Veja programas e benefícios oferecidos para os negócios suportarem os tempos de crise

88% dos micros e pequenos empresários tiveram queda no faturamento no mês de abril

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 4 de maio de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shuttersotock/reprodução

Um levantamento realizado pelo Sebrae mostrou que 88% dos micros e pequenos empresários tiveram queda no faturamento no mês de abril em virtude da quarentena de combate à pandemia da covid-19. 

Numa tentativa de minimizar as perdas de segmentos como o comércio varejista, moda, beleza, turismo, logística, transporte, alimentos e bebidas, governo e instituições financeiras vem liberando benefícios como o apoio para redução da jornada de trabalho dos empregados, ampliação de prazo para pagamento de impostos, financiamentos para atender as necessidades de cada negócio.

A analista do Sebrae-Bahia, Liliane Rocha lembra que, se o empreendedor é cliente de alguma instituição financeira, vale verificar as  possibilidades de crédito com o gerente de conta e quais são as opções disponibilizadas para a situação emergencial do covid-19. “Somente após de consultar a sua agência de relacionamento e não identificar uma linha factível para a sua realidade empresarial é que o empreendedor deve procurar no âmbito das instituições financeiras que oferecem a melhor linha de crédito emergencial, analisando as melhores, taxas, prazos, carências e as que estão sendo apoiadas pelo governo federal”, sugere, destacando que quem define a melhor opção de crédito é sempre o cliente.“Uma linha de crédito ideal para um empreendedor pode não ser tão atrativa para outro. É a realidade do negócio e a situação deste que definirá qual a linha de crédito mais factível para o empresário”, completa.

Suporte na crise

A coordenadora de Serviços e Operações Financeiras da Consulting Consultores Associados, Fernanda Pessoa, existem ofertas de recursos em bancos públicos, bem como nos bancos privados, que receberam recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social( BNDES) para trabalhar com taxas de juros reduzidas.

“Esses recursos são uma alternativa para o pequeno e micro empreendedor enfrentar esse momento caótico. Atendemos alguns empreendedores com este perfil, e já estão começando a obter resultados, o que nos leva a aconselhar que não desistam, e, caso precisem de apoio a nossa equipe está à disposição”, diz.

Fernanda salienta ainda que os recursos do BNDES são opções bem atrativas e que a instituição financeira disponibilizou linha que oferece R$ 5 bilhões distribuídos da seguinte forma: até R$ 360 mil, para microempresas, entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, para pequenas, e R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, para médias.

“Essas linhas possuem taxas a partir de 3,75% a.a. com prazo de 5 anos e carência de até 2 anos”, diz, pontuando que a maneira para se chegar nestes recursos é através dos agentes financeiros credenciados, a exemplo do Banco do Nordeste(BNB), Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e Santander.  

Longe das dívidas Além do crédito, a representante do Sebrae destaca outras alternativas como a  renegociação de dívidas, negociação de prazos com fornecedores e clientes, redução de custos, entre outras. “Outras opções devem ser consideradas  para que o empresário busque alternativas internas antes de buscar o crédito”, diz.

Para ela, não sendo possível ajustar estes fatores ou, ainda que ajustadas, se o empresário identificar uma real necessidade de capital de giro para manter a sua empresa, ele deve se atentar às condições das linhas de crédito disponibilizadas. “Mas esse crédito precisa ser planejado e o empresário deve se programar nos períodos de carência oferecidos por algumas linhas e adequar as parcelas”, ensina.

Fernanda Pessoa ressalta a importância de avaliar a taxa de juros, o período de carência para conseguir fôlego após o período de calamidade, e obviamente, adequar ao fluxo de caixa do negócio. “Além disso, é preciso decidir pela busca do recurso mais adequado a necessidade, pois há linhas disponíveis para folha de pagamento, capital de giro, e portanto, essa avaliação é que dará o norte para a melhor solução”, finaliza. Mais de 80% dos micros e pequenos empresários tiveram queda no faturamento no mês de abril em virtude da quarentena  ( foto: Shutterstock/reprodução) ONDE BUSCAR AJUDA

Considerando as ações de governo, o empresário poderá consultar todas as medidas que foram realizadas para superar este momento de pandemia. www.gov.br/vamosvencer.

Sebrae com as principais ações do governo

https://respostas.sebrae.com.br/CoronavirusMedidasGov

Sebrae disponibilizou, também, consultorias gratuitas para orientação financeira.

www.orientasebrae.com.br.

Conheça abaixo algumas das linhas de crédito disponíveis nesse período.

Para empresas com receita até R$ 300 milhões – Ofertada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha oferta R$ 5 bilhões distribuídos da seguinte forma: até R$ 360 mil, para microempresas, entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, para pequenas, e R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões, para médias.

Específica para folha de pagamentos – Com recursos do BNDES e disponibilizada pelos principais bancos do país (Bradesco, Itaú, Caixa, Santander e Banco do Brasil), essa linha é voltada para empresas com faturamento anual acima de R$ 360 mil até R$ 10 milhões. O crédito financia até 2 salários mínimos (R$ 2.090) e o que excede a empresa deve cobrir com recursos próprios.

Para fortalecer o capital de giro – A Caixa Econômica Federal disponibiliza para as micro e pequenas empresas crédito voltado para a modalidade de capital de giro, com juros reduzidos. As mínimas chegam a 0,57% ao mês. São ofertadas ainda linhas especiais com carência de até seis meses para aquelas empresas mais afetadas nos setores de comércio e prestação de serviços.

Iniciativa do governo – O governo também anunciou linha de crédito voltada para aliviar o caixa dos pequenos e micro empreendedores envolvendo fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os juros são de 2,5% ao ano e o limite de financiamento é de R$ 100 mil, para capital de giro, e de R$ 200 mil para investimentos. Com a expectativa de liberar R$ 6 bilhões, os recursos serão concedidos pelo Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco do Brasil.Fonte: Consulting