Testemunhas dizem que briga em Ondina começou por ciúmes de ex-namorada

Jovens prestaram depoimentos à polícia nesta quinta-feira (04)

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 4 de julho de 2019 às 18:48

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. Crédito: Foto: Gabriel Amorim/CORREIO

Testemunhas prestaram depoimento nesta quinta (Foto: Gabriel Amorim/CORREIO) Cinco testemunhas da briga que resultou no espancamento do estudante de direito Cayan Lima Silva Santana, 19 anos, foram ouvidas na tarde desta quinta-feira (4). Todos se apresentaram na 7ª Delegacia (Rio Vermelho) para prestar esclarecimentos à delegada Maria Lúcia Jansen, responsável pela investigação do caso. No local, eles contaram que tudo começou porque um amigo de Cayan se envolveu com a ex-namorada de um dos agressores.

Cayan foi agredido na madrugada de quarta (3), logo após deixar a festa de música eletrônica Hype, realizada na Área Verde do Othon, em Ondina. O CORREIO tentou contato com a família de Cayan para saber do estado de saúde do estudante, sem sucesso. Segundo os advogados, o estudante segue internado na unidade semi-intensiva do Hospital do Exército, em Brotas, e apresenta edema cerebral e lesões no pulmão e no baço, ainda inspirando cuidados.  Cayan ficou inconsciente após pancada (Foto: Acervo pessoal) Segundo os advogados da vítima, que acompanharam os depoimentos, os rapazes confirmaram a versão de que Cayan continuou sendo agredido mesmo depois de desmaiar na porta da festa. A agressão, ainda segundo as testemunhas, ocorreu depois que um dos membros do grupo de amigos de Cayan ficou com a ex-namorada de um dos agressores. “As testemunhas confirmaram a versão de que houve uma agressão covarde contra Cayan. Um sujeito o levou ao chão com um golpe e, quando o mesmo já estava desacordado, desferiu vários chutes contra a cabeça dele, numa atitude covarde. A descrição dos depoimentos é muito fidedigna ao que se vê no vídeo que está circulando”, disse o advogado Kaio Abreu, um dos profissionais que acompanha o caso.O vídeo citado por Abreu mostra o exato momento da agressão ao jovem. Nas imagens é possível ver uma briga generalizada na calçada da Avenida Oceânica, em frente à Área Verde do Othon, em Ondina. O material, que tem 33 segundos de duração, mostra que, aos 9, Cayan é agredido por um homem sem camisa, cai e bate a cabeça no chão. O agressor segue dando murros na vítima e depois foge e quase é atropelado por uma moto. As imagens serão apresentadas oficialmente pelos advogados à polícia para integrarem o processo.

Ciúme Questionados sobre a possível motivação do crime, os advogados explicaram que, segundo as testemunhas, a confusão começou ainda dentro da festa, depois que um amigo de Cayan se envolveu com a ex-namorada de um dos agressores. Os grupos teriam se visto algumas vezes durante a festa, antes da agressão na porta do evento.“Um dos garotos do grupo estaria ficando com a ex-namorada de um dos agressores e isso teria gerado alguns encontros durante a festa e a agressão depois”, explicou o advogado Ari Guarisco. Os profissionais ainda acrescentaram que esperam a liberação das imagens de segurança feitas pelo sistema de trânsito para identificar exatamente quantos e quem são os agressores.

Um dos suspeitos, identificado como Guilherme Machado, se apresentou à polícia e prestou depoimento na noite da última quarta-feira (4). Segundo os advogados da vítima, ele negou as acusações. “O vídeo é claro, mas ele nega a agressão, ignorando inclusive as imagens. O depoimento foi vago e superficial, mas o vídeo é incontestável”, declarou Ary Santana, pai de Cayan e advogado.

Ele acrescenta ainda que, a defesa do estudante não está tratando o caso como agressão, e sim como tentativa de homicídio. “O intuito era ceifar a vida do Cayan”, completa.  

Em entrevista à TV Bahia, na última quarta-feira (3), a delegada Lúcia Jansen disse que o possível agressor disse em depoimento que, ainda dentro da festa, o grupo de amigos de Cayan agrediu um dos seus amigos, que é menor de idade. “Ao sair do local, ele foi tomar satisfações e teria gerado o tumulto onde todos ficaram lesionados”. Além do depoimento, o suspeito foi submetido a exame de corpo de delito e orientado a fazer outros exames médicos, como ressonância magnética, já que apresenta lesões no corpo.Outra vítima  Cayan não foi o único agredido no evento. Ainda dentro das dependências da Área Verde do Othon, o estudante de Arquitetura Gabriel Louzado, 19, desmaiou após ter sido agredido por seis pessoas com socos e pontapés. Com o rosto bastante inchado, ele foi socorrido para o o Hospital Geral do Estado (HGE), recebeu atendimento e foi liberado na manhã seguinte. Gabriel sofreu ferimentos nos lábios (Foto: Acervo pessoal) Gabriel foi ouvido na 7ª delegacia na noite de quarta, onde esteve na companhia de familiares para prestar queixa. Ao CORREIO, o jovem disse que os amigos reconheceram um de seus agressores a partir do vídeo que mostra a agressão de Cayan.

“Meus amigos viram e disseram que um homem que aparece sem camisa é um dos que me bateram. Realmente não lembro e não faço ideia do porquê, não sei o que levou o grupo a me bater”, contou ele, que pagou R$ 150 pelo ingresso da festa open bar.

* Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier