Vizinhos relatam insegurança em área onde menino foi morto jogando bola

Rua onde Davi Lucas Santos foi baleado é rota de fuga para ladrões: 'Aqui é 15 dias sem ver viatura'

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 19 de agosto de 2022 às 13:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Wendel de Novais/CORREIO

Roubos diários contra pessoas, bares, lanchonetes e lojas. É essa a realidade relatada por moradores da Rua São Francisco, em Jauá, onde um menino de 10 anos morreu enquanto jogava bola na noite de quinta-feira (18). De acordo com quem vive no local, a região e o distrito de Jauá como um todo - que pertence a Camaçari -, são alvos constantes de criminosos por conta da falta de policiamento, como relata Djalma Ribeiro, 38 anos, varredor que é nascido e criado no local. 

"Toda noite aqui em Jauá é assim, assaltos diários mesmo. E aqui é 15 dias sem ver uma viatura policial. Está aqui hoje, mas nunca é assim. Temos uma sensação de insegurança muito grande e de abandono também. São muitos os casos de gente roubando celular, bolsa e quem estiver na rua", afirma ele, pedindo por mais atenção das autoridades de segurança para o distrito.

Também morador da Rua São Francisco, o ajudante de pedreiro Paulo Vitor dos Santos, 38, endossa as afirmações de Djalma. Segundo ele, as ações de violência são tão comuns que parecem já uma tradição na área, que serve como rota de fuga.

"Eles saem fazendo o rodo de assalto e vêm de Vilas, da Bela Vista e de outros lugares por aqui para fugir por essa região. Isso é diário, parece até religioso: todo dia você vê uma moto passando aqui correndo em fuga dos assaltos que fazem na área", fala Paulo Vitor.  (Foto: Reprodução) E os roubos não se limitam a quem é encontrado na rua e nos pontos de ônibus nos distritos. Comerciantes também são alvos comuns dessas ações. É isso, pelo menos, que garante Djalma.

"Até os comerciantes aqui sofrem com isso. Esses dias chegaram em um bar da área e acabaram com tudo, bateram na cara de gente e quebraram as coisas, metendo o terror. E são os mesmos que fazem esses assaltos há pelo menos oito dias e voltam porque têm a certeza que não existe polícia aqui", reclama. 

O artista Wilson Santos, 52, mora em Jauá desde que nasceu e afirma que a situação não é nova, mas tem piorado nos últimos meses. Segundo ele, quem mora na região vive sempre sob o medo de ser vítima.

"Estamos assustados porque acontece muito roubo e não há qualquer combate contra eles, que ficam voltando toda hora. Uma área insegura onde é constante assalto, episódios de violência e não há uma presença da polícia militar. Aqui parece que o 'Bang Bang' é liberado", completa.