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Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2022 às 22:25
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) afastou de forma preliminar, por 180 dias, o professor Marcelo Magalhães Bulhões, acusado por alunas de cometer assédio sexual na instituição. A informação foi divulgada por meio de um comunicado nesta quarta-feira, 6, pela Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC), a qual o docente é vinculado.>
"A Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC) informa que na manhã desta quarta-feira, 6, a pedido da Comissão de Sindicância instituída para investigar as acusações de assédio sexual que recaem sobre um docente da universidade, após discussão sobre os fatos e documentos que instruem o processo, deliberou pelo afastamento preliminar oficial do referido servidor pelo período de 180 dias, conforme legislação em vigor", informou a nota, que não menciona o nome de Marcelo.>
A universidade afirmou ainda que a Comissão de Sindicância deve levar 60 dias para concluir as apurações, e que Marcelo Magalhães Bulhões será ouvido sobre as acusações. Na nota, a FAAC reiterou que "toda e qualquer prática de assédio não é tolerada" pela faculdade, e ressaltou que vítimas de violência do tipo devem procurar a Ouvidoria da Unesp para formalizar as denúncias.>
Na última sexta-feira, 1º de julho, ele foi alvo de uma manifestação feita por estudantes do câmpus de Bauru, interior de São Paulo. Elas afirmam ter sido vítimas de assédio sexual cometido pelo docente. O professor nega as acusações.>
Em razão dos relatos, uma sindicância administrativa foi aberta na última segunda, 4, para investigar os fatos. As estudantes alegam que o Bulhões as abordava por meio de redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagens, e dizia que estava interessado em ter relações sexuais com elas - "a verdade é que o nosso desejo não passa", teria dito ele em uma das mensagens enviadas.>
O conteúdo de algumas das conversas foi exibido pelas alunas durante a manifestação da semana passada. No mesmo dia do protesto, Marcelo Magalhães Bulhões negou as acusações e afirmou, na ocasião, que estava sendo vítima de calúnia por parte das estudantes.>
Por meio de nota enviada à imprensa, ele disse que, ao longo dos 28 anos em que leciona na universidade, nunca "houve indício concreto" de já ter praticado assédio contra as alunas da instituição.>
"Foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes foram afixados no câmpus com teor acusatório a mim. Estou ainda chocado. Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade - luta contra o racismo, movimento feminista - têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas importantes. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável", declarou Bulhões.>
Em 2017, outra sindicância foi aberta para investigar o docente pelo mesmo motivo. Na época, o processo contra ele foi arquivado, mas Marcelo foi afastado do curso de Jornalismo e realocado para lecionar na graduação de Relações Públicas.>