Times alternativos já marcaram a história do clássico Ba-Vi

Depois de dez anos, Bahia e Vitória vão se enfrentar sem as suas equipes principais

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 1 de março de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Haroldo Abrantes/Arquivo Correio

O segundo Ba-Vi do ano trará uma novidade entre os dois rivais. Desde 2010 Bahia e Vitória não utilizam elencos alternativos no clássico. Naquela ocasião, as equipes se enfrentaram pela terceira rodada da Copa do Nordeste e o rubro-negro arrasou o tricolor por 5x1 em Pituaçu. Assim como acontecerá no jogo deste domingo (1°), em que os dois vão entrar no gramado do Barradão, às 16h, com times B na partida válida pela sexta rodada do Campeonato Baiano.

Há dez anos, o Nordestão voltava ao calendário após hiato de sete anos e ainda não tinha recuperado a força de agora. Para se ter ideia, o clássico foi jogado em Pituaçu em plena Copa do Mundo na África do Sul. 

O Bahia disputava a competição com seu segundo time - que era treinado por João Marcelo, enquanto Renato Gaúcho passava folga no Rio no dia do Ba-Vi - e atuou com George; Araújo, Diego e Átila; Dênis (Lenine), Pink (Wilson Júnior), Pablo, Bebeto e Roberto; Aleilson e Cacá.

Com Flávio Tanajura no comando, o Vitória contou com reservas do time principal orientado por Ricardo Silva. O Leão, avassalador no jogo, foi a campo com Vinícius, Jonas, Vilson (Anderson Martins), Gabriel e Rafael Cruz; Ricardo Conceição, Fernando, Evandro (Renato) e Renan Oliveira; Jacson (Lenilson) e Schwenck. Em 2010, time reserva do Vitória goleou a equipe B do Bahia por 5x1, pela Copa do Nordeste (Foto: Robson Mendes/Arquivo CORREIO) Os times também se revezaram na utilização de equipes alternativas em 2003. No primeiro Ba-Vi daquele ano, o Vitória utilizou um misto de reservas e juniores na primeira partida, vencida pelo Bahia por 2x1, na Fonte Nova ocupada por 14.311 espectadores. A decisão do rubro-negro em utilizar jovens foi um protesto contra a tentativa de esvaziamento da Copa do Nordeste, que se concretizaria.

Duas semanas depois, foi o Bahia quem usou seus reservas e perdeu por 3x2 no jogo em que Nadson fez história ao sair do banco e marcar três gols em 15 minutos, criando um delírio coletivo para os 5.992 pagantes que foram ao Barradão naquele 23 de fevereiro.

De volta ao presente, o clássico deste domingo será o “maior jogo” disputado pelas equipes de Agnaldo Liz e Dado Cavalcanti, escaladas apenas no Campeonato Baiano, com objetivo de dar uma folga no calendário para que rubro-negros e tricolores maximizem os esforços nas outras competições da temporada. 

Além disso, o Barradão volta a receber um Ba-Vi após quase dois anos. O último foi no dia 8 de abril de 2018, na final do estadual. O Bahia venceu por 1x0 com gol de Elton e confirmou o título. 

Com os dois times empatados em pontos desta vez (cada um com 11), o jogo também representa uma disputa pela liderança. "É um confronto direto contra a equipe que está no nosso encalço e um clássico. O profissional desportista que não se motiva em um jogo como esse precisa procurar outra coisa para fazer. Independentemente das condições, do que aconteceu no passado, é um clássico em que cada um vai defender o seu lado", analisa o técnico tricolor, Dado Cavalcanti.

Graças ao triunfo no primeiro Ba-Vi do ano, o Vitória quebrou e impôs - ao mesmo tempo - um tabu para o seu rival. Antes há 12 clássicos sem vencer, agora já são quatro sem perder para o Bahia, que venceu pela última vez em julho de 2018, na Fonte Nova, por 4x1.

Chance de aparecer  Quem está no time sub-23 tem um objetivo claro: jogar bem para buscar uma vaga no time principal. Crias da base do Vitória, Nickson e Eron já disputaram Ba-Vi em diversas categorias. 

O meia, autor de dois gols no estadual, tem nesta temporada uma chance de redenção após estrear como profissional na Série A de 2014, com 17 anos. Por isso, aos 22, seu nome soa como de veterano. Eron é um ano mais novo e disputou 17 partidas pelo time profissional do rubro-negro. 

A escalação do time não foi revelada pelo técnico Agnaldo Liz, que fez treinos fechados à imprensa desde o Carnaval. Sem problema de suspensão ou lesão, o treinador do Vitória terá força máxima disponível.

Do lado do Bahia, há mais jogadores com experiência em campeonatos à vera, casos de Ramon - que disputou 40 jogos pelo Vila Nova no ano passado - e Arthur Rezende, que tem 25 anos e já disputou torneios como as séries A, B e C do Brasileirão. Será o jogador com mais rodagem na partida.

Do elenco, só quem teve já oportunidades no time principal tricolor foram o zagueiro Ignácio, o goleiro Fernando e o volante Yuri. Este último, por sinal, está de olho na possibilidade de ganhar a titularidade. Isso porque a única dúvida do técnico Dado Cavalcanti envolve o volante Ramon, com um problema no pé.

Depois do clássico, faltarão apenas três rodadas para o fim da fase classificatória do Campeonato Baiano.*Com supervisão do editor Herbem Gramacho.