Você conhece Maria, a mulher que é a cara de Salvador? 

Se Salvador fosse uma pessoa, ela seria Maria: uma mulher parda e viveria em Brotas

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  • Da Redação

Publicado em 29 de março de 2019 às 10:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Sora Maia/CORREIO

Para cada um que vive - ou passeia - na capital, Salvador representa uma coisa. Seja em forma de cheiro, clima, cor, lugar, gente... a capital é plural.

Mas e se Salvador fosse uma pessoa, como eu, como você, quem ela seria? Para aguçar o imaginário dos soteropolitanos, no dia em que a cidade completa 470 anos de muita história, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), botou a mão na massa e descobriu, com base nas estatísticas mais recentes, que a cidade seria uma mulher, trintona, parda, solteira, e com casa própria. 

Ela se chamaria Maria, nome mais popular de Salvador. Assim como a maioria das mulheres da cidade, Maria seria solteira, mas, provavlmente, com uma possível união estável não oficializada. Religiosa, frequentaria a igreja católica. 

E de deslocamento de casa até o emprego - Maria trabalha no comércio - costuma gastar até uma hora. Chegou a concluir o ensino médio, ganha, em média, R$ 2.580,00, e tem uma família relativamente pequena.

O IBGE afirmou que "a capital do nosso estado é uma cidade que exalta e respeita a diversidade, cuja principal riqueza está justamente na mistura. Nos orgulhamos disso". O IGBE, então, criou uma espécie de perfil para nossa trintona, nas palavras deles, como forma de homenagear a cidade. "Para essa Salvador, e todas as outras 2,9 milhões de pessoas que fazem da cidade o que ela é, desejamos um feliz aniversário e muitos anos de desafios vencidos!".Veja perfil e estatística completaUma mulher  Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2017, as mulheres representavam 54,0% da população soteropolitana, somando 1.594.532 dos 2.954.045 moradores da capital baiana. Parda  A mesma PNAD Contínua informa que, em 2017, as pessoas que se autodeclaravam pardas representavam a maior parcela dos soteropolitanos: 45,6% do total, ou 1.347.002. Trintona A PNAD Contínua mostra ainda que, em 2017, a maior parcela da população de Salvador tinha entre 30 e 39 anos de idade. Eram 530 mil pessoas nessa faixa etária, o que representava 18,0% dos moradores da capital. Ensino médio completo  Em 2017, perto de 7 em cada 10 soteropolitanos (66,3%) de 25 anos ou mais de idade tinham ao menos o ensino médio completo, o que corresponde a 1,3 milhão de pessoas, num total de 1,9 milhão nessa faixa etária. Os dados também são da PNAD Contínua. Católica  Segundo o Censo Demográfico 2010 (única pesquisa que investiga a religião da população), pouco mais da metade dos moradores de Salvador se declaravam católicos apostólicos romanos naquele ano: 51,6% ou 1,4 milhão de pessoas. Chamada Maria  Em 2010, também segundo o Censo, Maria era o primeiro nome mais popular na capital baiana (assim como no estado e no país como um todo). Naquele ano, havia 119,5 mil Marias em Salvador (nome sozinho ou composto). Solteira, mas provavelmente numa união não oficializada  Ainda segundo o Censo (única pesquisa que investiga o estado civil e conjugal da população), pouco mais da metade das pessoas de 25 anos ou mais de idade, em Salvador, eram solteiras em 2010 (51,7% ou 855,7 mil soteropolitanos). Entretanto, desses solteiros, 42,5% (363,8 mil pessoas) afirmavam que, apesar do estado civil declarado, viviam numa união conjugal não formalizada. Que vive em Brotas  Tabulando-se os dados do Censo Demográfico 2010 segundo a divisão territorial dos bairros definida por lei municipal em 2017, a estimativa é que Brotas fosse o bairro mais populoso da capital baiana, com 70.158 moradores, ou 2,6% do total. Mora numa casa, que é própria e já paga  A PNAD Contínua aponta que, em 2017, 6 em cada 10 domicílios soteropolitanos eram casas (61,6% do total, ou 675 mil dos 1,097 milhão de residências na capital). Além disso, quase 7 em cada 10 residências (67,8% ou 744 mil) eram próprias e já pagas. Tem uma família pequena  Em 2017, a média de pessoas por domicílio em Salvador ficava entre 2 e 3 (2,7), segundo a PNAD Contínua. Trabalha, como empregada, em atividades de serviços ou no comércio  A PNAD Contínua trimestral mostrou que, em 2018, quase 6 em cada 10 moradores de Salvador estavam trabalhando, a maioria deles na posição de empregados.  Um total de 1,4 milhão de soteropolitanos de 14 anos ou mais de idade estavam ocupados, o que representava 58,5% da população nesse grupo etário.  Desses, 66,9%, ou 983 mil, atuavam como empregados, na iniciativa privada ou no serviço público, com ou sem carteira assinada.  A mesma pesquisa informa que, em 2018, a maior parcela dos trabalhadores soteropolitanos (27,7% ou 408 mil pessoas) atuavam no setor de serviços ou no comércio. Ganha em média R$ 2.580 por mês  A informação também vem da PNAD Contínua trimestral de 2018. Trata-se do rendimento médio mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos, das pessoas ocupadas em Salvador. Gasta entre 30 minutos e 1 hora por dia para ir de casa ao trabalho  O Censo 2010 (único levantamento que trata desse tema) apurou que, naquele ano, cerca de 4 em cada 10 moradores de Salvador que trabalhavam fora demoravam entre 30 minutos e 1 hora se deslocando diariamente de casa para o trabalho: 38,6% do total ou 350 mil pessoas.