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Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2019 às 15:35
- Atualizado há 2 anos
Foto: Reprodução Professor de línguas em Salvador, o nigeriano Dammy Damilare Falade denunciou em sua conta no Instagram que foi enganado por uma equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para aparecer em vídeo sobre o Hino Nacional Brasileiro. >
A peça foi usada como propaganda para o governo Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. Ao gravar o vídeo, Bolsonaro cantou “margens flácidas” em versão que não foi ao ar.>
“Detesto tudo que esse governo representa”, escreveu o nigeriano, que explicou como foi induzido a gravar. A filmagem ocorreu no dia 27 de agosto deste ano, quando ele viajou a Brasília para renovar o visto de permanência no país.>
Ao passar pelo Museu Nacional, ele foi abordado por um grupo de dança que lhe pediu para fazer uma apresentação em um lugar público.>
“Cheguei em frente do Museu Nacional, e vi um pessoal com câmeras, imaginei que eles fossem turistas também. Fui lá e dei meu celular para um deles me filmar dançando. Depois da minha dança, fui pegar meu celular de volta e me disseram que estavam fazendo um documentário sobre o hino nacional que existem muita gente que não sabem cantar e cantam engraçado, e pediram para eu tentar cantar”, explicou ele, que dá aulas e faz traduções de inglês, francês e iorubá.>
O professor Dammy, porém, diz ter ficado surpreso quando começou a ser perguntado por amigos, no WhatsApp e Instagram, sobre sua participação no vídeo usado pelo governo nas comemorações do Sete de Setembro.>
“Eita, f... com a minha imagem”, disse ele em resposta a um amigo que lhe enviou a imagem pelo WhatsApp. Dammy afirma que não sabia da intenção da filmagem e não assinou nenhum termo para ceder sua imagem ao filme.>
Responsável pela gravação, a EBC alegou que a equipe “informou que o vídeo institucional, sem fins comerciais, estava sendo produzido para divulgação da Presidência da República”, sem responder se foi feito algum tipo de contrato.>
O CORREIO tentou falar com o professor, mas ele não respondeu às tentativas de contato até a publicação desta matéria.>