Trabalho: cuidado com o emocional melhora a volta das atividades presenciais

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Há pouco menos de dois meses para o  final de 2020, muitas organizações começam a ensaiar um retorno às atividades presenciais. A volta, no entanto, está marcada pelas profundas mudanças que a pandemia do novo corona vírus deixou na vida das pessoas, em particular, e da sociedade como um todo. O medo, as perdas, os lutos, as angústias farão parte das rotinas do universo do trabalho, por isso mesmo, especialistas salientam a importância de cuidar da saúde emocional para que o retorno possa significar ganhos para as pessoas e as organizações. 

O criador do protocolo Life Matters Fernando Gabas destaca que o sucesso das organizações e empresas depende das pessoas que fazem esses empreendimentos e, por isso mesmo, elas estão apostando mais na promoção do autoconhecimento, autodesenvolvimento e bem-estar das equipes.  Fernando Gabas destaca que empresas estão apostando mais na promoção do autoconhecimento, autodesenvolvimento e bem-estar das equipes (Foto: Video Click/Divulgação)  “Isso não é um discurso vazio. Investir na saúde emocional das equipes dá resultados nos mais diversos níveis: clima organizacional mais positivo e cooperativo, pessoas mais saudáveis e felizes, profissionais mais focados, produtivos e comprometidos com os resultados da empresa”, defende, lembrando que ferramentas como meditação e suas mais variadas linhas são recomendadas para garantir a saúde emocional das equipes, desde gestores até cargos operacionais.

Fernando cita o exemplo da empresa americana Aetna, que calculou ganhos de produtividade na ordem de 1 para 11 por funcionário com seu programa de meditação. Ou seja, para cada um dólar investido no cuidado desse funcionário, retornam onze dólares para a empresa. “As pessoas que meditam são mais criativas. Alguns estudos têm mostrado que uma prática de meditação de 10 minutos já é benéfica. Um desses levantamentos acompanhou os grupos por cinco semanas, concluindo que os participantes do grupo que meditava eram 121% mais criativos”, defende.

Lideranças

O diretor técnico da clínica Holiste e psicólogo Ueliton Pereira diz que nesse processo de retomada, é importante atentar para os comportamentos das equipes de trabalho, se está saudável ou não. Se tem comportamentos excessivos ou diferentes. “Os líderes de equipe têm que procurar se manter junto e dar suporte emocional, tentando cada vez mais integrar o grupo na distância possível, oferecendo escuta e direcionamento”, orienta.  Ueliton Pereira destaca o papel das lideranças para identificar as mudanças de comportamento e poder atuar (Foto: Divulgação) Pereira diz que a pandemia causou muito desgaste emocional nas pessoas, principalmente aumentando os níveis ansiedade e à angustia. “Então, o trabalho das lideranças precisa estar pautada na psicoeducação, escuta especializada e momentos de catarse para trabalhar essas angústias”, completa.

A psicóloga e gerente de gestão de pessoas da S.O.S. Vida Sônia Cotrim defende que  programas de saúde mental e emocional podem ser implantados por qualquer organização, independente do tamanho ou do segmento. “O mais importante é ter uma cultura que priorize o bem estar e a saúde de todos.  Se os recursos financeiros não permitem maiores investimentos, implemente ações de menores custos, mas que promovam o engajamento e resultado”, destaca.

Pereira lembra que as empresas lidam com gente e são elas que operacionalizam os negócios, mesmo usando a tecnologia. “Essas pessoas necessitam estar bem para executar suas tarefas. Logo, a saúde mental delas importa para efetividade de suas tarefas”, afirma.

A psicóloga salienta que esses programas precisam levar em consideração as diretrizes e estratégias para prevenção e assistência à Saúde Mental dos colaboradores.  “Podem incluir o suporte assistencial de um profissional, além de ações e ferramentas que busquem o despertar sobre a importância do tema na vida do colaborador”, sugere, lembrando que uma etapa importante é o diagnóstico das necessidades psicossociais dos colaboradores, para que assim sejam planejadas e implementadas ações específicas para atender as diferentes demandas, assim como o acompanhamento e gerenciamento dos resultados. 

5 passos da saúde emocional:

•    Tomar decisões diárias;

•    Ter disciplina e foco nas atividades que estiver fazendo;

•    Cuidar de si mesmo com uma boa alimentação, exercícios físicos, meditação;

•    Buscar ajuda de um profissional, caso tenha algum sintoma que cause transtorno para você ou para o outro;

•    Exercitar a compaixão e se colocar no lugar do outro, ter uma escuta ativa.

(Fonte: Sônia Cotrim)