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Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Entre mais de 20 mil peças, uma pedra roxa com textura e aparência que imitam a imensidão do universo, chamou a atenção de Maria Eduarda Boaventura, 11 anos. No primeiro dia da reabertura do Museu Geológico da Bahia, no bairro do Corredor da Vitória, em Salvador, ela, que é apaixonada por pedras, enfim, pôde ver de perto uma quartzo. >
"Acho elas muito bonitas, porque têm vários modelos diferentes que acabam se destacando no meio das outras", afirmou a jovem apreciadora. Após fechar em 2020, por causa da pandemia da covid-19, o espaço que abriga rochas, minerais, meteoritos e fósseis, teve a estrutura física renovada. E ontem, após dois anos, foi reaberto para visitas. >
Ao todo, o local conta com 15 salas temáticas, que podem ser visitadas de segunda a sexta, de terça à sexta-feira, das 13h às 18h e aos sábados e domingos, das 13h às 17h, gratuitamente. Nele, está preservado parte do patrimônio científico e cultural da mineração baiana, conforme explica a geóloga do Museu Geológico da Bahia, Elisandra Pinheiro. "É um espaço que guarda este acervo e que, de forma prazerosa, transmite esse conhecimento e informações que está tão ligados aos baianos", descreveu. >
Na entrada, a recepção dos visitantes fica a cargo do maior meteorito brasileiro. Ele foi encontrado no município de Monte Santo, no Sertão da Bahia, em 1784, e batizado de Bendegó. No mesmo espaço há pelo menos outros 20 meteoritos menores, sendo que um deles é disponibilizado para as pessoas tocarem e até tentarem carregá-lo. >
Verbo que, segundo a estudante de geografia, Júlia Almeida, 23 anos, é o ideal para descrever o nível da força que deve ser aplicada para tirar a pedra do lugar. "Está muito longe de ser uma pedra comum. Eu não esperava que fosse tão pesada. Me senti tentado tirar o martelo de Thor da rocha, ou seja, impossível", brincou a graduanda. >
Ao lado da peça maior, há uma porta que leva para a sala temática do Sistema Solar. Decorada do chão ao teto, é possível ter uma dimensão mais clara da distribuição dos planetas na parte do universo que abriga a Terra. Em outra área é possível conhecer diversas amostras de pedras preciosas em estado bruto. Há esmeraldas, cristais, turmalina, entre outras. >
No segundo andar do prédio, ferramentas usadas por garimpeiros na Chapada Diamantina contam como elas são extraídas. Após serem encontradas, a próxima fase é a lapidação. Para ver como as pedras ficam depois deste processo, basta caminhar até a sala em frente. Rubis, esmeraldas e diamantes ganham mais brilho e novos formatos. >
O resultado também pode ser conferido lá mesmo, nos brincos, colares e anéis ornamentados com as pedras e expostos em prateleiras de vidro. "Impressionante. A gente até tenta imaginar o trabalho que dá, mas nem chega perto do que é mostrado aqui. Ver a rocha e depois ver as peças prontas é uma experiência incrível", descreve o empresário Roberto Rios, 52 anos. >
Outro marco brasileiro sediado na Bahia e guardado pelo museu, são as ferramentas que narram o descobrimento do petróleo no país. Descoberto na década de 30, no bairro do Lobato, em Salvador, também é chamado de ouro negro. "Aqui também temos o processo de estudo para extração do material no mar e em outras profundezas" explica a geóloga Elisandra Pinheiro. >
Além dos quatro andares de acervo geológico, no prédio do museu também há um auditório com 125 lugares, onde ocorrem reuniões científicas e palestras educativas. Bem como uma das Saladearte Cinema e um café, onde é possível apreciar um mural de pedras feito pelo artista plástico baiano, Juarez Paraíso. >
Fósseis Queridinho das crianças, a Sala dos Fósseis é o ambiente mais visitado do Museu Geológico da Bahia. Localizada no subsolo do prédio, ela abriga a reprodução em tamanho real de um animal pré-histórico que se assemelha ao que conhecemos hoje como um elefante. Também é possível ver uma réplica do seu esqueleto e algumas partes originais, como o pescoço. (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Alguns dos fósseis de insetos e crustáceos mais antigos já encontrados no estado também estão na sala. Além deles, há partes de ossos que pertenceram a preguiças gigantes, tatus do tamanho de um carro e tigres que viveram na terra há milhões de anos.>
Com a proposta de uma viagem no tempo, o museu também recebe visitas pedagógicas. Para isto, é preciso agendar pelo telefone (71) 3336-6922. A visitação dá direito a um guia e os grupos precisam ser formados por no mínimo 10 pessoas e no máximo 40. >
Reforma estrutural Aberto há quatro décadas, para garantir a preservação do patrimônio científico e cultural da Bahia, a estrutura do Museu Geológico passou por reparos. Para isto, foram investidos aproximadamente R$ 456 mil.>
Com o valor, foi realizada a recuperação dos telhados de cerâmica e a troca do piso vinílico de duas salas, pelo modelo de cerâmica. Além do tratamento de ferragens, reforma da cozinha e complementação de azulejos no laboratório. >
Já na parte elétrica, os quadros de distribuição de baixa tensão e iluminação foram revisados e substituídos. Com isso, o espaço ganhou uma iluminação mais potente, com refletores de led. >
A entrada no museu só é permitida mediante apresentação de comprovante de vacinação contra a Covid-19. O uso de máscara de proteção também é obrigatório. >
Serviço: Museu Geológico da Bahia Local: Avenida Sete de Setembro, 2195 - Corredor da Vitória Horário: de terça à sexta-feira, das 13h às 18h e aos sábados e domingos, das 13h às 17h. Valor: gratuito>
Visita pedagógica Agendamento: (71) 3336-6922 Grupos: de 10 a 40 pessoas >
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo >