Yoga para todos os corpos: aula no MAM reúne cerca de 100 pessoas  

Museu teve segunda aula gratuita do Coletivo Ser Yoga neste domingo (17) 

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  • Marcela Vilar

Publicado em 17 de outubro de 2021 às 19:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcela Villar/CORREIO

Jovens, idosos, crianças, homens, mulheres, brancos, negros e mestiços. Esses foram os que participaram da aula de yoga gratuita, no Museu de Arte Moderna (MAM), na tarde deste domingo (17), promovida pelo Coletivo Ser Yoga (CSY), que reuniu cerca de 100 pessoas. Foi a segunda aula do ano realizada no estacionamento do museu, com vista privilegiada para o pôr-do-sol da Baía de Todos os Santos.  

Alguns experimentavam a prática, originária da Índia, pela primeira vez. “É minha primeira vez aqui. Minha amiga me chamou para conhecer e vim para relaxar”, diz a administradora Monica Oliveira, 40, convidada pela amiga de infância, Rafaela Nascimento, 40, que trabalha na Universidade Estadual da Bahia (Uneb). “Já faço há dois anos, todo final de semana, e me interessei pela aula porque sempre venho aqui no MAM a trabalho”, conta Rafaela.   As amigas Mônica e Rafaela foram com os próprios tapete de yoga fazer a aula no MAM. Crédito: Marcela Villar/CORREIO. Outros já eram veteranos na prática, como os estudantes Thamires Magalhães, 23, e Pedro Oliveira, 23. O casal de amigos já queria fazer a aula no MAM desde 2019, mas a pandemia e os compromissos da vida impediram que viessem antes. “Hoje, a gente decidiu vir, com muita vontade. Praticamos há mais ou menos um ano e meio, desde o começo da pandemia”, narra Thamires. “Estava precisando extravasar e, na pandemia, a yoga foi a válvula de escape”, conta Oliveira. Eles vieram de longe - moram nos bairros de Mata Escura e Novo Horizonte. “Vale a pena, por foi uma boa experiência”, diz Thamires.   Praticantes de yoga, Thamires e Pedro experimentaram a aula gratuita no MAM pela primeira vez. Crédito: Marcela Villar/CORREIO.  O propósito do coletivo é democratizar a prática indiana, para qualquer tipo de corpo, idade, força e flexibilidade. “O Coletivo Ser Yoga tem a intenção de ocupar os espaços públicos com a prática de yoga, sem fins lucrativos, com a possibilidade de oferecê-la para todos os corpos. Ela é bem acessível, não é difícil, e tem o objetivo de ajudar as pessoas a meditarem e relaxarem”, explica uma das instrutoras, que faz parte do CSY, Thainá Soares. O grupo, formado por 11 pessoas, já ocupou o Pelourinho, Parque da Cidade e feiras artesanais de Salvador.  

Até para quem não tem ou levou tapete, improvisou com uma toalha, canga de praia e similares. “A gente vem com o que tem mesmo. Gosto do MAM porque é esse espaço cheio de diversidade e dá para relaxar a mente, curtindo o pôr-do-sol”, relata a estudante Ágata Andrade, 20, que veio com a namorada, a artista plástica Carine Tavares, 27.  

As duas já tinham feito yoga antes da pandemia, em um curso presencial gratuito. “Gosto porque me sinto muito mais relaxada, meu corpo mais tranquilo, minha coluna melhor. E a yoga nos dá essa possibilidade de conhecer nosso íntimo, nossas chácaras”, afirma Carine.   Segunda aula gratuita de yoga no MAM reuniu cerca de 100 pessoas. Crédito: Marcela Villar/CORREIO. A professora Aline Olliva Estrella, 41, levou a amiga, Fátima Sales, 67, para fazer o exercício. A professora é frequentadora assídua do museu, mas nunca tinha feito aula de yoga. “Vim para conhecer a prática, como eles trabalham, e estava um dia lindo, com o pôr-do-sol. Achei muito bacana a diversidade de etnias, é um espaço muito democrático. Vou postar nas redes sociais para chamar o povo para vir para a próxima”, brinca Aline.  

Já Fátima veio se conectar com a natureza da Bahia. Ela é carioca, mora em Salvador há 15 anos, mas ainda não se acostumou com as paisagens. “É impressionante como a Baia tem tanta beleza para você aproveitar gratuitamente. Poder fazer yoga com um cenário desse é muito privilégio. As pessoas acham que precisa sempre gastar dinheiro para se divertir, mas não precisa. Dá para se desligar e contemplar a natureza sem pagar um centavo”, elogia a aposentada.  

A aula teve apoio de Bruno Freitas, Manuela Costa, Telma Bunni, Ludimilla Cerqueira e Fernanda Scher. O coletivo é composto por professores da Bahia capacitados pelo método tradicional do Hatha Yoga, através do YogaBahia, em associação ao Instituto de Ensino e Pesquisas em Yoga (São Paulo) e o Instituto do Kaivalyadhama (Lonavla, Índia). 

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Exposição  Além da yoga, os baianos aproveitam a exposição em cartaz ‘O Museu de Dona Lina’, aberta até 19 de dezembro, de terça a domingo, das 13h às 17h, o Café e Pátio do museu, que ficam abertos das 12h às 20h, para aproveitar a tarde de domingo. 

Outras inaugurações estão por vir. Até início de dezembro, o MAM promove o ‘Espaço Lina Bo Bardi’ como sala permanente dedicada a arquiteta ítalo-brasileira para exposições, ações educativas e outras atividades do museu. Além disso, será inaugurado o ‘Espaço Unhão’ que vai tratar do local onde está o MAM, equipamento da Secretaria de Cultura da Bahia, habitado por mais de 400 anos.  

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro