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Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2021 às 16:38
- Atualizado há 2 anos
Pela primeira vez, o técnico Wagner Lopes teve a semana livre para treinar o Vitória. Desde que chegou, há 15 dias, ele já comandou o time em três jogos, e tem a dura missão de tirar o Leão do Z4 da Série B. Para o treinador, esse tempo foi fundamental, não só para promover ajustes na equipe, mas para a própria recuperação física dos jogadores>
"Foi uma semana importante, de recuperação. Claro que nós trabalhamos muito. Procuramos trabalhar a circulação de bola com mais fluidez, ser um pouco mais rápido na troca de corredor. Simulamos construção ofensiva a partir do goleiro. Aproximar mais rápido para jogar. Procuramos trabalhar também a compactação entre os setores para o time não ficar espaçado, procurar manter os 30 metros que a gente pede. E cada dia com um objetivo diferente, buscando do mais simples para o mais complexo, dentro da pedagogia de trabalho da gente fazer com que o jogador entendesse o que está pedindo. Demos um pouco de ênfase na bola parada, com circulação, triangulação no último terço", disse Wagner."Quando a gente tem uma semana aberta depois de uma sequência duríssima que foi, a primeira nossa, a gente procurou recuperar os jogadores, ao mesmo tempo fazer o que a gente precisava. Na semana seguinte, acredito que a gente vai ter mais aquisição, poder trabalhar com uma intensidade maior, poder melhorar alguns aspectos. É uma parceria, uma construção jogo a jogo, dia a dia. A gente vai buscando um melhor entendimento do grupo, melhores opções para poder simular essas situações. Mas passar confiança, passar raça, determinação, que a gente vai precisar muito nesse próximo jogo", completou.O próximo desafio do Vitória será contra o Náutico, neste domingo (29), às 16h, no estádio dos Aflitos, em Recife. Entre os 21 relacionados, estão o lateral-direito Raul Prata, que havia sido poupado no jogo passado, contra o Guarani, o zagueiro Thalisson Kelven, recuperado de problema no ombro. Wagner comentou sobre os retornos dos dois jogadores.>
"Thalisson está mais confiante com relação ao ombro, ele já sente menos dor, ainda tem ritmo de jogo, tem uma situação que a gente precisa fortalecê-lo ainda nesse contato físico, porque, quando você tira o ombro do lugar, é uma coisa complicada depois. Vem treinando bem também, mas ainda precisa de ritmo, e a gente tem essas duas opções aí. Deixa a gente muito feliz", disse.>
Além da chance de escalar os dois jogadores, o técnico também comentou sobre uma possível mudança tática. Seu antecessor no comando do Vitória, Ramon Menezes, gostava de montar a equipe com três zagueiros nas partidas fora de casa. Wagner diz também ser fã do esquema, mas ponderou que precisaria de mais tempo para colocá-lo em prática."Eu, particularmente, gosto muito do 3-4-3. Mesmo jogando, teoricamente, com um homem a mais na defesa e um homem a menos no meio de campo, se você tiver as peças com as características certas, você consegue um time bem ofensivo. Mas você precisa de um pouco mais de tempo pra você testar essas situações, e o campeonato da Série B é um campeonato muito duro. Qualquer erro de avaliação, fazer teste nos jogos, você pode tomar um dois, três, quatro gols. Perde a confiança, o teu jogador sente isso, e para recuperar é muito difícil", afirmou."A gente tem que ter bom senso, tem que contar com todas as possibilidades quando você faz alterações grandes e, gradativamente, ir conscientizando jogador do que se está pedindo. Conquistar a confiança do jogador e, principalmente, ele estar satisfeito e feliz na hora da execução", seguiu.>
Confira outros trechos da entrevista de Wagner Lopes:>
Diagnóstico para escapar do Z4 O diagnóstico que eu faço é, independente de qualquer tipo de crise financeira, qualquer uma que seja, a gente precisa de união e companheirismo. Isso a gente está conseguindo aqui. Organizar o time da melhor maneira possível, você ter disciplina, você ter planejamento. Obviamente que os nossos problemas a gente internaliza, a gente não verbaliza pra fora, mas a gente tenta resolver da melhor maneira aqui. Somente união e companheirismo é que vai nos tirar dessa situação. Então é jogo a jogo, dia a dia, buscar vencer os jogos. Isso sim vai fazer com que o Vitória saia da zona de rebaixamento.>
Ajustes no time São processos que estão em andamento. A compactação é uma coisa que a gente preza muito, não deixar espaços entre os setores. Quando está sem a bola, marcar agressivo o homem da bola, não dar espaços para jogar. Claro que, em muitos momentos, a qualidade do adversário te empurra para trás, mas, na medida do possível, adiantar a marcação, principalmente no tiro de meta. Ficar atentos na primeira e segunda bola. Todos são processos que estão em andamento para a gente melhorar. Lógico que ganhamos um jogo importante contra o Guarani em casa, mas não é quando ganha que está tudo certo, nem quando perde está tudo errado. Temos coisas a corrigir. Mas são processos. Por exemplo, a gente precisa finalizar melhor as jogadas, o último terço, tomar a decisão melhor, ou atravessar a bola entre o goleiro e o zagueiro, até mesmo ir para o drible, tentar a individualidade, tentar decidir no um contra um. Estamos trabalhando em cima disso.>
Estudo sobre o Náutico Você pode ter certeza que a gente estudou muito, assim como eles também nos estudaram. A gente sabe, nas inversões, bola longa, eles têm muita essa velocidade nas beiradas, principalmente Vinícius, é um cara que cria muita oportunidade de gol. Então o nosso time tem que estar atento nessa bola longa, ficar atento na primeira e segunda bola. A circulação de bola deles é rápida para pegar o Jean Carlos para finalizar de médio longa distância. Muitas triangulações. Fazem triangulações e gostam do enfrentamento de um para um. Bryan é um lateral que ultrapassa bastante, mas gosta de jogar por dentro também, para dar a beirada para o externo, que Vinícius usar no um contra um. Fazem o facão. Os dois, tanto Hereda de um lado, que ultrapassa muito, tem um bom cruzamento na área. Todo cuidado é pouco para que a gente faça um bom jogo e saiba aproveitar o que nós estudamos do adversário.>
Mudar esquema Eu gosto muito quando você pode fazer uma mudança de sistema de jogo. Se você observar bem, no jogo contra Guarani, nos últimos oito, nove minutos, nós colocamos um zagueiro a mais, tiramos o centroavante de referência, centralizamos o Marcinho, fizemos um 3-4-3, que, na fase defensiva, se transformou num 5-4-1. Eu vejo que você para usar três zagueiros, você precisa de três, quatro, às vezes até seis meses de trabalho para encaixar todas as peças, para se conhecerem, saberem onde está, como está. É um processo um pouco mais demorado. São 13 dias de trabalho apenas. Thalisson está voltando agora, nós estamos buscando melhor entrosamento dele, recuperação de tempo de bola, recuperação de jogo. Mas é possível, sim, a gente usar esse sistema, o 3-4-3, porque a parte defensiva fica bem sólida, mas tem que ter atitude, tem que ter vibração, garra, raça. Você pode colocar qualquer sistema de jogo, se execução não for bem feita nas ações, você não consegue melhorar.>
Náutico com novo técnico É claro que troca do treinador zera. Todo mundo se vê com possibilidades, com oportunidades. Marcelo [Chamusca] é um grande cara, um grande treinador. Tive o prazer e a honra de fazer a licença A com ele. Tanto com ele quanto com irmão dele, Péricles. São duas pessoas sensacionais, excelentes profissionais também. Eu enfrentei Chamusca no Botafogo, eu estava no Vila Nova. A gente sabe os conceitos, a gente conhece mais ou menos a maneira de pensar, e a gente sabe que tem que respeitar o adversário porque tem um grande treinador. A gente vai fazer nosso melhor para buscar um ótimo resultado lá em Recife.>