Wassef nega injúria racial: 'Não sou racista, meu pai tem cabelo bem pixaim'

Advogado é acusado de chamar funcionária de pizzaria de "macaca"; ele disse ainda que "já namorou uma negra"

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  • Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 13:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Suspeito de cometer crime de injúria racial contra a funcionária de uma pizzaria em Brasília, Frederick Wassef, ex-defensor da família Bolsonaro, negou ser racista. “Já namorei uma negra, o meu avô, pai de meu pai, era mulato, meio mulato. Não sou racista. Inclusive, meu pai mesmo tem o cabelo bem pixaim, encaracolado”, disse ao jornal O Globo.

A acusação partiu da atendente de uma loja da rede Pizza Hut, que relata que Wassef reclamou da pizza que tinha comido e a agrediu verbalmente, chamando-a de “macaca”. A vítima, que não teve identidade divulgada, conta que o advogado é cliente assíduo da pizzaria e tem o hábito de ofender os funcionários.

Após o ocorrido, o gerente da loja acompanhou a funcionária até a delegacia e se colocou à disposição para ser testemunha do caso. Ele afirma ter ouvido Wassef chamá-la de “macaca” e confirmou os rumores de reclamações de outros funcionários sobre o cliente. O caso, que ocorreu na noite de domingo (8), teve a queixa registrada nesta quarta-feira (11), de acordo com o Boletim da Polícia Civil.

Segundo Wassef, as ofensas nunca existiram e são um plano do gerente da loja para prejudicá-lo. O advogado acredita ser uma vítima de crime de calúnia, e novamente, alvo de uma conspiração. Ele prestou queixa contra a funcionária por denunciação caluniosa, nesta quinta-feira (11).

“Quem está patrocinando isso? Quem está por trás disso? Arquitetaram um plano. Alguém contratou, patrocinou e pagou advogados caros e famosos de Brasília. Em nenhum momento eu chamei a moça de macaca, nem chamei de negra. Importante dizer, ela não é negra”, diz o advogado.

Um dos motivos de procedência duvidosa apontados por Wassef é o fato de não existir registro de foto ou vídeo do momento. Para o advogado, o gerente do local teria desenvolvido este plano acusatório por ser um “antibolsonarista radical”. Além disso, o defensor diz que já foi destratado pelo gerente várias vezes.

Wassed disse também que está confiante que vai conseguir provar a armação. Ele admite ter reclamado da pizza porque estava crua, o que teria deixado a funcionária contrariada. O advogado garante que após o incidente apenas pediu a conta, pagou e foi embora.

O advogado do grupo Pizza Hut, Bernardo Fenelon, que acompanhou a vítima durante depoimento, disse para O Globo que não irá comentar o caso.

* Com supervisão do editor Wladmir Pinheiro