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Conheça as ginastas que levaram o Brasil ao pódio na ginástica por equipes

Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira fizeram o Brasil conquistar a quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Paris

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2024 às 19:40

As medalhistas de bronze Julia Soares, Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva comemoram a conquista da medalha inédita
As medalhistas de bronze Julia Soares, Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva comemoram a conquista da medalha inédita Crédito: Miriam Jeske/COB

Os Jogos Olímpicos de Paris ainda estão no seu início, mas já propiciaram momentos de euforia para os brasileiros. Na tarde desta terça-feira (30), pela primeira vez na história na prova por equipes da ginástica artística feminina, o Brasil terminou no pódio e conquistou a medalha de bronze.

Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira foram lideradas por Rebeca Andrade, principal estrela do Brasil na competição. Com a conquista, Rebeca Andrade agora tem três medalhas Olímpicas no currículo. O Brasil ficou à frente de Grã-Bretanha, República Popular da China, Japão, Canadá e Romênia. Conheça um pouco mais sobre as cinco ginastas que levaram o país ao pódio.

Jade Barbosa

2024.07.28 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina. Na foto, a ginasta Jade Barbosa durante a fase qualificatória.
 Jade Barbosa durante a fase qualificatória Crédito: Miriam Jeske/COB

Já são 18 anos na ginástica artística, e 17 desde que Jade Barbosa subiu ao pódio defendendo as cores do Brasil pela primeira vez. A atleta pratica o esporte desde os 15 anos de idade. Hoje, com 33, segue exercendo uma figura de liderança dada sua experiência, e em 2023, foi a responsável pelo design dos collants da equipe.

Do primeiro pódio em 2007, Jade foi medalhista no Mundial de Ginástica e se destacou nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. De lá pra cá, foram duas participações em Jogos Olímpicos (Beijing 2008 e Rio 2016) e quase 100 medalhas na carreira, incluindo 13 em etapas da Copa do Mundo.

Aos 15 anos, Jade Barbosa foi o grande destaque de sua modalidade nos Jogos Sul-Americanos realizados em Buenos Aires, em 2006. Ali, somou cinco ouros. A medalha de bronze no individual geral no Campeonato Mundial em Stuttgart, na Alemanha, até então um feito inédito para o Brasil, colocou a carioca definitivamente no mapa da ginástica artística mundial.

Entre 2009 e 2013, Jade Barbosa enfrentou inúmeros desafios na carreira, principalmente por conta de lesões. Ainda assim, continuou em atividade, realizando feitos relevantes à ginástica artística brasileira. Voltou aos Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas teve como melhor resultado o 23° lugar no individual geral. No ciclo seguinte, voltou a sofrer com contusões e não conseguiu disputar sua terceira edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020.

A experiente ginasta foi convocada depois de ser peça-chave na prata conquistada pelo Brasil durante a disputa por equipes do Campeonato Mundial de 2023, com uma consistente atuação no salto, repetindo o feito nos Jogos Pan-Americanos de Santiago.

Júlia Soares

2024.07.28 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina. Na foto, a ginasta Júlia Soares durante a fase qualificatória.
Júlia Soares durante a fase qualificatória Crédito: Miriam Jeske/COB

O começo da carreira de Júlia Soares teve influência direta da família. Incentivada pelo pai desde pequena a praticar algum tipo de atividade esportiva e, observando a irmã mais velha, Júlia decidiu começar a treinar ginástica artística.

No Centro de Excelência em Ginástica do Paraná, que foi, por muitos anos, casa de grandes nomes como Daiane dos Santos, foi onde Júlia chamou a atenção da treinadora ucraniana Iryna Ilyashenko. Ela encarou testes de força e agilidade e passou, entrando de vez para o esporte de alto rendimento. Naturalmente, foi se destacando em diversas competições nacionais e internacionais, chegando à seleção brasileira.

Os primeiros resultados que chamaram atenção foram em 2018, quando foi campeã Sul-Americana Júnior na trave. No ano seguinte, ficou em quinto lugar no individual geral do Campeonato Brasileiro de Aparelhos, e conquistou o bronze na trave e no solo, disputando com ginastas da categoria júnior e sênior. Com isso, foi selecionada para representar o Brasil no Campeonato Mundial Juvenil. Ficou em 15º lugar no individual geral e ajudou a equipe a terminar em sétimo lugar.

Um dos momentos mais importantes, porém, aconteceu em 2021, quando começou a competir na categoria sênior, aos 15 anos. E foi nesse ano que Júlia Soares conseguiu homologar um elemento com o seu nome, que entrou para o código da FIG (Federação Internacional de Ginástica).

O “Soares”, uma entrada na trave em vela com meia pirueta, nunca tinha sido feito antes por nenhuma ginasta. Por isso, leva o nome da paranaense, à exemplo do “Dos Santos”, de Daiane. Aos 18 anos, em Paris, Júlia mostrou uma coreografia no solo que mistura Raça Negra e Edith Piaf.

Lorrane Oliveira

2024.07.28 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina. Na foto, a ginasta Lorrane Oliveira durante a fase qualificatória.
Lorrane Oliveira durante a fase qualificatória Crédito: Miriam Jeske/COB

Nascida em 1998, a carioca Lorrane Oliveira despontou para a ginástica na mesma geração de Rebeca Andrade e Flávia Saraiva (ambas um ano mais novas). A ginástica artística entrou na vida da atleta quando tinha apenas cinco anos. Encantada com Daiane dos Santos, campeã mundial no solo em 2003, ela queria experimentar a modalidade.

Passou logo no primeiro teste no Vasco da Gama e ficou apenas seis meses. Foi tempo suficiente para chegar ao Flamengo. Entre 2014 e 2017 passou pelo CEGIN (Centro de Excelência em Ginástica), no Paraná, para retornar ao Flamengo e se manter entre as convocadas na equipe brasileira.

Ela era considerada uma das grandes promessas do Brasil na modalidade em seu início, mas desde cedo precisou superar lesões e encarar recomeços. A primeira delas veio logo após subir à seleção adulta em 2013. Um dos ombros saiu do lugar e ela precisou de duas cirurgias, ficando sem competir em 2014. No ano seguinte, retornou como melhor atleta do Brasil no individual geral do Mundial da modalidade em 2015 e presente na equipe oitava colocada nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Uma sequência de lesões vieram após os Jogos e fizeram a atleta repensar a carreira. Quando retornou à seleção em 2018, não saiu mais da equipe. Esteve nos Jogos Pan-Americanos 2019 (bronze), conseguiu criar um movimento inédito (batizado de “Oliveira”) quando conquistou o bronze na Copa do Mundo de Doha, em 2021, e ajudou a equipe a garantir a inédita prata no Mundial de 2023.

Agora medalhista olímpica, Lorrane chegou em Paris 2024, pouco tempo após uma tragédia pessoal. Sua irmã, Maria Luiza, faleceu aos 21 anos em abril, quando a atleta estava em um período de treinos com a seleção na Europa. “Te agradeço por me fazer enxergar a vida de outra maneira, por me ajudar a me tornar a mulher mais forte que sou hoje e por ser minha fã número 1”, homenageou Lorrane em seu Instagram.

Flávia Saraiva

2024.07.28 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina. Na foto, a ginasta Flavia Saraiva durante a fase qualificatória.
Flavia Saraiva durante a fase qualificatória Crédito: Miriam Jeske/COB

Flávia Saraiva é daqueles talentos que se manifestam naturalmente. E foi uma prima, professora de educação física, quem percebeu a habilidade da menina para a ginástica. Flavinha adorava dar piruetas e se pendurar em árvores. Começou a treinar quando tinha oito anos, em um projeto social no subúrbio do Rio de Janeiro. Logo chamou a atenção de Georgette Vidor, ex-coordenadora da seleção e uma das grandes mentoras da ginástica no Brasil.

Por começar relativamente tarde na ginástica, Flavinha ouvia de Georgette que precisava se “apressar”. E a evolução da jovem contou com o apoio dentro de casa. Sua mãe saiu do emprego de vendedora para acompanhar a filha na exaustiva rotina de escola e treinamentos. Os Saraiva chegaram, inclusive, a se mudar de cidade para que a carreira da garota prosperasse, quando ela tinha 11 anos.

A eclosão de Flávia aconteceu num torneio em que Rebeca Andrade não pôde disputar. A colega estava classificada para os Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014, mas se lesionou. Flavinha viajou no lugar e honrou a chance com três medalhas: ouro na trave, pratas no solo e no individual geral.

A Rio 2016 terminou com Flávia na quinta colocação da trave, a apenas dois décimos do bronze. A adolescente de 16 anos competiu em alto nível na sua primeira Olimpíada, mas precisou lidar com uma série de lesões e um estirão de 14 centímetros até se estabilizar.

Com a medalha de bronze estampada no peito e apenas 24 anos, Flavinha está em sua terceira participação nos Jogos Olímpicos e já se consolida como uma das referências na ginástica e na história do esporte brasileiro.

Rebeca Andrade

2024.07.28 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Ginástica Artística Feminina. Na foto, a ginasta Rebeca Andrade durante a fase qualificatória.
Rebeca Andrade durante a fase qualificatória Crédito: Miriam Jeske/COB

O fenômeno brasileiro tem nome e sobrenome: Rebeca Andrade. A liderança técnica do Brasil levou a equipe à conquista histórica, mas por muitos anos, a trajetória da atleta foi acompanhada por lesões e cirurgias. Em agosto de 2021, em Tóquio, ela se tornou a primeira mulher e apenas quinta atleta brasileira multi-medalhista em uma mesma edição de Jogos Olímpicos. Desde então, a carreira deslanchou nestes três anos.

É uma das 11 mulheres a ter conquistado medalha em todos os eventos do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, com três títulos mundiais, quatro pratas e dois bronzes. Nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 foram dois ouros, e duas pratas. Além disso, ela venceu por três vezes consecutivas o Prêmio de Atleta Feminina do Ano outorgado pelo Comitê Olímpico do Brasil. É a única atleta na história do prêmio, em qualquer gênero, a conseguir esse feito.

Nascida em Guarulhos, Rebeca iniciou na ginástica aos seis anos. Foi uma infância difícil, na qual a ginasta caminhava 1h30 aos treinos e se alimentava no ginásio. Ao lado do treinador Francisco Porath, Rebeca se mudou para Curitiba aos 10 anos. Lá integrou a seleção brasileira, passando a competir em 2012, ano em que ganhou cinco medalhas no Pan-Americano Juvenil, incluindo o ouro no individual geral, solo e salto.

Rebeca encantava o público por onde passava, mas uma fratura no dedão do pé significou que ela não pôde participar dos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014, sendo substituída por Flávia Saraiva.

Na estreia pela seleção adulta, ela passou em primeiro lugar nas eliminatórias da Copa do Mundo de Liubljana, conquistando o bronze, mesmo com dois erros. Porém, rompeu - pela primeira de três vezes - o ligamento cruzado anterior em 2015, ficando de fora dos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015.

2016 foi o ano de consolidação da atleta, em que a joia de 16 anos conseguiu fazer a festa do público brasileiro. Primeiro, na Copa do Mundo de São Paulo, com a prata no salto. E poucos meses depois, ela passou em terceiro nas classificatórias dos Jogos Olímpicos Rio 2016, mas terminou em 11º na final do individual geral e participou da equipe brasileira que terminou em oitavo. Rebeca Andrade foi o grande nome do Brasil nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, mas até abril de 2021, sua participação não estava garantida.