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Carmen Vasconcelos
Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 07:48
- Atualizado há 2 anos
Nem só de samba se fez o tributo às ancestralidades, na primeira noite de Carnaval no Campo Grande. A capoeira também foi saudada no bloco que tem ela no nome na quinta-feira (21) de folia. >
Comandado pelo músico Tonho Matéria, o Bloco da Capoeira entrou na passarela já de madrugada e trouxe como tema desse ano a integração dos povos brasileiros por meio das figuras do Índio, o Negro africano, a Capoeira e o Afoxé. De acordo com Matéria, a proposta é contar a história do Carnaval negro em Salvador, de 1889 até os tempos atuais. “Temos um legado de resistência e permanência que se expressa nesse desfile”, destacou.>
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Ainda novata nas gingas e mandingas da arte marcial que também é uma dança, a assessora parlamentar Glenda Lima , 36, mal conseguia conter a animação diante da possibilidade de acompanhar o bloco. Desde que começou a praticar, ela diz que sua visão de mundo foi modificada pela experiência.>
“É mais do que gingar e tonificar o corpo, é sobre ter a certeza de que o grupo de capoeira é uma extensão da família e que as quedas são importantes para se firmar, afinal, como dizemos, o chão é o melhor amigo de um capoeirista”, diz ela que até criou um perfil nas redes socais para contar a trajetória de iniciante e os aprendizados do processo.>
O Bloco da Capoeira fez uma referência aos Orixás na sua ala de frente e próprio Tonho Matéria. Estava vestido com adereços azuis , numa alusão ao orixá Ogun.>
A força da religiosidade também chegou manifesta no desfile do Bankoma, que significa povo reunido em festa, na língua Banto. Com 3,5 mil integrantes, o bloco de Portão entrou na Avenida ao som da percussão, numa alusão clara às origens do grupo cultural, que nasceu no solo sagrado do Terreiro de Joãozinho da Goméia.>
Se dizendo arrepiada diante do espetáculo, a turista Letícia Barreto, 24, lamentou apenas o atraso dos desfiles. “É tão intenso e bonito. Uma pena que desfile tão tarde”, lamentou por não poder apresentar o bloco aos sobrinhos, que não aguentaram ficar na até a passagem. Além de Salvador, o Bankoma também se apresenta em Lauro de Freitas, onde realiza um desfile sem cordas para a comunidade de Portão.>
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