Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Alta da carne de 1ª faz aumentar a procura pela carne de 2ª em Salvador

Preços cresceram 18,8% em um ano

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 23 de julho de 2025 às 05:00

Carne bovina
Carne bovina sobe de preço nos açougues de Salvador em um ano Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Indispensável na feijoada, no churrasco e em tantos outros pratos apreciados pelos baianos, a carne bovina de primeira sofreu uma alta de preço ao longo do último ano em Salvador. De acordo com dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, houve aumento de 18,8% entre junho de 2024 e junho deste ano.

A pesquisa, que é realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), também mostrou que a carne foi o terceiro alimento que mais encareceu na capital baiana, ficando atrás apenas do café em pó (94,1%) e do óleo de soja (26,8%).

Como consequência da alta, os consumidores baianos estão tendo que substituir a carne de primeira, o que tem incrementado a procura pelo corte de segunda. No Atacadão 1000 Carnes, açougue localizado no Politeama, a ponta de agulha, também conhecida como acém, é a mais procurada, seguida pelo músculo e cruz machado.

A popularidade dos cortes de segunda é justificada pelo preço, que varia entre R$ 18,99 e R$ 36,99. No mesmo estabelecimento, as carnes com corte de primeira custam entre R$ 33,99 e R$ 67,90, quase o dobro do valor. Por conta dessa diferença, a técnica em segurança do trabalho Suelen Cristina, 30 anos, tem precisado fazer substituições na lista de compras.

“Eu tenho alternado bastante na escolha das proteínas. Tem dias que compro ovo e faço uma omelete, outro dia compro carne moída e faço uma salsicha. É um jogo de cintura para lidar com o preço alto. Atualmente, a única carne de primeira que compro é o bife e o filé especial, porque está complicado”, conta.

Carne bovina sobe de preço nos açougues de Salvador por Arisson Marinho/CORREIO

Na Carnes & Cia, estabelecimento localizado na Av. Vasco da Gama, o pedreiro Antônio José Santana, 60, comprou quase dois quilos de fato misto, que saíram a R$ 10,99 cada. Ele conta que tenta ao máximo economizar na carne porque é um dos alimentos que mais costumam pesar no bolso. “Hoje está de um preço, amanhã está de outro. De forma geral, fazer mercado está sendo pesado”, critica.

Para a cozinheira Lúcia da Silva, 52, que tem a missão de fazer comida para um grupo de pessoas que precisam consumir menos de R$ 25 por dia, a carne de segunda é a principal saída para preparar pratos bons e baratos. “Eu não deixo de comprar a carne de primeira, mas, quando faço, economizo em outros ingredientes. Outras vezes, substituo pela carne de segunda e faço isso tranquila, porque não há carne que a panela de pressão não amoleça”, brinca.

No açougue Beef, em Brotas, o gerente Geilândio Domingos reconhece que houve aumento de preço ao longo do último ano, uma vez que o padrão de consumo dos clientes mudou. Desde então, as carnes com maior saída têm sido o acém, chã de dentro, músculo e frango.

O aumento de preço apontado pelo Dieese e testemunhado pelos consumidores baianos, no entanto, não é compatível com os cálculos do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sincar-BA). De acordo com Júlio César Melo, presidente da entidade, a carne barateou 12% no último ano. “Não existe esse aumento. A arroba do boi já custou R$ 320, hoje custa R$ 280. Ou seja, o preço da carne hoje está mais barato do que no ano passado”, afirma.