Tablet 'salvou' jogador de pedrada no ataque a ônibus do Grêmio

Aparelho amorteceu pancada que atingiu Villasanti; meia sofreu traumatismo craniano e concussão cerebral

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  • Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2022 às 17:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

O ataque ao ônibus do Grêmio, no sábado (26), em Porto Alegre, poderia ter sido ainda pior para o meia Villasanti. O jogador foi a principal vítima do terrível episódio, e sofreu traumatismo craniano e concussão cerebral. Mas, por pouco, as sequelas não foram mais graves.

O paraguaio carregava um tablet nas mãos no ônibus e, segundo o site ge, o aparelho amorteceu a pancada da pedra que atravessou uma das janelas. Também evitou mais danos a Villasanti, que também teve escoriações no rosto e trauma no quadril.

O caso, similar ao que houve com a delegação do Bahia, aconteceu na tarde de sábado (26), horas antes do clássico contra o Internacional, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho. Segundo a Brigada Militar, torcedores do Colorado que estavam escondidos atacaram o ônibus com pedras, mesmo com a escolta policial.

Logo após o episódio, Villasanti tentou se levantar e parecia bem. Mas, em seguida, sentiu-se mal por conta da pancada na cabeça e voltou a cair no seu assento, "mole". Médico do clube, Márcio Dornelles realizou atendimento ainda dentro do ônibus. Depois, o paraguaio foi encaminhado de ambulância ao hospital. Outros jogadores também tiveram ferimentos mais leves, como Campaz e Thiago Santos.

Na manhã deste domingo (27), o Grêmio divulgou que Villasanti recebeu alta do hospital Moinhos de Vento. Segundo o clube, o atleta foi encaminhado para casa e está bem, mas será monitorado e receberá acompanhamento do departamento médico nas próximas 24 horas. 

A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul informou ainda no sábado (26) que dois suspeitos estavam detidos. Mas, neste domingo (27), eles foram soltos "por insuficiência de provas", como informou a Polícia Civil. 

Segundo o coordenador das Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento de Porto Alegre, Rodrigo Reis, não há evidência que os aponte como autores do fato, após a análise de imagens de câmeras de vigilância e celulares. Os dois suspeitos não são sócios do Inter e não têm ligação com torcidas organizadas. 

Após o ataque, o Grêmio se recusou a entrar em campo, e o Inter concordou com a não realização do clássico. Assim, a partida foi adiada pela Federação Gaúcha de Futebol, mas ainda não há uma nova data marcada.

Mais violência O episódio com o Grêmio não foi o único ato de violência no futebol no sábado (26). Em Curitiba, torcedores do Paraná Clube invadiram o gramado da Vila Capanema para agredir os jogadores do time. O caso aconteceu no jogo contra o União-PR, pelo Campeonato Paranaense, que terminou com rebaixamento do Tricolor para a segunda divisão do estadual.

A confusão aconteceu aos 40 minutos do segundo tempo, quando o Paraná já perdia por 3x1. Torcedores entraram em campo para agredir os jogadores, e alguns chegaram a revidar com socos, tentando se defender. Mas a invasão aumentou e objetos como paus e pedras foram arremessados ao campo. 

Os atletas correram para os vestiários, com medo. Bombas foram estouradas em campo, e a polícia chegou a atirar balas de borracha contra o torcedores. O jogo foi interrompido, e os jogadores não retornaram.

A Polícia Militar então chamou a Federação Paranaense de Futebol (FPF) e informou que não tinha como garantir segurança para que o duelo fosse reiniciado. Com isso, a FPF chamou os capitães dos dois times, comunicou a situação, e a partida foi encerrada.

Em nota nas redes sociais, a Federação Paranaense de Futebol escreveu que a invasão "rapidamente foi contida pela Polícia Militar e demais profissionais que trabalhavam no jogo". 

A FPF também destacou que "repudia qualquer atitude que coloque em risco os atletas, arbitragem, torcedores, profissionais em geral e principalmente, a família paranaense que prestigia o nosso futebol".