Tabata Amaral pagou R$ 23 mil ao namorado por 50 dias de trabalho

Daniel Martínez recebeu por trabalho durante a campanha em 2018; prática não é ilegal

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2019 às 21:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Câmara

Em sua campanha à Camara dos Deputados em 2018, a agora deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) empregou o colombiano Daniel Alejandro Martínez, seu namorado desde 2016, por 50 dias e pagou R$ 23.050 pela prestação de serviços de análise estratégica.

As informações do pagamento estão na prestação de contas da deputada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram publicadas pela revista Exame.

Questionada pela publicação sobre quais serviços foram prestados por Martínez, a deputada não quis conceder entrevista. A resposta de sua assessoria de imprensa, via e-mail, foi a seguinte: “A campanha de Tabata Amaral cumpriu as leis eleitorais na contratação de seus serviços e pessoas. Todas as informações são públicas e estão no portal do TSE. A deputada não vai comentar o assunto”. A revista procurou Martínez pelas redes sociais, mas não obteve retorno.

Empregar o namorado durante a campanha não pode ser considerado ilegal, uma vez que, à época, a hoje parlamentar não havia assumido o cargo público. “Não existe, na teoria, impedimento. Mas como o financiamento é público, com parte do financiamento de campanha vindo de fundo partidário, ela estaria empregando o namorado com dinheiro público”, afirma Bruno Perman, advogado especializado em direito eleitoral da Perman Advogados, ao repórter André Jankavski, da Exame.

Durante a eleição, Tabata recebeu cerca de 1,3 milhão de reais. O maior doador foi a direção nacional do PDT, que repassou 100 mil reais para a agora deputada. E, segundo a prestação de contas da campanha ao TSE, Martínez recebeu o quarto maior pagamento da campanha dado a pessoas físicas.

Formado em ciências e filosofia com bolsa integral pela Universidade Harvard, Martínez conquistou diversos prêmios durante a sua graduação. É bolsista do programa “Michael C. Rockefeller Fellowship”, um dos mais disputados da universidade americana e, atualmente, está estudando questões ecológicas e econômicas da Amazônia.