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Vai flopar? Mais da metade dos pequenos negócios baianos não têm planos para a Copa do Mundo

Empreendedores afirmam que vão aguardar o fim das eleições para fazer investimentos

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 27 de outubro de 2022 às 05:15

. Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO

Faltam 25 dias para o início da Copa do Mundo, o evento mais importante do calendário esportivo mundial, mas um levantamento do Sebrae revelou que 56% dos pequenos negócios na Bahia ainda não se planejaram para o mundial. Segundo a pesquisa, os empresários estão enfrentando aumento de custos e falta de clientes, e afirmam que vão aguardar o fim do período eleitoral para apostar no faturamento verde e amarelo.

A pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios avaliou a saúde financeira dos microempreendedores individuais, das microempresas e das empresas de pequeno porte entre agosto de 2022 e agosto de 2021, e as perspectivas em relação a Copa do Mundo. O setor representa 18,5 milhões de negócios no país e para o levantamento foram entrevistados 6.028 mil empresários, 254 deles na Bahia.

Para 43% dos empresários baianos o aumento nos custos com insumos, mercadorias, combustíveis, aluguel e energia são a principal dificuldade do setor. Em seguida, 28% dos entrevistados reclamaram da ausência de clientes e 7% disseram estar endividados com empréstimos bancários. O Analista da Unidade de Gestão Estratégia do Sebrae, Anderson Teixeira, explicou que existe outro fator no caminho.

“Esse ano, a Copa do Mundo mudou de junho para novembro e isso impactou no planejamento das empresas. Antes, era preciso se preparar para o torneio e os festejos juninos. Desta vez, temos as eleições. A mídia e as redes sociais estão todas voltadas para isso, ainda não há clima de Copa do Mundo. Os empresários estão esperando passar o segundo turno do pleito para investir nessas vendas”, explicou.

Ele disse que ainda é possível fazer um planejamento, que as redes sociais são importantes ferramentas para alcançar os consumidores e que a maioria dos setores têm possibilidade de faturar com a Copa, principalmente comércio e serviços. Teixeira frisou que a proximidade com outros eventos, como a Black Friday e o Natal, gera um conflito positivo.

“Normalmente essas empresas têm poucos funcionários e essa é a oportunidade de aproveitar a mão de obra para impulsionar as vendas. O setor de moda, por exemplo, pode se inspirar na copa e aproveitar a black friday. O setor de bares pode fazer promoções e criar uma agenda dos jogos. Os eventos não são concorrentes, eles se complementam. É importante aproveitar esse momento para aumentar o faturamento”, afirmou o analista.

A pesquisa foi realizada entre os dias 28 de agosto e 11 de setembro, e o nível de confiança é de 95%. O estado mais bem preparado foi Roraima, onde 82% dos entrevistados disseram estar articulados para o evento. A Bahia ficou na 9ª posição, com 44%, e acima da média nacional de 37%. Alex Santana, 44 anos, é proprietário de um bar em Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, e disse que pretende investir na Copa.

“Quando tem jogo do Bahia ou do Vitória a gente coloca um televisor para os clientes, pretendo fazer o mesmo com a Copa do Mundo, e vamos fazer uma decoração em verde e amarelo para o pessoal entrar no clima. As contas estão apertadas, mas acredito que teremos um bom retorno financeiro”, contou.

Já a empreendedora Simone Régis, proprietária da loja virtual Mar de Flores Moda Família e Kids (@mardeflores_story), disse que está aguardando passar o período das eleições para lançar nas redes sociais da loja as novas peças da Copa do Mundo. A intenção é repetir o sucesso que ela teve no início de setembro.

“No sete de setembro tive muitas saídas dos conjuntos mãe e filha e houve muita procura por conta das escolas. Na próxima semana, vou lançar alguns modelos femininos e conjuntos pensando para a Copa, e com a aproximação da Black Friday a gente pode pensar em combos e promoções. Acredito que vai agregar”, contou.

A Copa do Mundo de 2022 será realizada no Catar, na Ásia. O jogo inaugural será disputado no dia 20 de novembro, entre a seleção do país-sede e o Equador, às 13h de Brasília (19h locais). Antes, acontecerá a cerimônia de abertura do Mundial. Já a final acontecerá no dia 18 de dezembro, no Estádio de Lusail. A estreia da seleção brasileira será no dia 24 de novembro, contra os sérvios, às 16h de Brasília. Enfeites de cabelo nas cores verde e amarela também são uma opção dos comerciantes para atrair as torcedoras (Foto: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO) Varejo baiano  Na Avenida Sete de Setembro, no Centro, alguns empresários já iniciaram a decoração de Copa, mas ainda de forma tímida. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindlojas), Paulo Motta, explicou que apesar do aumento das despesas, o setor está otimista com o torneio e o faturamento do final do ano.

“Estamos projetando R$ 49 milhões em vendas com a Copa do Mundo. É um evento tradicional e que atrai o interesse do consumidor. Além disso, temos a Black Friday no dia 30 de novembro que também movimenta o comércio. A expectativa é registrar um crescimento de 15% a 20% esse ano, gerar 10 mil empregos na Bahia e efetivar 2 mil deles até fevereiro”, afirmou.

Na semana passada, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou a expectativa de R$ 1,48 bilhão em vendas no Brasil relacionadas diretamente à Copa do Mundo de 2022. O faturamento do varejo baiano será o maior previsto entre os estados do Nordeste. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-BA), Kelsor Fernandes, disse que o ramo de móveis e eletrodomésticos deverá responder por 34% da receita do setor em decorrência do evento.

"Em setembro, registramos que houve aumento de 6,7% na pesquisa por Smart TVs em lojas online, em comparação com agosto. Antes da Copa de 2014, as buscas foram 6,3% maiores e, em 2018, cresceram 5,3%", lembrou.

Para o presidente da Fecomércio, o setor tem três principais dificuldades a serem enfrentadas. A primeira é a taxa média de juros atual das operações com recursos livres aos consumidores, que se encontra no patamar mais elevado desde abril de 2018 e hoje é de 59,93% ao ano. Em segundo lugar, está a variação negativa de 7,8% da taxa de câmbio do dólar em relação ao real desde o início do ano. Por fim, o período pós pandemia, que pede que qualquer volume de venda seja comemorado, segundo Fernandes.

Confira outros dados sobre os pequenos empresários baianos:Dívidas – 42% deles não têm dívidas com empréstimos, 29% estão endividados e 28% estão com as contas em atraso. Em 37% dos casos, as dívidas representam de 30% a 50% dos custos mensais da empresa; Crédito - 30% dos empresários buscaram empréstimo bancários nos últimos três meses, 48% deles não conseguiu o dinheiro e apenas 52% conseguiram fazer algum investimento no negócio nesse período; Aluguel – 44% dos negócios funcionam em espaços alugados e 33% tiveram o valor reajustado nos últimos três meses; Virtual – 75% dos pequenos empresários utilizam redes sociais e aplicativos para fazer vendas; Pagamentos – 44% dos clientes preferem pagar com PIX, 25% com cartão de crédito e 15% em dinheiro; Expectativa – Para 25% dos entrevistados os desafios provocaram mudanças que foram valiosas para o negócio, outros 21% disseram estar animados com as novas oportunidades e apenas 5% acreditam que o pior já passou; Estados mais bem preparados para a Copa do Mundo:Roraima 82% Amapá 62% Amazonas 57% Tocantins 56% Pará – 55% Paraíba – 50% Piauí – 49% Goiás – 45% Bahia - 44% Alagoas e Sergipe – 43% *Com a colaboração de Larissa Almeida