Suspeitos de matar PM no Shopping da Gente morrem em troca de tiros

Policiais militares localizaram os acusados, que resistiram à prisão

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  • Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 11:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/SSP

Dois homens suspeitos de matar o policial militar Tiago Ribeiro Simões durante tentativa de assalto a uma joalheria no Shopping da Gente, em 29 de outubro, foram mortos na manhã desta quinta-feira (19), em uma casa no bairro de Tancredo Neves, em Salvador. A dupla foi localizada por equipes da PM que iriam cumprir o mandado de prisão.

Segundo a Polícia Militar, os acusados resistiram, houve troca de tiros, que terminou na morte dos suspeitos. Ainda de acordo com a PM, Paulo Muniz da Silva e David Lucas Santos Galvão foram socorridos para o Hospital Geral Roberto Santos, onde foram constatadas as mortes dos suspeitos. As idades não foram informadas.

No local onde a dupla estava escondida foram apreendidos uma pistola calibre ponto 45 LLAM, uma pistola Berça calibre ponto 9mm, duas granadas, além de uma quantidade de droga que ainda será contabilizada pela PM 

Leia também: Imagens fortes: vídeo mostra tiroteio e morte de PM no Shopping da Gente No local, armas drogas e outros objetos foram apreendidos (Foto: Divulgação/SSP) “Ao chegar no local as guarnições foram vistas pelos resistentes os quais passaram a efetuar disparos contra os policiais, momento em que reagiram a injusta agressão. Após a refrega foi feita a varredura no perímetro sendo localizado dois indivíduos ao solo, ambos portando pistolas de calibre restrito e duas granadas”, diz a nota da PM. 

"Ele (Tiago) foi acionado por lojistas porque pessoas suspeitas estavam no local e quando ele foi abordar, ele foi pego de surpresa por dois bandidos que estavam na loja. Ele estava de folga e os familiares dele têm loja aqui no shopping. Ele foi acionado por ser policial e o ponto de apoio é sempre policial, independente de ele estar de folga ou não", continuou Xavier Filho.Ele destacou que as imagens das câmeras de segurança do local registraram o crime. "Eles vão pagar por isso, não vão ficar impunes. Não chegaram a assaltar a joalheria. Na hora que o policial foi fazer a abordagem, eles atiraram, mataram o policial e saíram correndo. O crime foi com as armas dos bandidos e os criminosos levaram a arma da vítima”, concluiu. Segundo ele, Tiago estava na Corporação havia quatro anos.  Carro da polícia técnica chega ao local do crime para realizar perícia (Foto: Marina Hortélio/CORREIO) Além das lojas dos parentes, o policial também trabalhava no shopping. Segundo um colega do Grupo Motor Home, Tiago consumava vir ao escritório da empresa de proteção veicular nos dias de folga. Na empresa, ele fazia contratos e entrava em contato com os clientes. A filial da empresa em Salvador tinha cerca de quatro meses de funcionamento. 

O crime Quatro homens participaram da tentativa de assalto à joalheria, que terminou com a morte do PM. “Pelas imagens, observamos que são quatro bandidos que saíram num Chevrolet Cruze Branco, placa 7010. Não sabemos se é clonado ou não", afirmou, à época, o coronel PM Xavier Filho, comandante de Policiamento Regional da Capital-Atlântico.

Ainda segundo o colega do militar, Tiago deixa uma filha pequena. “Tiago era um cara bem sossegado, bem tranquilo, ele era cristão. O cara era joia. Ele trabalhava para o regional do Grupo Motor Home. Tiago auxiliava o chefe da empresa”, disse Lúcio Santana, amigo e colega na empresa.

No momento dos tiros, os funcionários do Shopping da Gente correram para se esconder dentro das lojas, contou uma lojista, que não quis se identificar. Por conta do crime, o centro de compras, que fica bem em frente à estação de metrô do Detran, foi fechado e reabriu no dia seguinte.

Enterro O corpo do soldado Tiago foi enterrado no dia 30 de outubro no Cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto. Por volta das 11h, a capela destinada ao velório já estava cheia com parentes, amigos e outros policiais militares. Ninguém quis falar sobre o assunto.  Capela onde ocorreu velório do PM no Cemitério Bosque da Paz (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Tiago Ribeiro Simões entrou na polícia há quatro anos. Soldado, trabalhava na 58ª Companhia Independente da PM (CIPM/Cosme de Faria) e deixa uma filha de 6 anos.