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Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 16:50
- Atualizado há 2 anos
Importante passo para a promoção de políticas públicas efetivas e inclusivas, o Estatuto da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa foi regulamentado nesta sexta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), na Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. >
Visto como uma iniciativa pelas entidades que lutam pela igualdade racial na capital baiana, bem como um avanço na relação do poder público com as políticas identitárias na cidade, o estatuto foi regulamentado em uma cerimônia que contou com a presença de diversas autoridades e lideranças da comunidade negra em Salvador.>
Entre elas, estavam o prefeito Bruno Reis e a secretária de Reparação (Semur) Ivete Sacramento. A partir da regulamentação. o município, que conta com 82% da sua população composta por autodeclarados negros, caminha para o fortalecimento de políticas afirmativas, ao garantir à população a efetivação da igualdade de oportunidades, defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos, além do combate à discriminação.>
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E mais: com a implementação da medida, que integra as ações da gestão municipal no Novembro Negro, todos os projetos municipais passam a ter como base dados referentes à maioria negra da população soteropolitana como fonte oficial para atendimento nas ações sociais. Na cerimônia para a assinatura do estatuto, Bruno Reis destacou a importância da união para o combate a qualquer tipo de discriminação. >
"Não se pode falar em igualdade social sem redução das desigualdades raciais, enfatizando as políticas de reparação e promoção das ações afirmativas. No futuro, quando nossos netos forem estudar a história de Salvador, estará registrado que este dia marcou, durante o Novembro Negro, a união de homens e mulheres de bem, independente do partido, credo e da raça, se uniram para aprovar em unanimidade e regulamentar o Estatuto da Igualdade Racial e do Combate à Intolerância Religiosa na capital baiana", afirmou o prefeito.>
A secretária Ivete Sacramento concordou com o gestor e deu destaque para a relevância do estatuto no processo de garantia da promoção da igualdade racial na capital baiana. >
"Cada item deste documento é uma forma de organizar a promoção racial em Salvador, implementar o Fundo Municipal da Promoção da Igualdade Racial, que é uma novidade na cidade, que proverá a composição de leis complementares para esta entidade, o plano municipal da saúde da população negra e quilombola, bem como garantia dos direitos nas áreas de educação e cultura", disse. >
O diretor do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN), Evilásio Bouças, falou que é fundamental não apenas regulamentar, mas fazer cumprir as diretrizes previstas no documento. >
"Este estatuto traduz um grande momento e é preciso ser tratado de forma correta, para que se faça cumprir o que aqui se determina e que sua aplicação seja consolidada em ações, para que se possa cuidar dessa população que sofre diariamente com a intolerância", concluiu sobre o estatuto, que foi construído com a colaboração da sociedade civil, através de audiências públicas.>
O Estatuto da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa visa estimular o poder público municipal a promover ações para equidade racial e combate ao racismo na capital baiana. >
Dentre estas ações estão a criação do Sistema Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Sismupir), ações de enfrentamento das desigualdades étnico-raciais nos diversos setores sociais, o reconhecimento e o incentivo às manifestações culturais, regularização fundiária e moradia e reserva de vagas de trabalho para pessoas negras.>