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Alcione recebe título de cidadã baiana em Salvador

Cantora de 77 anos foi agraciada em Sessão Especial promovida pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba)

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 26 de maio de 2025 às 18:40

Alcione recebe título de cidadã baiana na Alba
Alcione recebe título de cidadã baiana na Alba Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Cidadã baiana porque abraçou a Bahia e foi abraçada por ela. Voz icônica do samba, a cantora maranhense Alcione, 77, recebeu nesta segunda-feira (26) o Título de Cidadã Baiana em Sessão Especial promovida pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Dos 50 anos de carreira da Marrom, mais de 40 deles são cantando a Bahia pelo país. Uma relação de musicalidade, admiração e amor eternizada pelo samba “Ilha da Maré”, composição do baiano Valmir Lima, gravada por Alcione em 1977, que retrata a tradicional Lavagem do Bonfim, uma das festas populares mais marcantes do calendário cultural da Bahia.

De lá para cá, a artista já interpretou canções de compositores baianos como Batatinha, Gilberto Gil, Edil Pacheco, Caetano Veloso, Riachão, além de homenagear blocos como Araketu e Ilê Aiyê. “A Bahia sempre foi de grande amor e admiração, porque, na verdade, tem gente que pensa até que eu sou baiana, eu tenho jeito de baiana. Eu sou maranhense e tenho orgulho de ser do Maranhão, mas também tenho orgulho de viver num país que existe a Bahia, estado de todas as culturas”, afirmou Alcione ao CORREIO em uma entrevista no ano passado.

Recepcionada com os cantos do grupo Alvorada do Samba e Sambadeiras do Candeal e pelos toques dos alabês do Gantois, Alcione esteve presente na sede da Alba para uma manhã de honrarias, depoimentos e música. Na cerimônia, estavam presentes os secretários Bruno Monteiro (Secult), Augusto Vasconcelos (Setre) e Ângela Guimarães (Sepromi), as deputadas Alice Portugal e Ivana Bastos, presidente da sessão, e a vereadora Eliete Paraguaçu.

A manhã transformou-se num reencontro do samba, reunindo ainda nomes importantes da cultura baiana como Edil Pacheco, Tia Má, J. Veloso, Walmir Lima, Gal do Beco, Nelson Rufino, Vadinho França, Egbomi Nice, Clarindo Silva, Vovô do Ilê, Juliana Ribeiro, Aila Menezes e Tonho Matéria. “Alcione para mim ainda é uma das maiores intérpretes brasileiras, ela não é só uma sambista, é uma cantora de alto nível e grande musicista”, declarou o cantor e compositor Walmir Lima durante a cerimônia.

A proposta do título foi apresentada pela deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), que justificou a concessão pela ligação de Alcione com o estado da Bahia e com a cultura baiana. Em sua fala no evento, Olívia recuperou a história do samba na Bahia e na carreira de Alcione, e como essas se interseccionam ao longo do tempo, destacando a cantora como símbolo da força da mulher negra e das artes no Brasil.

“Eu reconheço hoje como um momento histórico para esta Casa. Alcione vive a Bahia, canta a Bahia, é uma das grandes cantoras do Brasil que projeta a Bahia com a sua voz. Alcione cantou a Lavagem do Bonfim de uma maneira tão verdadeira, tão raiz, que muitos achavam que ela veio de fato de Ilha de Maré. Ela gravou tantos compositores baianos, é uma mulher que realmente bebe na fonte da cultura baiana. E é uma troca, mas é uma troca simétrica, é uma troca justa, porque ao mesmo tempo que a Bahia deu pérolas para Alcione cantar, ela também fez uma escolha pelo nosso estado, veio aqui, conviveu, fez samba no fundo da casa de Dona Canô. É uma mulher que verdadeiramente vive o Recôncavo, vive Salvador. Nada mais justo do que esta Casa entregar a ela o título de cidadã baiana”, afirmou a deputada.

Com a plateia emocionada e ao som de As Rosas Não Falam, clássico de Cartola e da Verde e Rosa carioca, Alcione recebeu o título em mãos, tornando-se, enfim, oficialmente, baiana. “Eu sempre achei que a Bahia também era minha terra, e é. Quero muito agradecer a todos vocês do fundo do meu coração”, finalizou.