Urina preta: Bahia registra 13 casos da doença de Haff

Doença de Haff exige tratamento imediato e pode matar

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  • Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2021 às 10:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

A Bahia registrou 13 casos confirmados da Doença de Haff, enfermidade que deixa a urina escura, e outros cinco casos estão sendo investigados. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), as 18 notificações aconteceram nos municípios de Alagoinhas, Salvador, Maraú, Mata de São João, Camaçari e Simões Filho. Os dados são de janeiro a setembro deste ano.

Os pacientes confirmados com a doença têm entre 20 a 79 anos, sendo que a faixa etária mais acometida é de 35-49 anos, com sete casos (53,8%). Em seguida estão aqueles que têm de 20-34 anos, com cinco casos (38,5%), e os de idade ignorada (7,7%). Entre os casos confirmados 66% foram do sexo masculino.

A doença de Haff é uma síndrome que consiste de rabdomiólise sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, mialgia difusa, dor torácica, dispneia, dormência e perda de força em todo o corpo e urina cor de café, associada a elevação sérica de creatinofosfoquinase (CPK), associada a ingestão de crustáceos e de principalmente pescados.

A recomendação das autoridades é de que ao sentir dores musculares e apresentar urina escura após o consumo de peixes ou crustáceos, o paciente procure imediatamente uma unidade de saúde. A doença tem tratamento específico, que exige a realização de exames, e não é indicado o uso de antiinflamatórios. A cor da urina (escura) é sinal de alerta e de desenvolvimento de rabdomiólise, neste caso, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas.

Histórico A Sesab notificou 71 casos da Doença de Haff, entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, municípios de Salvador, Vera Cruz, Dias D’Ávila, Camaçarí, Feira de Santana e Alcobaça. Foram registrados dois óbitos, um em Salvador e outro em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, ambos com comorbidades.

Já em 2018 e 2019, não houve notificações da doença relatados pelas instituições de saúde. No ano de 2020, a partir do mês de agosto surgiram casos da Doença de Haff nos municípios de Salvador Feira de Santana, Camaçarí, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba, totalizando 45 casos notificados. Destes, 40 foram confirmados e cinco foram descartados, sem registro de óbitos.

Como medidas de controle, as autoridades recomendam que a população evite comer pescados crus e alimentos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais cuja a procedência ofereça segurança.

Eles recomendam também exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) e TGO, que o público observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e não faça uso de antiinflamatórios. Em casos suspeitos, a orientação é buscar uma unidade.

Os municípios devem identificar outros indivíduos que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis novos casos da doença e fazer a coleta de amostras de alimentos para o setor de microbiologia de alimentos.