Vá de bike: Em oito anos, bicicletas se tornam protagonistas do trânsito de Salvador

Prefeitura investe para desenvolver a bike como uma ferramenta de transformação socioeconômica das comunidades

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  • Do Estúdio

Publicado em 31 de maio de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock

Seja para passear, se locomover pela cidade ou como atividade física, a bicicleta se tornou uma ferramenta aliada à rotina de muitos soteropolitanos. Apesar de hoje a população enxergar a magrelinha – como também são popularmente conhecidas - com naturalidade no dia a dia, houve um tempo em que era quase impossível qualquer ciclista sentir segurança ao circular por Salvador.

Para transformar o passeio de bike em uma experiência tranquila para os ciclistas, algumas ações foram feitas na capital baiana. Por exemplo, nos últimos oito anos, a malha de ciclovias do município cresceu de 30km para mais de 300km. Ações de conscientização também foram fundamentais para esta nova realidade. Agora, Salvador olha para o futuro pensando no caminho que ainda há para ser percorrido, até que as bicicletas possam se tornar protagonistas no trânsito local. 

De acordo com o presidente da SALTUR, Isaac Edington, a mudança de comportamento da cidade em relação às bicicletas foi um processo que passou por uma adequação cultural dos soteropolitanos. “O Salvador Vai de Bike e todo seu o esforço para tornar a bicicleta mais acessível para a população foi fundamental para que a cidade se tornasse um ambiente mais favorável para os ciclistas. Nós nos unimos com outros setores da prefeitura e conseguimos tornar Salvador a 5ª cidade que mais ampliou o número de ciclovias no Brasil”, explica. 

Isaac destaca que uma das vantagens que a capital baiana teve perante a outros municípios com uma estrutura cicloviária ainda mais volumosa que a soteropolitana foi o esforço do poder público em incentivar o uso das bikes na cidade. “Sabemos que existem outras cidades que têm até mais infraestrutura que Salvador, mas aqui buscamos incentivar. E isso provocou um efeito, pois quanto maior o uso da bicicleta, maior a conscientização das pessoas”, explica o gestor, citando que a iniciativa que capacitou mais de 2 mil rodoviários com cursos para incentivar a cooperação e convivência harmoniosa com os ciclistas. 

Para o titular da Saltur, o atual momento da cidade na relação com as bikes é buscar desenvolver a bicicleta como instrumento de desenvolvimento socioeconômico nas comunidades. “Agora durante a pandemia, por exemplo, foram realizadas doações de bicicletas para as comunidades, e as pessoas começaram a atuar no sistema de delivery. Com isso, cresceu a demanda e abriu a porta para negócios, como as oficinas de manutenção. A bicicleta passa a ser cada vez mais percebida como um meio de geração de renda”, completa. 

Perspectivas  Sob o aspecto de engenharia de trânsito, a bicicleta passa a ser cada vez mais percebida como um ponto focal no fluxo de veículos da cidade. O superintendente da Transalvador, Marcus Passos, ressalta que o órgão vem se empenhando cada vez mais nos investimentos em soluções para os ciclistas. “Entendemos a importância do ciclista na mobilidade e os esforços do município têm sido em proporcionar cada vez mais opções para o cidadão. Isso não tem sido apenas no desenho urbano, mas também em campanhas educativas e de conscientização”, afirma. 

Além do investimento em fiscalização, uma das iniciativas que tem sido incrementada é a educação de condutores e ciclistas. A gerente de educação no trânsito da Transalvador, Mirian Bastos, explica que o trabalho tem sido constante. “Hoje, temos trabalhado também para conscientizar que o ciclista tem direitos e deveres. Com essa harmonia que vem sendo construída com os condutores e os investimentos em infraestrutura, os avanços têm sido muito positivos”, relata. 

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