Vírus pressiona os principais sistemas de saúde na América Latina

Há relatos de hospitais cheios no Peru e pressão sobre o sistema de saúde no Chile

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  • Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2020 às 08:33

- Atualizado há um ano

O avanço do coronavírus também preocupa outros países da América Latina. Há relatos de hospitais cheios no Peru e pressão sobre o sistema de saúde no Chile, que também registra protestos. No Equador, a doença atingiu o sistema carcerário.

Os hospitais de Lima estão prestes a entrar em colapso e faltam equipamentos, pessoal, camas, ventiladores, oxigênio e outros suprimentos. "É como um filme de terror, dentro (do hospital) parece um cemitério, os pacientes morrem em cadeiras de rodas", disse o enfermeiro Miguel Armas, do Hospital Hipólito Unanue, de Lima. O Peru ultrapassou a marca de 111 mil infecções e 3 mil mortes.

O México, segundo país mais populoso da América Latina com 126 milhões de habitantes, tem 54 mil casos e 5.560 mortos. Com 9 milhões de habitantes, a capital é a região mais afetada, com 16.758 infectados e 1.461 mortes. A chefe do governo da capital, Claudia Sheinbaum, disse que 80% dos leitos estão ocupados na Cidade do México.

A Argentina registrou mais de 700 novos casos ontem e tem um total de 10 mil infecções, segundo informou o governo. Pelo menos 90% das infecções estão concentradas na cidade de Buenos Aires e seu entorno, que reúne cerca de 14 milhões de pessoas. O total acumulado de mortes aumentou para 419 no país.

O Chile, que vivenciou seis meses de crise social antes da pandemia, já ultrapassou a marca de 60 mil casos e protestos em Santiago se espalharam para denunciar a falta de comida. "É uma grande batalha da qual ninguém pode se distanciar", disse o ministro da Saúde Jaime Mañalich, que alertou sobre o risco de "pressão na rede de saúde" nos próximos dias.

O Equador, gravemente afetado com mais de 35 mil casos e 3 mil mortos, enfrenta novo problema: dois terços dos presos de um presídio estão infectados. As cidades mais afetadas são o porto de Guayaquil e a capital, Quito. Com mais de 18 mil casos e 652 mortes, a Colômbia impôs o confinamento geral desde 24 de março, e vê o vírus prejudicando diversos setores da economia, como a colheita do café. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.