Tanque onde jovens que adoeceram em Paripe tomaram banho é isolado

Duas pessoas morreram e outras nove estão com sintomas parecidos

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 4 de março de 2020 às 19:29

- Atualizado há um ano

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O tanque onde dois jovens que morreram em Paripe teriam tomado banho foi isolado e tamponado. O acesso foi sinalizado com placas que indicam que a água está imprópria para consumo. Além das dua mortes, outras 9 pessoas apresentaram sintomas como febre, dor pelo corpo, enjoo e dor de cabeça - quatro destes são na localidade de Muribeca.

Segundo Lourenço Ricardo, coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental de Salvador, órgão responsável pelo isolamento, a ação tem como objetivo evitar novos casos. “A sinalização para impedir o consumo foi feita como prevenção, já que existe um possível ponto de contágio naquela casa. Mas não encontramos qualquer foco de mosquitos por lá, até porque o Centro de Controle de Zoonoses esteve lá fazendo todo trabalho necessário”, disse. 

Além do isolamento da área, outras medidas serão tomadas. A Secretária Municipal de Saúde (SMS) fará uma análise da água no tanque, para avaliar se foi realmente o material que causou os sintomas nas pessoas afetadas.

De acordo com a pasta, “na análise preliminar foi constatada a ausência de cloro e presença de ecoli, um tipo de bactéria. Por isso, para prevenir futuras complicações, foi colocado o aviso”.

A secretaria salientou ainda que “a situação se restringe ao tanque da residência, e não à localidade, nem à rede distribuidora de água. As análises mais aprofundadas sobre a água foram encaminhadas para um laboratório no Pará, que dentro de um mês deve retornar com os resultados”.

O caso Desde que ocorreram as duas mortes em Paripe, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) intensificou as ações de combate ao Aedes aegypti na região do Subúrbio. Estão sendo realizadas visitas casa a casa, drenagem de um córrego com auxílio de técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e o bloqueio vetorial com aplicação de inseticida.

No último sábado (29), a SMS promoveu uma feira de saúde na região de Muribeca, para ofertar consultas e serviços médicos para os moradores.

Uma das hipóteses já descartadas pela pasta é a de que as vítimas fatais da 'doença misteriosa' teriam sido contaminadas após tomar banho em um tanque da região. As próprias famílias também não acreditam que haja relação entre o contato com a água e a morte dos jovens Ícaro da Silva Duque, 19, e Luan Bastos dos Santos, 15, já que o banho teria acontecido um mês antes de aparecerem os sintomas.

“Nós fizemos os testes na água e não foi encontrado qualquer indício de contágio. Um dos jovens também não teve qualquer contato com o tanque e adoeceu”, explicou Cristiane Cardozo, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

* Com orientação da editora Mariana Rios