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Hilza Cordeiro
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 19:05
- Atualizado há 2 anos
A pracinha dos food trucks do Imbuí, situada entre as ruas Jayme Sapolnik e Gaivotas, passou por uma operação, na manhã desta segunda-feira (21), e 49 carros de comida foram retirados do local. Após queixas de moradores e comerciantes locais, a prefeitura decidiu intervir para organizar a atividade e só 20 deles devem ser mantidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), um lado da rua será para os trucks e o outro dará lugar a 50 vagas de estacionamento Zona Azul. >
Em conversa com o CORREIO por telefone, o secretário de Ordem Pública, Marcus Passos, relembrou que, há cinco anos, a praça tinha apenas 12 carros de comida e nos dois últimos anos essa quantidade triplicou. “A gente vai apenas reorganizar”, disse. Segundo ele, os comerciantes locais queixavam-se da perda de clientes por causa da falta de vagas de estacionamento, já que praticamente todos os espaços da praça estavam ocupados pelos trucks.>
Pela regulamentação municipal, os carros de comida não podem ser estruturas fixas. O caráter móvel do negócio obriga que os proprietários montem o equipamento e deixem a praça no fim da noite, retornando no dia seguinte. No entanto, a maioria dos trucks da pracinha do Imbuí estavam instalados de forma permanente e alguns sequer têm rodas. “Então, virou uma estrutura fixa, que não é um food truck”, esclarece o secretário.>
Nesta reorganização, serão priorizados os trucks mais antigos e, na quinta-feira (24), os que 20 que forem legalizados devem estar de volta ao local. Para conseguir a documentação, os trucks terão que passar por análises da Vigilância Sanitária, Transalvador, Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Inovação (Secis) e da própria Semop para ter o veículo legalizado. A Rua das Gaivotas, voltada para o Conjunto Guilherme Marback, ficará reservada para os carrinhos, enquanto a Jayme Sapolnik, voltada para o comércio, será Zona Azul. Transalvador já sinalizou vagas proibindo que trucks estacionem (Foto: Marina Silva/CORREIO) No fim da tarde desta segunda, a Semop se reuniu com os proprietários dos trucks para desenvolver um projeto de ordenamento. Ainda segundo o secretário, os que não puderem permanecer na praça deverão apresentar pelo menos dois outros locais onde desejam se instalar para que a prefeitura possa fazer o estudo de viabilidade. >
Morador do bairro incomodado com algumas das práticas dos trucks, Sérgio Iseense, 59, conta que sentiu um misto de comemoração e pena pela situação. Segundo ele, alguns dos veículos tinham geradores e o barulho do equipamento impedia de ver televisão em casa. Ele também reclama que, como a praça não tem banheiros, os clientes faziam xixi próximo ao condomínio dele, que fica justamente em frente aos carros.>
“Como morador, achei ótimo. Mas como pai de família fico com pena porque cada um ali também sustenta sua própria família. Só que eles começaram a abusar, a colocar mesas e cadeiras, destruíram a grama, junta um monte de lixo, tem iluminação a gato. Tem gente que deixa o carro parado lá guardando lugar. Virou um negócio desordenado mesmo. Você quer levar um filho para tomar um sorvete na praça e não tem lugar para estacionar. A ideia não deve ser tirar o trabalho das pessoas, mas organizar”, defende.>
Dois proprietários de trucks foram procurados pelo CORREIO, mas não quiseram comentar sobre a decisão da prefeitura. Pelo Instagram, o truck Burguer Belga informou aos clientes sobre o ocorrido. “Amigos, é com muito pesar que recebemos a notícia da obra na praça, obra essa que vai deixar muita gente sem saber onde trabalhar. Estamos providenciando um lugar provisório enquanto a prefeitura resolve toda a situação”, publicaram, afirmando que seguirão trabalhando pelo delivery.>
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Zona Azul>
De acordo com a Transalvador, as vagas de estacionamento já começaram demarcadas “para promover a rotatividade de uso do espaço público”. A previsão é de que a Zona Azul comece a valer daqui a dois dias. Os espaços funcionarão no sistema multi-hora, ou seja, será possível adquirir créditos para 2h, 6h ou 12h, das 7h à meia noite, de segunda a domingo.>