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Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2015 às 08:35
- Atualizado há 2 anos
O Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, com sede no Porto da Barra, só funcionara até o próximo dia 28 de fevereiro. Com a lei 13.204/2014, que faz modificações na estrutura da administração estadual, o instituto, fundado há 76 anos, será extinto e as competências dele - que era vinculado à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) – passa a ser de responsabilidade da Coordenação de Fomento ao Artesanato. >
Os funcionários efetivos (cerca de 40) vão ficar à disposição da Saeb para atuarem em outras instituições. O mesmo deve acontecer com os 22 profissionais contratados em regime especial (Reda). Já os 48 cargos comissionados serão extintos, segundo o decreto assinado no dia 1º pelo governador Rui Costa.>
“As pessoas estão confundindo a extinção do Mauá enquanto autarquia com as finalidades dele. A coordenação que foi criada continuará a política de preservação e incentivo ao artesanato, além dos eventos e certificações que hoje o Mauá, que vai perder a sua função jurídica, faz”, explica a diretora do instituto, Emília Almeida. >
Hoje, o Mauá comercializa artesanatos de diferentes categorias e tipos produzidos por cooperativas e artistas de todo o estado. Mas, segundo a direção, sua principal função é o estímulo à produção, fomento e capacitação para o trabalho artesanal.>
“O que ocorreu (para resultar na extinção) não foi uma avaliação negativa dos resultados. Não fomos consultados, mas acredito que isso foi decorrente do novo governo de reduzir o número de cargos. Os relatórios nos últimos anos de vendas do Mauá foram positivos”, analisou Emília. >
Ainda não se sabe qual será a utilização da sede própria do Instituto Mauá, na Barra. A sede do Pelourinho funciona num espaço cedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um grupo de trabalho formado pelas secretarias de Planejamento (Seplan), Fazenda (Sefaz) e Administração (Saeb) deve apresentar, dentro de 60 dias, propostas para o que vai ocorrer com os bens da autarquia.>
De acordo com a assessoria do governo, os bens móveis do Mauá passarão para o nome do Estado e serão administrados pela Saeb. Já a assessoria da própria Saeb informou que está programado um ordenamento público dos prédios do estado. >
Em nota, a Saeb explicou que isso ocorrerá “por meio de estudos técnicos para levantamento de todo o patrimônio estadual”. A tecelã Meire Cabral afirma que o momento é de angústia. “Temos poucas informações e acho que se preocupa nossa situação, aqui na capital, imagine artesões do interior, que dependem unicamente disso?”, questionou ela.>
“Pode até ser que, lá na frente, aconteça algo melhor, mas por enquanto fica a incerteza”, concluiu.>