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Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2019 às 11:18
- Atualizado há 2 anos
O taxista Washington Luiz Brito Almeida, suspeito de matar o colega de profissão Alexandro Rocha Souza, 40 anos, se apresentou na noite de segunda-feira (26), no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro da Pituba, onde, acompanhado de advogados, confessou o crime. Ele foi ouvido e liberado. O assassinato ocorreu na terça-feira (20), na fila de táxi do Campo Grande, uma das principais praças da capital baiana. >
De acordo com informações da Polícia Civil, Washington disse que atirou alegando legítima defesa, após ser agredido pela vítima e sofrer ameaças. Ele apresentou a arma utilizada no homicídio, já encaminhada à perícia. Alexandro foi atingido por quatro tiros. A família da vítima, durante o sepultamento, afirmou que era Washington quem os ameaçava. >
Ainda segundo a Polícia Civil, a 3ª Delegacia de Homicídios/BTS, que é responsável pelas investigações do caso, já havia coletado depoimentos de testemunhas e familiares da vítima e solicitado à Justiça os mandado de busca e apreensão e de prisão temporária do autor, porém ambos foram negados pelo Plantão Judiciário. >
O DHPP entrou com um novo pedido de prisão, que está sendo apreciado pela Justiça. Por não haver prisão decretada, Washington foi ouvido e liberado. O inquérito será concluído e encaminhado para o Ministério Público.>
Família contesta suspeito A conclusão da investigação da Polícia Civi é acompanhada de perto pela família da vítima, afirma a filha de Alexandro, a enfermeira Bianca Oliveira, 23. Ao CORREIO, a jovem lamentou o fato do autor confesso da morte do pai estar livre."Eu sei que a prisão dele não havia sido indeferida pelo juiz, há uns três dias. Agora resta aguardar a polícia terminar o inquérito para que uma nova prisão seja solicitada e decretada", comentou, ao reiterar a versão de que o pai é quem era ameaçado por Washington.A enfermeira disse que não foi procurada por Washington ou qualquer familiar dele - Bianca afirma sentir medo. "É muito triste saber que esse homem que fez isso com meu pai está solto e pode machucar qualquer outra pessoa, causa tensão", se limitou a dizer.>
A família de Alexandro conta que Washington era o permissionário e alugava o veículo para que a vítima atuasse como taxista auxiliar. Os dois, no entanto, não possuíam mais contrato de trabalho e Alexandro já alugava outro táxi.>
Segundo testemunhas, os dois se encontraram no dia do crime e, após uma discussão, o acusado sacou uma arma e disparou contra a vítima, que não resistiu aos ferimentos. Alexandro atuou como taxista por 20 anos. O corpo dele foi enterrado na quarta-feira passada (21), no Cemitério Campo Santo. Após a cerimônia, taxistas fizeram uma carreata até o prédio do DHPP para pedir justiça.>
No dia do enterro, a família informou que as ameaças começaram a fazer parte da rotina do taxista Alexandro poucos dias antes do seu assassinato e que ele dirigiu o carro do permissionário por três meses. A família negou que a vítima tivesse uma suposta dívida com o autor dos disparos.>
A mãe do taxista, a aposentada Maria Anaíde Rocha, 72, revelou que o filho estava sofrendo frequentes ameaças por telefone. “Estávamos sendo ameaçados por telefone há dias. Ele (suspeito) estava cobrando o valor pelos dias que o carro ficou no pátio apreendido, e que foi culpa dele, não do meu filho. Ele queria que meu menino pagasse por isso e aí fez isso com meu filho. Eu não conhecia esse homem, o vi apenas uma vez só”, desabafou.>