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Meta da SMS é vacinar mais de 320 mil pessoas até segunda-feira (10); saiba onde tomar
Marcela Vilar
Publicado em 5 de maio de 2021 às 05:30
- Atualizado há um ano
A primeira etapa da vacinação contra a gripe, em Salvador, terminará na próxima segunda-feira (10) e somente 26,3% do público-alvo foi imunizado. A expectativa era que 320 mil pessoas fossem vacinadas nos postos de saúde da capital baiana, mas só 84.762 receberam a primeira dose, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
São três etapas da estratégia de vacinação. Ao todo, Salvador espera imunizar 959.610 pessoas. Em 2020, a capital baiana imunizou 851.187 pessoas contra a gripe, 11% acima do esperado. É a 23ª campanha de influenza, mobilizada pelo Ministério da Saúde (MS). A primeira ocorreu em 1999.
Segundo a SMS, o objetivo da ação é reduzir complicações, internações e mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da gripe, além de evitar colapso do serviço de saúde em tempos de pandemia de covid-19. O secretário de saúde, Leo Prates, queria inclusive adiantar a vacinação da gripe.
Público-alvo Nesta primeira fase, têm direito à vacina as crianças com idades entre seis meses a 6 anos (173.095), gestantes (24.741), puérperas (4.067), povos indígenas e trabalhadores da saúde (120.017). Na segunda etapa, que inicia na próxima terça-feira (11) e vai até 8 de junho, a prioridade é para os idosos acima de 60 anos (399.328) e professores (28.433) - veja todos no final da matéria.
A SMS mobilizou 112 pontos fixos de vacinação e dois drive-thrus. Um deles é específico para os trabalhadores da saúde, no Shopping da Bahia, e outro apenas para as crianças, gestantes e puérperas, no Shopping Barra (veja lista completa no final da matéria). Essas mães também podem receber as injeções nos ambulatórios de pré-natal e maternidades.
Importância O imunologista e professor da Rede UniFTC Celso Sant’Ana explica que é essencial se vacinar contra a gripe, ainda mais com a crise sanitária do novo coronavírus. “Essa vacina é extremamente importante e se tornou ainda mais com essa pandemia da covid, porque os sintomas da influenza se confundem com os da síndrome gripal da covid, então você tem mais um elemento competindo no diagnóstico e causando uma sobrecarga no sistema de saúde, com mais pacientes sendo internados. Já é difícil administrar uma pandemia, imagine administrar uma pandemia concomitantemente com uma epidemia da influenza” argumenta Sant’Ana. Além disso, se vacinar contra a gripe facilita no diagnóstico para o novo coronavírus. “Se uma pessoa chega no posto de saúde vacinada contra gripe com sintomas, não se pensa em influenza, se pensa em covid. Ao passo que a que não foi vacinada é preciso pensar em protocolos para as duas doenças e só vai se descobrir depois”, esclarece. Os sintomas iniciais são iguais: febre, mialgia (dores no corpo) e indisposição.
Ele alerta que, se alguém for se vacinar contra gripe e também contra a covid-19, é melhor começar pela do coronavírus. Justamente pelos sintomas semelhantes, deve-se aguardar um intervalo de 14 dias entre as duas. “Podem se confundir os efeitos colaterais com os sintomas de influenza e uma resposta prejudicial à imunização”, pontua. Além disso, ele cita que não há estudos sobre os efeitos da administração simultâneas dos dois imunizantes.
A vacina aplicada protege contra três cepas da gripe: a H1N1 e a H3N2, que são do tipo A, e a cepa de Washington. “É uma vacina trivalente inativada, ou seja, são três vírus fragmentados e inativos, que protege contra essas três cepas. Ela tem eficácia limitada de um ano e, à medida que vão surgindo novos, ela vai sendo modificada”, detalha. A eficácia gira em torno de 60%.
O público prioritário é definido pela capacidade de compilações que se pode ter da infecção viral. “Ela é grave em determinados grupos, nas crianças, idosos, gestantes, pessoas com comorbidades. O impacto é devastador. Pode causar uma infecção bacteriana, uma pneumonia bacteriana, vindo à internação e até à óbito”, alerta o médico. As crianças são as únicas que precisam da segunda dose, em um intervalo de 14 dias, se não houver tomado a vacina no ano anterior.
Vacinados A dona de casa Gardene Balbino, 39, que mora no Engenho Velho da Federação, já levou seu filho, João Pedro, de 5 anos, para vacinar. Eles foram logo no primeiro dia possível, na Unidade Básica de Saúde (Ubs) de São Gonçalo, na Federação.
“Levo ele todos os anos e fui logo no primeiro dia que abriu para crianças. Nós, mães, temos a obrigação de levar os filhos para vacinar, já que a vacina impede a criança de contrair a doença de forma mais grave, então acho importante”, defende Gardene.
É o segundo ano consecutivo que ela leva o filho no posto para se vacinar contra a Influenza. Desde então, João Pedro não teve gripe. A última vez foi em 2019. "Ele precisou de atendimento na UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. Foi febre, as vias respiratórias ficaram muito congestionadas e vômito. Ficamos lá por volta de 3 horas”, conta. Sua outra filha, Yohana, de 10 anos, também tomou todos os anos.
A enfermeira Anacélia Pires, 38 anos, levou, ontem (4), seu filho, Luiz Alberto, para receber o imunizante, no drive-thru do Shopping Barra. É quarta vez que ele toma a vacina contra gripe, o que garantiu que ele não tivesse a infecção com sintomas graves.
“Quando ele fica gripado, não leva dois, três dias, e a frequência, por ano, é muito pouca. É uma forma de protegê-lo, de qualquer cepa do vírus da gripe. Por isso que, todo ano, eu levo”, diz a mãe, que também tomou, no ano passado, por ser profissional da saúde. Ela ainda não foi este ano, porque o drive era em outro local, mas garante que irá assim que possível.
Na fila Já o filho da estudante de técnica de enfermagem Manuela Gomes, Brian Lorenzo, ainda não foi vacinar. Ele tem dois anos. “Fui no posto de Paripe, logo quando começou, mas ainda não tinha vacina. Depois disso, não tive tempo de levar”, narra a mãe.
Eles moram em Periperi, que não tem posto de saúde com vacina de gripe. Ela já tomou, quando estava grávida de Brian, há dois anos. Assim que puder, levará o filho para o reforço este ano. “Ele não perder vacina, tomou todas. É bom porque previne doenças”, garante.
A dona de casa Rosana Almeida, 47, se enquadra na terceira etapa da vacinação. Ela é hipertensa há mais de 15 anos e não deixa receber a agulhada, assim como o marido, Marcelo, 51. O quadro dele é ainda mais grave – a pressão alta foi descoberta aos 17 anos. Hoje, ele toma quatro remédios por dia para controlar.
“Nós dois temos o gene hereditário, então, todo ano, há uns cinco anos, a gente toma. Já tive gripe forte e é melhor prevenir do que remediar”, conta Rosana. Duas das três filhas também sempre tomaram a vacina, até quando puderam – elas estão hoje com 11 anos. Gêmeas e prematuras, elas enfrentaram sérios problemas respiratórios. Após vacinas e tratamento, as gêmeas da família não tiveram mais problemas respiratórios graves (da esq. à dir.: Yasmim Venâncio, Manuela, Marcelo, Rosana e Marcela. Crédito: Acervo Pessoal. “As gêmeas nasceram com menos de um quilo e sempre tomaram porque tiveram problema de pneumonia várias vezes seguidas, tinham cansaço, e usavam medicação. Todo ano elas tinham gripe, sempre com infecção respiratória, não era uma gripezinha que passava logo”, narra Almeida.
Em 2016, uma delas, Manuela, chegou a passar 23 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Izabel. Com cinco anos, na época, ela desenvolveu atelectasia, quando há um colapso do tecido pulmonar, com perda de volume. Pelo histórico de pneumonia, ela também passou a ter broncopneumonia, uma inflação nos brônquios pulmões.
Depois que elas passaram a tomar a vacina regularmente, aliado a um tratamento com uma pneumologista, essas crises pararam de ocorrer. Elas aconteciam cerca de duas vezes por ano, em diferentes proporções. “Depois da vacina teve muita melhora, diminuiu uns 70%”, estima Rosana.
O CORREIO não conseguiu fonte com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O que levar? -Documento de identificação com foto -Exame de gravidez, no caso das gestantes -Certidão de nascimento do bebê ou relatório do parto, no caso das puérperas -Último contracheque, contrato PJ, carteira do conselho de classe, no caso dos trabalhadores de saúde
Datas e público-alvo
Primeira etapa – 12 de abril a 10 de maio - estimativa de vacinar 321.920 pessoas - crianças com idades entre seis meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde
Segunda etapa – 11 de maio a 8 de junho - estimativa de vacinar 427.761 pessoas - idosos a partir de 60 anos e professores
Terceira etapa – 9 de junho e 9 de julho – estimativa de vacinar 209.929 pessoas - pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo, rodoviário, metroviário, portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas, funcionários do sistema prisional, população privada de liberdade e jovens em medidas socioeducativas
Pontos de vacinação
Drives-thru: SHOPPING BARRA - CRIANÇAS 6 MESES A < DE 6 ANOS + GESTANTES E PUÉRPERAS SHOPPING DA BAHIA - TRABALHADORES DA SAÚDE
Pontos Fixos: Barra/Rio Vermelho USF GARCIA UBS OSVALDO CALDAS CAMPOS SANTA CRUZ UBS SAO GONCALO USF MENINO JOEL MULTICENTRO AMARALINA
Boca do Rio UBS DR CESAR DE ARAUJO USF PARQUE DE PITUACU USF DE PITUACU USF ZULMIRA BARROS COSTA AZUL USF CURRALINHO
Brotas UBS PROF MARIO ANDREA UBS MANOEL VITORINO USF CANDEAL PEQUENO UBS MAJOR COSME DE FARIAS USF OLGA DE ALAKETU VALE DO MATATU
Cabula/Beiru UBS RODRIGO ARGOLO UBS DE MATA ESCURA UBS ARENOSO UBS SANTO INACIO USF BARREIRAS UBS PERNAMBUES EDSON T BARBOSA USF DEP CRISTOVAO FERREIRA SARAMANDAIA USF PROF GUILHERME RODRIGUES DA SILVA ARENOSO USF RAIMUNDO AGRIPINO SUSSUARANA USF CALABETAO USF PADRE MAURICIO ABEL - SÃO GONCALO USF ANTONIO RIBEIRO NEIVA - ARRAIAL DO RETIRO
Cajazeiras USF CAJAZEIRAS IV USF CAJAZEIRAS - JAGUARIPE I USF YOLANDA PIRES USF PALESTINA USF CAJAZEIRAS XI USF JARDIM DAS MANGABEIRAS CAJAZEIRAS VIII USF FAZENDA GRANDE III
Centro Histórico USF PELOURINHO MULTICENTRO CARLOS GOMES UBS SANTO ANTONIO UBS DR PERICLES ESTEVES CARDOSO BARBALHO USF DONA IRACI ISABEL DA SILVA GAMBOA UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA TERREIRO DE JESUS
Itapagipe UBS MINISTRO ALKIMIN USF JOANES LESTE USF SAO JOSE DE BAIXO UBS DR ORLANDO IMBASSAHY UBS PROF JOSE MARIANE USF PROF EDUARDO MAMEDE USF ALTO DO COQUEIRINHO USF PARQUE SAO CRISTOVAO USF MUSSURUNGA I UBS SÃO CRISTOVÃO USF JARDIM DAS MARGARIDAS USF VILA VERDE USF CEASA I E II USF SAO CRISTOVAO USF JARDIM CAMPO VERDE USF KM 17
Liberdade UBS MARIA DA CONCEICAO SANTIAGO IMBASSAY UBS PROF BEZERRA LOPES UBS SAO JUDAS TADEU USF SANTA MONICA USF SAN MARTIN III USF SAN MARTIN
Pau da Lima UBS SETE DE ABRIL UBS CASTELO BRANCO UBS PIRES DA VEIGA UBS DRA CECY DE ANDRADE UBS NOVO MAROTINHO UBS VALE DOS LAGOS USF DOM AVELAR USF CANABRAVA USF NOVA BRASILIA USF VALE DO CAMBONAS USF SAO MARCOS USF JOAO ROMA FILHO USF VILA NOVA DE PITUACU USF VILA CANARIA
São Caetano/Valéria UBS DR PERICLES LARANJEIRAS UBS MARECHAL RONDON UBS FREI BENJAMIM VALERIA USF JAQUEIRA DO CARNEIRO USF FIAIS USF ALTO DO CABRITO USF BOA VISTA DO LOBATO USF RECANTO DA LAGOA USF ANTONIO LAZZAROTTO USF BOM JUA USF BOA VISTA DE SAO CAETANO USF CAPELINHA DE SAO CAETANO USF RECANTO DA LAGOA II USF SAN MARTIN II USF DEPUTADO LUIZ BRAGA USF LAGOA DA PAIXAO
Subúrbio Ferroviário UBS SERGIO AROUCA PARIPE USF DE ALTO DE COUTOS USF ILHA AMARELA USF ALTO DO CRUZEIRO USF ALTO DO CONGO USF DE ITACARANHA USF SAO TOME DE PARIPE USF RIO SENA USF BOM JESUS DOS PASSOS USF NOVA CONSTITUINTE USF ALTO DE COUTOS II USF SAO JOAO DO CABRITO USF ILHA DE MARE USF ALTO DA TEREZINHA USF ESTRADA DA COCISA USF BATE CORACAO USF FAZENDA COUTOS I USF PARAMANA USF VILA FRATERNIDADE USF TEOTONIO VILELA II
*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro