulher, os dois filhos e a namorada do filho mais velho no carro. Depois de serem baleados, Rafael e Fabiana morreram no local. Gabriel chegou a ser socorrido para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), em estado grave, mas não resistiu. Os três foram velados e sepultados nesta terça (28).

A versão do suspeito é contraditória à da namorada de Gabriel. Ela, que prefere não se identificar, diz que foi ele quem partiu para cima da família. "A gente tava saindo de um aniversário e o Rafael deu uma encostada no carro, ele se perdeu, era uma estrada de chão", disse ao G1 RS.

Ela diz que o suspeito usou o carro para interceptar o veículo dirigido por Rafael. Durante a briga que se seguiu, sacou a arma. Ela contou que a mãe do suspeito tentou acalmá-lo, mas ele a empurrou e atirou contra Rafael, a esposa e o filho. Depois, fugiu com a mãe.

"A Fabiana tentou ligar pro 190 e começou a gritar que tava ligando, que tinha uma criança no carro. Acho que isso deixou ele com mais raiva", relembra a jovem. "Eles estavam todos juntos, foram vários tiros. Foi tudo junto. O Rafael foi o o primeiro que vi cair, o último foi o Gabriel".

Ela disse ainda que Rafael teria se oferecido para consertar o carro do suspeito - ele tem uma oficina.