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Revanche para milho derramado na Fonte Nova antes do jogo do Vitória veio também em forma de provocação
Publicado em 14 de setembro de 2019 às 14:05
- Atualizado há um ano
Não demorou. A revanche para as dezenas de quilos de milho derramados em frente à Fonte Nova antes do jogo do Vitória, neste sábado (14), veio também em forma de provocação, bom humor e um punhado de solidariedade.
O Comando Feminino da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI), principal organizada do Vitória, iniciou uma campanha para arrecadação de latas de sardinhas, também em provocação aos torcedores rivais. O motivo tem, porém, uma boa causa: os alimentados serão doados para instituições de caridade, escolas e asilos. (Foto: Divulgação/Instagram) As doações deverão ser entregues nos seguintes pontos: no Dique do Tororó, no Posto BR em frente ao restaurante A Porteira, e na Ladeira da Fonte, em frente ao supermercado Bompreço.
As latas têm como referência a entrevista do técnico Joel Santana, que se referiu ao Bahia como uma sardinha, ao tentar explicar porque não assumiria o clube em 2011. "Estou esperando peixe grande, sardinha não!", disse durante entrevista no programa 'Bem, Amigos!', do SporTV.
Já o milho jogado nas entradas Super Norte e Norte 1, na Ladeira da Fonte, faz referência ao filme A Fuga das Galinhas. Desde o ano passado, a torcida tricolor usa o filme para fazer piada com o Vitória, após o rubro-negro ter forçado o término do primeiro Ba-Vi de 2018 antes dos 90 minutos.
A partida deste sábado é primeira desde que o time rubro-negro anunciou, na segunda-feira (9), que mandaria seus jogos para a Fonte Nova até 2022. Ao CORREIO, a assessoria da Arena Fonte Nova informou que o milho já está sendo retirado e o processo deve ser concluído antes do fim da manhã.
Ajudando a recolher o cereal no entorno da arena, o gari Raimundo Silva de Jesus afirmou que nunca tinha visto tanto milho junto desde que veio de Ipirá, no interior da Bahia. Ele, que torce para o Bahia, disse que a gozação entre torcedores é saudável e que faz parte do futebol. Raimundo diz que nunca viu tanto milho (Foto:Eduardo Dias/CORREIO) "Isso é bom para os torcedores, é divertido. O que não pode é ter violência, um matar o outro. Precisamos de paz no futebol", afirmou.O embalador de supermercado Maciel de Jesus, 25 anos, aproveitou e catou cerca de 20 quilos de milho para levar para casa. O objetivo era alimentar sua criação de galinhas. Maciel vai alimentar as galinhas (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "Agradeço aos torcedores do Bahia por fazerem isso, vou alimentar as 15 galinhas que tenho em casa", contou. Entre os torcedores, a notícia se espalhou logo cedo. O analista de informática Renato Dourado, 35, foi comprar o ingresso do jogo do Vitória junto com o pai, o aposentado Eunildo Dourado, 72, já sabendo do ocorrido com o milho jogado nas entradas da Fonte Nova, quando viu pelas redes sociais.
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"É uma gozação normal, da mesma forma que chamamos eles de sardinhas e jahias. A partir do momento que parte para agressão, não é coisa de torcedor, é vandalismo e mau caratismo. Eu prefiro os jogos na Fonte Nova, pois venho andando, é mais perto, mas gostava mesmo é do Barradão, que é o nosso estádio, a nossa casa", afirmou, ao dizer que o Leão da Barra vence o jogo de hoje pelo placar de 3x1. Renato e o pai, Eunildo, já chegaram ao estádio sabendo do milho (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Para ele, os jogadores não se importam com as provocações. De tão focados na partida, acredita que devem deixar a rivalidade para a torcida. "Acho que não deveria ter um revide contra a loja do Bahia, isso não é cidadania. Tomara que os torcedores que se dizem organizados não queiram fazer nada em troca. Vamos levar na esportiva e bola para frente. Somos torcedores, vamos torcer, vibrar e apoiar o nosso time para voltar à Série A", completou.Com opinião contrária ao colega rubro-negro, o aposentado Carlos Tomaz do Carmo, 68, não gostou muito da brincadeira dos torcedores rivais. Para ele, esse tipo de coisa pode gerar algo pior, como brigas. (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "Isso é coisa de vândalo mesmo, de certa forma, porque estão atingindo um patrimônio público. Acho que isso é uma falta de respeito. As pessoas têm que entender que o futebol é jogado em campo. Fora dele deve haver amizade. Por conta dessas coisas, os Ba-Vis são realizados com torcida única. Isso pode gerar algo muito ruim futuramente. Um torcedor exaltado pode tentar revidar e atingir o patrimônio deles, que é a loja no Dique", disse.Tricolores Torcedor do Bahia, o agente de portaria Mário Santos, 26, encarou a provocação dos tricolores como uma gozação sadia e que não deve ser levada tão a sério. "É uma gozação sadia, mas se me chamasse para fazer isso, eu não faria. Porque acho que eles podem fazer algo com a nossa loja. É aquela coisa, futebol tem que ser assim mesmo, senão fica muito chato", afirmou.
O também tricolor e comerciente, Pedro Moura, 68, que levou o neto Rafael Musser, de 5, à Loja do Bahia na Fonte Nova, afirmou que a atitude dos torcedores deveria ter sido evitada.
"Eu acho que coisas assim deveriam ser evitadas. Eles gastaram dinheiro à toa. É uma provocação que existe e é saúdavel, mas não se pode saber até onde pode ir", afirmou Pedro e Rafael visitaram a Loja do Bahia na Fonte Nova. (Foto: Eduardo Dias/CORREIO)