Traficantes são indiciados por morte de jovem após explosão de lança-perfume

Ela estava em baile funk clandestino que aconteceu na Rocinha em maio

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  • Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2021 às 09:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Dois traficantes foram indiciados pela morte da estudante Ana Carolina Gonçalves de Oliveira Negreiros, de 20 anos, depois que uma caixa com frascos de lança-perfurmes explodiu durante um baile funk clandestino na Rocinha, no Rio de Janeiro, em 30 de maio.

John Wallace da Silva Viana, conhecido como Johnny Bravo, e Leandro Pereira da Rocha, o Bambu, apontados como chefes do grupo que comanda o tráfico de drogas no local, vão responder por homicídio culposos (sem intenção de matar), apologia e causar epidemia. A prisão preventiva dos dois já foi solicitada à Justiça.

Ana Carolina estava no baile do Moscow, festa em que os bandidos costumam ostentar armas e vender drogas, como maneira de aumentar os lucros. As caixas de lança estariam expostas em uma bancada quando houve a explosão, segundo o inquérito, diz o jornal Extra.

A jovem estava ao lado da barraca quando o fogo se espalhou. Os frequentadores da festa estavam sem máscara e aglomerados. Quando o acidente aconteceu, saíram correndo. Houve confusão e alguns caíram e foram pisoteados. 

Ana Carola foi levada à UPA da Rocinha pouco antes das 7h. Colocada em uma cadeira de rodas, ela desmaia logo depois, mostram imagens das câmeras de segurança da unidade. 

Ela teve queimaduras de primeiro e segundo grau em 82% do corpo. A jovem foi transferida no mesmo dia para o Hospital Municipal Pedro II e morreu dois dias depois por conta dos ferimentos.

"Durante as investigações, ficou provado por provas testemunhais e técnicas, como vídeos publicados em redes sociais, que os bailes funks só acontecem na Rocinha com a anuência e a organização de criminosos do alto escalão do grupo que domina a venda de drogas na comunidade. Essas festas são feitas justamente para atender aos interesses da facção, aumentando seus rendimentos com o comércio de maconha, cocaína, drogas sintéticas e ainda do lança-perfume, que ocasionou a explosão que lesionou e posteriormente matou a Ana Carolina", disse a delegada Flávia Monteira ao Extra.