Virada Sustentável de Salvador será em novembro; veja como inscrever projetos

Edital foi lançado no Vila Velha nesta quarta (11); inscrições terminam em um mês

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 21:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Matheus Tanajura/Divulgação
. por Foto: Tarlem Lima/Divulgação

A Virada Sustentável aporta em Salvador nos próximos dias 8, 9 e 10 de novembro, em mais uma edição que reunirá projetos artísticos, culturais, sociais e ambientais em prol de uma sustentabilidade para além do meio ambiente. O edital para inscrição de projetos, que irão integrar a programação, foi lançado na noite desta quarta-feira (11) com apresentação musical de Duo B.A.V.I., no Teatro Vila Velha.

O edital (clique aqui para acessar) fica aberto até 11 de outubro, e as inscrições são gratuitas. O projeto vai ocupar a cidade com uma programação inteiramente gratuita, agregando coletivos, artistas, oficineiros, empreendedores, escolas, universidades, organizações sociais, iniciativa pública e privada.

[[galeria]]

Maior festival de cultura, mobilização e educação para a sustentabilidade da América Latina, a Virada Sustentável reuniu, no ano passado, mais de 45 mil pessoas em quatro dias de atividades gratuitas, ocupando mais de 50 espaços da capital baiana (que também recebeu o projeto em 2016). 

A programação em 2018 contou com palestras e rodas de saberes, intervenções e performances artísticas, oficinas, projeções de filmes, teatro, dança, circo, feiras de artes, artesanato e economia criativa, exposições, grafite e artes plásticas, atividades esportivas e recreativas, contação de histórias, vivências, yoga e meditação, atividades culinárias, ações educativas e ambientais, e shows musicais.

“Foram mais de 200 atividades, criando um grande movimento de ocupação de Salvador, abrangendo de Itapuã a Cajazeiras, do Rio Vermelho ao Centro Histórico, passando pelo Solar do Unhão, Feira de São Joaquim, Barra e o Parque da Cidade. Conseguimos fazer uma grande articulação e mobilização com toda a sociedade, um mapeamento de mais de 100 projetos, compartilhados coletivamente e que possibilitaram a promoção de atividades de formação e do conhecimento, culturais e de mobilização social”, destacou a gestora da Virada Sustentável Salvador, Alice Barreto. Foto: Divulgação Boa impressão Quem participou no ano passado aprovou a organização do evento. Foi o caso de Sérgio Oliveira, idealizador do projeto Remo Sem Fronteiras, que promove aulas gratuitas de remo para crianças e jovens das comunidades da Gamboa, Preguiça e Pituaçu, e pessoas portadoras de deficiência física (incluindo equipes e atletas profissionais).

"Participar da Virada concretizou o que já fazemos no dia a dia, que é conscientizar as crianças e jovens sobre a importância de preservação da natureza, reciclagem e adoção de hábitos sustentáveis, além da inclusão soco através do esporte, aproveitando essa bandeira também para a construção cidadã", comentou Sérgio, que representou o projeto de 20 anos de atividades, com mais de 600 jovens atendidos e mais de 100 portadores de deficiência diretamente beneficiados.

Marcos Prisk, um dos idealizadores do MUSAS, primeiro museu de streat art de Salvador, também elogiou a iniciativa. "A Virada é fundamental pra promoção da cultura, porque fomenta diversas ações, une pessoas e bairros, principalmente as regiões e comunidades mais carentes, que necessitam de uma atenção maior. E, no meu caso, o grafite é um veículo de visão do que é a arte e a cultura na Bahia. Na edição passada da Virada, nós fizemos uma 'Virada de Grafite', com 24 horas para pintar, sem parar, um mural na Preguiça, retratando a beleza da Baía de Todos os Santos, o axé, o carnaval e a beleza do negro, contando também com a participação de outros grafiteiros da cidade", relembrou. Foto: Divulgação May Irineu e Rajan Irineu ("Irmãos Irineu"), terapeutas tântricos, contam que na edição passada fizeram uma oficina de autoconhecimento e práticas de meditação. "A Virada é uma oportunidade imprescindível de movimentação cultural por toda a cidade e acessível a todas as pessoas. Por isso, já é incrível", afirmou May.

"Para essa edição, estamos com bastante expectativa de virar a cidade e as pessoas, fomentando a expansão de consciência e o autoconhecimento, porque estamos falando de sustentabilidade e é importante trazer isso para o dia a dia, com o incentivo e a promoção de atividades que contribuam para a autogestão da saúde mental, com mais qualidade de vida e bem estar. A Virada pulsa e a nossa vida também!", comentou Rajan. Foto: Marcelo Moraes/Divulgação O Centro Pulsa Com a proposta conceitual “O Centro Pulsa - a vida em movimentos”, a proposta para este ano é de resgatar o processo histórico, criativo e sociocultural de fundação da primeira capital do Brasil. Alguns locais já estão sendo mapeados, focando no conjunto de bairros que formam o Centro Antigo da cidade (CAS) – considerado o maior sítio patrimonial da América Latina.

“É um convite pra gente deslocar o olhar decolonial sobre o CAS, percebendo como toda a sua estrutura material e produção simbólica, cultural, tecnológica e ancestral permeiam e afetam a vida das pessoas, bem como de que forma essas mesmas pessoas performam o próprio Centro Antigo. A proposta do Festival, no entanto, se estende a toda cidade, sempre buscando resgatar, preservar e valorizar os alicerces de formação de Salvador e das raízes de constituição de sua gente”, explicou Alice Barreto.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável O Festival é apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e fundamentado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Para esta edição, a Virada se fundamenta em 10 ODS: Erradicação da Pobreza; Saúde e Bem Estar; Educação de Qualidade; Igualdade de Gênero; Trabalho Decente e Crescimento Econômico; Redução das Desigualdades; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Vida na Água; Paz, Justiça e Instituições Eficazes; Parcerias e Meios de Implementação.

A programação será montada a partir dos projetos inscritos gratuitamente, válido para Pessoa Física e Pessoa Jurídica. Serão contempladas propostas dentro das modalidades: atividades artísticas que necessitem de financiamento, projetos que precisem de estrutura ou espaço para realização, e projetos independentes e autossuficientes. 

Cada proponente poderá se inscrever individualmente ou como representante de um grupo. O edital também vale para se inscrever como voluntário, para trabalhar durante os três dias do evento.

“O Festival está em busca de projetos inspiradores, com uma abordagem positiva e propositiva, que apontem caminhos e soluções possíveis para construir a sociedade que desejamos”, afirmou o coordenador da Virada, Maurício Galvão. “É um convite, portanto, a pensarmos, criarmos e produzirmos juntos, em torno de propostas que englobem e envolvam o máximo de ODS possíveis, prezando pela qualidade dos conteúdos”, enfatizou.

A Virada Sustentável é uma correalização do Instituto Virada Sustentável e Rede AMO de Comunicações Socioculturais, e realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Pátria Amada Brasil Governo Federal. Nesta 3ª edição na capital baiana, via Lei de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio da CMPC e Uber Eats, copatrocínio da Liberty Seguros, apoio institucional do Governo do Estado da Bahia e da Prefeitura Municipal do Salvador, e a parceria do Salvador Meu Amor.

O Festival foi criado em 2011, em São Paulo. De lá pra cá, reuniu um público de mais de 7,7 milhões de pessoas em 25 edições, passando por sete estados e nove cidades, como Rio de Janeiro, Manaus e Porto Alegre, entre outras, além de Salvador - em 2016 e no ano passado.