Uma das gêmeas siamesas separadas por cirurgia morre em Salvador

Procedimento foi realizado na madrugada desta sexta (6). Irmã que sobreviveu se recupera

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  • Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 15:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Sesab

Divulgação/Sesab Nascidas no último dia 29, em Salvador, as irmãs Aila e Maila foram separadas por uma cirurgia delicada, na madrugada desta sexta-feira (6), mas, infelizmente uma delas acabou não resistindo.

O procedimento foi realizado na Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Netto, onde elas nasceram e que é referência nesse tipo de caso. 

Horas após a cirurgia de separação, finalizada por volta das 3h, Maila acabou tendo uma piora e veio a óbito. As informações são da TV Bahia.

A morte foi confirmada pela manhã. As irmãs, filhas de uma jovem de 18 anos, estavam em observação já que, apesar da cirurgia ter ocorrido bem, as bebês tinham condição de saúde grave, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

Ainda de acordo com a TV Bahia, o procedimento foi feito por Célia Britto, cirurgiã da maternidade, e também pelo cirurgião pediátrico de Goiás, Zacharias Calil, um dos profissionais mais conhecidos do país para este tipo de caso. 

Inicialmente, a previsão era de que o procedimento fosse feito dentro de um mês, mas precisou ser antecipado após piora no estado de saúde de uma das irmãs.

"Elas estavam estáveis até quarta-feira de tarde, quando subitamente elas tiveram uma piora clínica, o que nos fez diagnosticar um processo inflamatório intestinal, que é uma enterocolite necrosante, patologia típica de pacientes prematuros. E em decorrência dessa patologia, que leva à necrose do intestino e de órgãos como estômago, intestino delgado e grosso, tivemos que adiantar a cirurgia, na tentativa de salvar as duas gêmeas", explicou Célia Brito.

O cirurgião pediátrico Zacharias Calil explicou que as irmãs “tinham que ser separadas, não tinha opção”. “Infelizmente, era um quadro esperado: ou você faz ou morre as duas”, disse o médico.

Segundo ele, Aila possui cardiopatia, mas está com saúde estável e segue em tratamento na maternidade. Ela deve passar por outra cirurgia, mas ainda não há data prevista.

Segundo Célia Brito, ela está bem, já está se recuperando, e tem um plano pós-operatório dentro do esperado, já com redução das medicações. “Ela está reagindo dentro do esperado para o primeiro pós-operatório de uma cirurgia grave, onde a irmã com uma necrose intestinal importante, comprometia a vida dela”, explicou ela à TV Bahia.

Após o nascimento, a Sesab explicou que, na avaliação preliminar, as gêmeas siamesas estavam interligadas pelo fígado.