Terreiro Casa Branca realiza 17ª edição da Feira da Saúde

Intolerância religiosa e prevenção ao suicídio foram alguns dos temas debatidos no evento

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  • Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2019 às 15:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Gil Santos/ CORREIO

Um dia depois das celebrações a São Cosme e São Damião, o movimento no terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, mais conhecido como Casa Branca do Engenho Velho, na Avenida Vasco da Gama, ainda continua intenso. Neste sábado (28), a casa realiza a 17ª edição da Feira de Saúde, evento que reúne especialistas, líderes religiosos e autoridades públicas para discutir temas relacionados à saúde corporal e mental.

O local também recebe artesãos, baianas de acarajé e outros profissionais que oferecem serviços e produtos. A ekedi do terreiro, mãe Sinha, contou que a ideia de realizar a feira surgiu de uma mobilização provocada pelo medo de perder o terreno.

“Em 2003, resolvemos fazer alguma coisa para ocupar a praça, porque havia um desejo da exploração imobiliária de tomar esse território. Para reafirmar a nossa identidade e por conta de tanta intolerância, resolvemos fazer alguns eventos na nossa comunidade. Nós somos a religião que mais se preocupa com a saúde, cuidamos do corpo e do espiritual, então resolvemos fazer essa feira e há 17 anos estamos nessa luta”, contou. Mãe Sinha contou que a feira surgiu de uma resistência (Foto: Gil Santos/ CORREIO) A feira sempre acontece no final de setembro durante a semana da Família da Palha, composta pelos orixás ligados à saúde. Este ano, alguns dos temas abordados pelos palestrantes foram saúde mental, respeito e intolerância religiosa, valorização da mulher negra e prevenção ao suicídio. Além disso, houve o lançamento de alguns livros e a distribuição de caruru. Artesãos aproveitaram para comercializar produtos (Foto: Gil Santos/ CORREIO) Para a baiana de acarajé Luciene Xavier, 56 anos, essa foi uma oportunidade de aprimorar os conhecimentos. Ela montou o tabuleiro em frente ao local onde aconteciam as mesas, era um olho no bolinho e outro nas palestras.

“Esse tipo de evento é muito gratificante porque permite que a gente aprenda mais sobre saúde, além de incentivar as vendas. Essa é a quinta edição em que participo”, contou. Luciene participa pela 5ª edição seguida da feira (Foto: Gil Santos/ CORREIO) Padres católicos, pastores de igrejas evangélicas e líderes de outros terreiros de candomblé também participaram da feira. Além dos quitutes das baianas, brinquedos, roupas e acessórios também foram comercializados pelos artesãos. A última atração do evento está prevista para às 17h30.