Tartaruga marinha é resgatada em estado grave após encalhar na praia de Piatã

Moradores da região encontraram o animal por volta das 6h30 da manhã já bastante debilitado

Publicado em 27 de novembro de 2021 às 16:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Leitor CORREIO

Uma tartaruga marinha da espécie “cabeçuda” foi resgatada na praia de Piatã, em Salvador, neste sábado (27), após ficar encalhada. O animal foi encontrado por moradores da região em estágio avançado de debilidade, apresentando  dificuldade de respiração. A tartaruga, que tem 70 centímetros de carapaça e pesa 33,4kg, foi levada para a base da Fundação Projeto Tamar, em Praia do Forte, onde irá passar por tratamento especializado. 

De acordo com Thaís Pires, veterinária do projeto, o animal resgatado é jovem e deve ter chegado à superfície em decorrência da interação com a atividade pesqueira. “A condição dela é grave, mas estamos trabalhando para que ela possa retornar ao mar. A pesca é a principal causa de encalhes e mortes de tartarugas marinhas”. 

São vários os tipos de pesca que interage com as tartarugas marinhas, de acordo com a veterinária. Entre elas A gente tem vários tipos de pesca que interage com as tartarugas Rede de espera, a de arrasto, rede de espera, espinhel, uma arte que usa anzóis. “Não é uma pesca direcionada às tartarugas, mas que, acidentalmente, pode capturá-la”, explica. 

Jucileide Nery, 55 anos, foi uma das primeiras a encontrar o animal, por volta das 6h30 da manhã. Ela é moradora do bairro de Itapuã e diariamente realiza caminhadas na região da orla. Ela conta que, naquela região, tem sido comum o uso de redes por pescadores. Nesta modalidade, a rede é montada e, ao ser puxada, traz consigo diversas espécies de vida marinha. A prática é condenada por especialistas.

“Ela [a tartaruga] estava muito debilitada. Pensamos que estava morta. Um rapaz jogou no mar, mas como estava muito fraca ela voltou com a força das ondas. Liguei para o Tamar. A pessoa orientou manter a tartaruga em um  lugar seco, mas manter molhada. Fizemos um revezamento. Quem chegava para olhar participava do cuidado”, conta Jucileide. 

Segundo Jucileide, somente na última semana, pelo menos outras duas tartarugas foram encontradas mortas no percurso entre as praias de Itapuã e Piatã. 

O acompanhamento feito pela Fundação Projeto Tamar confirmar a ocorrência de 616 encalhes, entre janeiro e novembro deste ano, ao longo dos 241 km de orla monitorada pelo projeto, que vai de Salvador até a divisa com o estado de Sergipe.