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Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 23:55
- Atualizado há 2 anos
O cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, entrou com uma ação judicial contra a ativista pelos direitos dos animais Luisa Mell por danos morais.>
O sertanejo pede uma indenização de R$ 30.731,00 por ter sido acusado de maus-tratos a animais enquanto realizava romaria de Camanducaia (MG) a Aparecida (SP). As informações são do G1.>
No final de setembro, Luisa publicou um vídeo nas redes sociais criticando a postura do artista. "Se a promessa é um sacrifício que a pessoa vai fazer, qual o sentido em condenar um animal a pagar? Por que não vai a pé? Por que não vai de bicicleta? Por que não ajoelha no milho? Todos os anos, recebo centenas de vídeos de cavalos, burros, mulas sofrendo todo tipo de maus-tratos em romarias. Em dezembro de 2020 jogaram um cavalo de uma ponte ainda vivo porque ele não aguentava mais andar", declarou a ativista. A defesa de Zé Neto alega, entre outras coisas, que a publicação feita por Luisa Mell é inverídica e causou prejuízos negativos à imagem do cantor. Os advogados ainda solicitaram que Mell apague o vídeo no qual fala sobre a romaria. O juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão, da 35ª Vara Cível de São Paulo, estipulou prazo de dois dias para a ativista remover a publicação das redes sociais. “A despeito da cognição sumária, própria deste momento processual, há elementos que sustentam a tese defendida pelo autor no sentido de que a postagem feita pela ré - composta de um vídeo e uma legenda - divulga fato inverídico, qual seja, o de que o autor teria realizado uma viagem de 1180 km montado em um único burro para pagar promessa, quando, de acordo com os documentos que instruem a inicial, a rota entre Camanducaia e Aparecida tinha aproximadamente 141 km, foi percorrida em cinco dias, com revezamento entre os animais, os quais tiveram acompanhamento de dois médicos veterinários, que asseguraram as normas de bem-estar dos animais", escreveu o magistrado. O juiz ainda comentou sobre a fama de Luisa Mell e o quanto suas publicações podem gerar impactos, uma vez que sua conta onde foi a realizada a postagem tem quase quatro milhões de seguidores.>
"Em razão desse destaque, as opiniões que emite por meio destes canais de comunicação ganham rapidamente repercussão nacional, atingindo milhões de pessoas. Para que possa ser legitimamente exercido, o direito de crítica deve recair sobre um fato verídico o que, a princípio, não ocorreu no caso em exame, porque a ré não se limitou a criticar o uso do animal pelo autor, mas lhe atribuiu fato inverídico, desbordando do seu direito e ingressando no campo do ilícito", declarou Gustavo Marzagão, antes de concluir:>
"E, a despeito da retratação que fez em postagem posterior, a primeira permanece ativa em sua conta, perpetuando os efeitos negativos à imagem do autor, cantor de projeção nacional que, desde a postagem feita pela ré, vem sendo acusado de abusar e de praticar atos de maus-tratos em animais".>