Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estado diz que extinção está sendo analisada; rodoviários anunciaram manifestação na sexta (30)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2018 às 18:10
- Atualizado há um ano
Após declarações do secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, de que 100 linhas de ônibus que passam pelas áreas de circulação do metrô seriam retiradas de Salvador, o Estado afirmou, nesta terça-feira (27), que "não haverá, obrigatoriamente, extinção de linhas urbanas" neste momento. Segundo a nota, haverá uma "reestruturação das linhas da capital, conforme acordado em 2014, entre Estado e as prefeituras de Salvador e Lauro de Freitas, sob a mediação do Ministério Público".
Por meio da assessoria, o governo explicou que o secretário apenas fez "uma previsão", mas que não é uma "decisão unilateral", ou seja, que não é decidida apenas pelo governo. O CORREIO tentou contato com Bruno Dauster, mas o secretário não foi encontrado para comentar o assunto. A nota do governo diz, ainda, que a negociação está em curso desde o início da integração com o metrô."O governo espera que este assunto, de enorme importância Salvador e Região Metropolitana, seja tratada com responsabilidade por todos os entes envolvidos, com o permanente acompanhamento do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA)", conclui o texto.O prefeito ACM Neto já havia afirmado, nesta segunda-feira (26), que a retirada das linhas é uma medida "impossível". "Nós não vamos retirar absolutamente nenhuma das linhas que o governo está sugerindo. Isso ia gerar um caos na cidade, a população não pode ficar sem esses ônibus", comentou o prefeito.
Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que cerca de 200 mil pessoas serão prejudicadas com a retirada das linhas troncais - que correspondem aos ônibus que fazem o mesmo trajeto do metrô.
Diariamente, 200 mil pessoa utilizam as 100 linhas em questão, de acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob). Ao CORREIO, a promotora Rita Tourinho comentou que um estudo apresentado pela empresa Oficina - contratada pelo governo - está sendo analisado pelo MP-BA. A princípio, de acordo com Rita, um cronograma de retirada é uma das possibilidades.
"O MP não advoga pela extinção total das troncais, mas deixo claro que, a princípio, o estudo mostra que, se a retirada for feita de forma responsável, o corte não prejudica as pessoas", ponderou a promotora
Demissões e protesto O chefe da Casa Civil, Bruno Dauster, se reuniu, nesta segunda-feira (26), com representantes do Sindicato dos Rodoviários. Conforme o vice-presidente, Fábio Primo, que representou a categoria, não há nada definido sobre a situação."O secretário [Bruno Dauster] disse que se expressou mal, que foi infeliz em falar da extinção, mas nós queremos ver isso documentado. Porque é uma situação que envolve a demissão de duas mil pessoas. Ele afirmou que, na verdade, a ideia é alimentar as linhas já existentes e criar linhas novais, no lugar das troncais", relatou Primo ao CORREIO.Segundo ele, o sindicato contabiliza cinco trabalhadores por ônibus - dois motoristas, dois cobradores e uma pessoa que cuida da parte operacional/administrativa. "São quatro ônibus por linha, ou seja, são dois mil [pessoas] na rua. Nós não vamos aceitar isso goela abaixo, vamos nos reunie novamente com a Casa Civil e CCR na próxima semana", completou.
Uma manifestação dos rodoviários está marcada para acontecer às 9h, nesta sexta-feira (30), no Largo do Campo da Pólvora, no Centro.
Procurada, a CCR Metrô afirmou, por meio de nota, que há capacidade nos terminais e trens, em caso de aumento na demanda.
"Na hora de pico, a oferta é de 80 mil lugares, mas apenas 62,5% é ocupado, transportando, aproximadamente, 50 mil passageiros", afirmou a CCR, acrescentando que tem capacidade para suportar até 200 mil passageiros a mais, já que a demanda atual é de 550 mil usuários, mas transporta atualmente 350 mil.