Veterinários fazem carreata pedindo prioridade na vacinação da covid na BA; vídeo

Ato aconteceu em Salvador

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 11 de abril de 2021 às 12:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Carmen Vasconcelos/CORREIO

“Não queremos furar fila, queremos apenas que seja respeitado a determinação do plano nacional de imunização e que sejamos vacinados na primeira fase, como está acontecendo em outros estados brasileiros. Estamos cansados de ver colegas sendo vitimados pela doença. Integramos serviços essenciais e estamos presentes na produção de alimentos, nas indústrias, no controle de zoonoses, em portos e aeroportos, nas clínicas”. 

O desabafo da auditora fiscal federal agropecuária e médica veterinária Elizabete Magalhaes foi acompanhado por outros tantos veterinários que se reuniram na manhã de domingo (11), no Parque da Cidade, num protesto em favor da inclusão desses profissionais na lista de profissionais da saúde vacinados na primeira fase na Bahia. 

Em carreata, os profissionais seguiram em direção ao Hospital Veterinário da Universidade Federal da Bahia, onde, segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária(CRMV), Altair Santana, metade do corpo clinico está contaminado com a  Covid-19. “Com a quantidade de profissionais contaminados, quem fica na ativa está sobrecarregado com o excesso de trabalho. Se os veterinários param de atuar, é grande o risco de desabastecimento de alimentos”, disse Santana.

Serviço essencial

O representante da CRMV ressalta que desde o início da pandemia, esses profissionais não pararam de atuar presencialmente, atendendo aos animais e seus tutores diretamente, ficando muito expostos. “Hoje, na Bahia, atuam cerca de 5 mil profissionais. Em Salvador, são 1.900 profissionais atuando em funções diversas, seja em clínica, na fiscalização, indústria e produção de alimentos, controle de zoonoses, entre outros”, pontuou, salientando que desde 1988, a profissão integra o rol da área de saúde no Brasil. Médicos veterinários querem a vacinação como já é feito em outras capitais brasileiras, seguindo as determinaçãoes do Plano Nacional de Imunização (Foto: Carmen Vasconcelos) A diretora da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – Bahia (Anclivepa), Morgana Freire diz que já foi realizado uma reunião com o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, que reconheceu a necessidade de priorizar esses profissionais, mas que até agora não conseguiram uma audiência com os representantes da Sesab. “Os profissionais de medicina veterinária integram o conceito de saúde única e coletiva, onde a saúde é voltada para os homens, ambiente e animais, então, não faz sentido que sejamos ignorados”, reforçou. 

Para a médica veterinária, a justificativa de que os profissionais não estão na linha de frente no combate à Covid-19 não se sustenta na medida em que médicos que atuam em outras áreas clínicas, fisioterapeutas e outros tantos profissionais que também não estão diretamente tratando da pandemia já foram imunizados. “Ao contrário do que acontece na medicina humana, não podemos fazer telemedicina e ao atendermos os nossos pacientes, a necessidade de conter um animal, por exemplo, nos coloca numa proximidade perigosa com os tutores”, finaliza Morgana.

Saúde única

O presidente da Anclivepa Sérgio Vidigal reforçou que os profissionais não querem furar fila, mas desejam continuar atuando como serviço essencial com o mínimo de segurança necessário. “No início da pandemia, recebemos treinamento para que pudéssemos atuar na linha de frente da Covid, caso houvesse necessidade, como é que agora não somos considerados? Trabalhamos todo esse tempo, garantindo a saúde única”, questionou. 

Os médicos-veterinários foram inseridos no plano nacional de imunização do Ministério da Saúde, orientação seguida em quase todos os estados do Brasil e suas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Luis, Maceió, Aracajú, Rio Branco, Teresina, Campo Grande, Cuiabá, Aracajú, Natal, Porto Alegre, Vitória, Palmas, Porto Velho e Florianópolis. A categoria é reconhecida como profissional de saúde há mais de duas décadas pelo Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Resol. 287/1998).

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) informou que não se manifestará neste caso em específico. Qualquer decisão de inclusão de grupos na vacinação é definido na Comissão Intergestores Bipartite.