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Eduardo Athayde
Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 20:00
- Atualizado há um ano
No início deste ano o mundo foi surpreendido com a carta do Laurence Fink, presidente da Black Rock, a maior empresa multinacional de gerenciamento de investimentos do planeta, com ativos de US$ 6,96 trilhões (Pib do Brasil - US$2 trilhões), enviada aos CEOs das suas empresas investidas, determinando que a sustentabilidade esteja no foco das suas decisões. “Estamos à beira de uma mudança estrutural nas finanças”, disse Fink.
Sozinho, o Black Rock é a terceira maior economia entre as 10 maiores do globo, atrás apenas dos EUA (US 21.5 tri) - que estão à frente desde 1871 - e China (US 14.2 tri). Matem-se à frente do Japão (US 5.2), Alemanha (US 4.2), Reino Unido (US 2.98 tri), Índia (US 2.935 tri), França (US 2.934), Itália (US 2.1 tri), Brasil (US 2.0 tri) e Canadá (US 1.8 tri). “Quem pode manda, quem tem juízo obedece”, ensina o ditado popular.
Juntando os legos da “eco-nomia” que floresce disruptivamente no mundo, o Forum Econômico Mundial (WEF), realizado entre 21 e 24 de janeiro de 2020, em Davos, na Suíça, reúne líderes globais para analisar, debater e mostrar o que está sendo feito no planeta, elegendo, este ano, sete principais temas: Futuros Saudáveis, Melhores Negócios, Além da Geopolítica, Economias mais Justas, Sociedade e Futuro do Trabalho, Como Salvar o Planeta, Tecnologias para o Bem.
A 15ª edição do Relatório Global de Riscos do Fórum Econômico Mundial mostra que os efeitos e as mudanças climáticas são mais fortes e rápidos do que o esperado. “Os desafios diante de nós exigem ação coletiva imediata, mas as fraturas na comunidade global parecem estar aumentando. As partes interessadas precisam agir com rapidez e propósito dentro de um cenário global instável”, afirma o relatório.
Laurence Fink é presidente da Black Rock, maior empresa de gerenciamento de investimentos do mundo (divulgação)
Nesta mesma linha, o comitê executivo da Black Rock afirma na carta aos clientes: “Acreditamos que a sustentabilidade deve ser o nosso novo padrão de investimento”, enfatizando que as empresas onde investem devem considerar as dimensões ambientais, sociais e de governança (ESG em inglês), como padrão em seus modelos de negócios.
“As evidências sobre o risco climático estão forçando os investidores a reavaliar os pressupostos básicos sobre as finanças modernas. Até o final de 2020, todos os portfólios ativos e estratégias estarão totalmente integradas a critérios ESG”, orienta Fink, com a responsabilidade de dar cada vez maior rentabilidade aos US$ 6.96 trilhões de dólares dos seus exigentes clientes que apostam na sua gestão.
Indo além da busca pelo lucro, Fink afirma: “Uma empresa farmacêutica que aumenta impiedosamente os preços, uma empresa de mineração que reduz a segurança, um banco que não respeita seus clientes - essas empresas podem maximizar os retornos a curto prazo. Mas, como temos visto repetidas vezes, essas ações que prejudicam a sociedade irão prejudicar a empresa e destruir o valor para os acionistas.”
A geoeconomia do trabalho está mudando. Hoje, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, com um smartphone, pode participar do WEF ao vivo, fazer um curso em Harvard, comprar passagens aéreas e ingressos ou encontrar financiamento para seu novo empreendimento.
Em Salvador, Capital da Amazônia Azul, o acarajé quentinho chegou e contagiou executivos da Black Rock através do internacional Uber Eats. Essas mudanças profundas são muito recentes. As tecnologias e a gestão das empresas inovadoras, que estão modificando nossas vidas econômicas e sociais, querem garantir a preservação ambiental.
O Brasil, que sempre esteve no radar do Fórum Econômico Mundial, reorganiza sua economia. Voltando a crescer de forma sustentável, dentro dessa visão, gera gravidade e atrai empresários e investidores.
Como será que estaremos em 2030?
Eduardo Athayde é diretor do WWI Brasil. [email protected]