Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Crianças, jovens e adultos se divertem na VI Parada do Livro no Campo Grande

​​​​​​​40 mil livros foram distribuídos pelo Plano Municipal do Livro, da Literatura e da Biblioteca

  • Foto do(a) author(a) Tailane Muniz
  • Tailane Muniz

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 14:42

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Queria mesmo o que fosse de Jorge Amado ou João Ubaldo Ribeiro, clubista que se define. Mas foi avistar Manuelzão e Miguilim, do romancista carioca Guimarães Rosa e estava pronto o alvoroço. 

“Finalmente! Agora sim. É meu, é meu”, diz, em tom de contentamento a professora aposentada Ila Santa Rosa, 67 anos, debruçada em um dos estandes da VI Parada do Livro, no Campo Grande, Centro de Salvador. 

Ela chegou cedo. Às 9h, início da feira gratuita promovida pelo Plano Municipal do Livro, da Leitura Biblioteca (PMLLB), já estava a postos. Dado o volume dos livros à disposição - pelo menos 40 mil -, contudo, hesitou. 

[[galeria]]

“Tem umas duas horas que tô esperando um dos baianos, né, mas ainda vou precisar resolver algumas coisas e aí vou ficar por aqui”. É a terceira vez que Ila comparece à parada. “Já fui, vou deixar os bons para os mais jovens, meus netos, que vêm mais tarde”. 

As netas da professora, de 13 e 18 anos, bem como qualquer outra pessoa, têm até às 17h para fazer o garimpo e escolher três, cada, das obras que estão à disposição em comemoração à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca.

Questão social As dez seções dispõem os livros por áreas de conhecimento. Tem literatura infantil, nacional, internacional, as ciências Exatas e Humanas, Médica e Jurídica, além de Artes Visuais e Cinema. De entrevistas e biografias, até o Vade Mecum que buscava a estudante de Direito Paula Lima, 21, há exemplar para gostos e necessidades diversas.  Paula defende literatura como 'questão social' (Foto: Marina Silva/CORREIO) Embora a busca da jovem seja por um livro acadêmico, comenta na importância da distribuição a nível social ao comentar a limitação do acesso dos estudantes de escolas públicas às obras literárias, importantes para a formação, considera. “Vejo como algo muito importante, muito por uma questão social mesmo. Os meninos e meninas de escolas públicas, principalmente, muitas vezes só têm acesso aos livros didáticos, então vejo a feira como uma boa possibilidade”, argumenta Paula, ainda indecisa sobre o que levar. Pelo menos 20 instituições da capital, entre faculdades, colégios e institutos, participam da ação, explica a presidente do Conselho de Direito do PMLLB, Roseli Andrade.

“Nós começamos com seis, depois fomos para dez, 12, e hoje temos mais de 40 mil livros de todas as áreas”. Às 11h, pelo menos 2,5 mil pessoas já haviam passado pelo local, revela Roseli. Mas garante: só sai de mãos vazias se quiser. O pedreiro Vivaldo Antero procura biografia de Princesa Isabel (Foto: Marina Silva/CORREIO) ‘Ler é viajar’ Entusiasta das biografias, faz tempo que o pedreiro Vivaldo Antero Nascimento, 68, busca por Princesa Isabel do Brasil. Soube da feira por meio de conhecidos e saiu de casa, na Boca da Mata, especialmente para ir até a feira. Perto das 10h, com duas horas na feira, tinha entre os escolhidos, no entanto, duas histórias infantis.

Não achou o que queria e resolveu investir nos contos. “O que eu queria é mesmo difícil encontrar, e talvez até tenha, mas é livro demais. E aí eu me encantei com esses aqui e vou levar para ela, porque criança tem que ler. É viajar sem precisar sair do lugar e eu incentivo muito”, diz ele sobre a neta, uma menina de 9 anos. 

E se o gosto da garota por literatura se aproximar do que reflete a empolgação do estudante Ícaro Bispo, 10 anos, o avô acertou na aposta. Aluno do 5º ano fundamental da Escola Municipal Paroquial da Vitória, confessa que escolheu coisa que “até já tinha”. De três aquisições, duas são obras da editora norte-americana Marvel Comics.  Fã da Marvel, Ícaro escolheu quadrinhos do Homem Aranha (Foto: Marina Silva/CORREIO) “Homem Aranha e Homem de Ferro, porque amo. Essa feira é muito legal, principalmente para mim, que ainda sou criança”, resume, a princípio. Sobre a obra, inicia um breve comentário sobre os personagens. 

“Os mais divertidos, do bem e inteligente”. Até que, interrompido por um colega da mesma idade, Ícaro recua sobre o desfecho dos quadrinhos que escolheu. “Vou acabar contando tudo, mas é melhor se você pegar para ler”, argumenta, agarrado aos exemplares.