'Trafigata' escapou de atentado com 20 tiros em Curitiba após se esconder em carro

Amigo que estava com ela foi atingido e está internado

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  • Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 12:14

- Atualizado há um ano

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Camila Morodim, apelidada de "Trafigata de Curitiba", quase foi morta nesta segunda-feira (31). Ela estava em casa quando dois criminosos pararam na rua e efetuaram aproximadamente 20 disparos em direção à mulher de 27 anos. Ela, que estava com um amigo, conseguiu escapar ao deitar no banco traseiro do carro, informou O Globo.

A "Trafigata" cumpre prisão domiciliar em sua casa na capital paranaense.

Imagens de câmeras de segurança do local mostram o momento em que Camila e seu amigo, identificado como Paulo, saem do carro volta das 18h23. A trafigata abre a porta traseira, enquanto o rapaz dá uma volta no carro e começa a conversar com ela. Logo após, a dupla é surpreendida por uma série de tiros e tenta se proteger. Camila então se deita sobre o banco, e Paulo se agacha na frente do veículo até conseguir abrir o portão da residência. Ele entra correndo, acompanhado pela amiga logo depois.

"Dois criminosos de dentro de um Palio cinza claro, com placa clonada, pararam em frente à casa da Camila. Um dos criminosos armados desceu com uma pistola semiautomática e desferiu aproximadamente 18 tiros, número de orifícios que encontramos lá, mas talvez há mais. De uma forma milagrosa, ela acaba escapando disso. Se joga no banco do carro e, por ser uma pessoa leve e ágil, fica ilesa. Mas a outra vítima foi atingida", disse ao Globo o delegado Tito Barichello, responsável pelo caso.

Paulo foi atingido por disparos no abdômen e foi internado em estado grave em um hospital curitibano. Camila não foi atingida.

Em depoimento prestado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) após o episódio, a trafigata afirmou que não sabe a motivação e que é inocente. Até o momento, os autores não foram identificados. A principal linha de investigação é de que estaria associado ao tráfico de drogas.

"No mundo do tráfico, vigora a lei do silêncio. Eles resolvem as questões deles sem executar uma dívida. Eles cobram com a vida. É um mundo paralelo", disse o delegado. "Ela estava em um local escondido. Nem os advogados dela sabiam o endereço. É algo premeditado. Eles se organizaram e conseguiram de alguma forma descobrir onde ela estava. Foram até o endereço com intuito de subtrair a vida dela", completou ao Globo.

Camila foi presa preventivamente no dia 12 de dezembro, em Matinho, no litoral paranaense, em uma operação da Polícia Militar que investigava a quadrilha da qual ela faria parte. O Ministério Público do Paraná (MPPR) a denunciou por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Dias antes, Camila viu o marido ser executado durante a festa de aniversário de um dos filhos do casal, em Pinhais. Na ocasião, quatro homens teriam disparado de um carro contra Ricardo Marodim, quando ele saiu do salão de festas onde o evento acontecia. Ele era suspeito de envolvimento com tráfico de drogas na região.