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Alexandro Mota
Publicado em 27 de julho de 2015 às 13:00
- Atualizado há 3 anos
O sargento da Polícia Militar Osvaldo Costa da Conceição Filho, 49 anos, foi assassinado na noite do sábado (25) quando tentou salvar o filho, Railander da Silva Conceição, 24, de uma execução. Osvaldo foi morto à paisana, junto com Railander e outras duas vítimas: Murilo dos Santos de Santana, 27, e Robson Alves Santos, 21.>
Eles estavam em um bar na Nova Brasília de Valéria. Os disparos ainda atingiram a perna de uma menina de 6 anos, que não corre risco de morrer. O crime aconteceu em um bar, na Rua A, próximo à Lagoa da Paixão. Em nota, a PM informou que o sargento estava em um aniversário.Parentes destacaram a amizade entre pai e filho no sepultamento do sargento Osvaldo Filho e de Railander(Foto: Evandro Veiga)Já familiares contaram que não havia comemoração; ele apenas acompanhava o filho no bar. Assim que chegaram ao local, os bandidos teriam ido em direção a Railander, dizendo que iriam matá-lo.>
Ainda segundo informações da PM, Osvaldo tomou a frente para defender o filho e acabou sendo o primeiro baleado pelos criminosos, que ainda continuaram atirando em pessoas presentes. Segundo testemunhas, o PM não estava armado na hora do crime.As vítimas teriam sido atingidas por tiros de pistola .40 (de uso exclusivo das polícias Civil e Militar), em diversas partes do corpo. Railander e Robson morreram no local. Osvaldo e Murilo chegaram a ser atendidos no Hospital do Subúrbio, mas também não resistiram.>
Informações obtidas pelo CORREIO no posto policial do Hospital do Subúrbio indicam que Osvaldo foi atingido na região do pescoço e Murilo teve quatro ferimentos no abdômen. Ainda de acordo com a PM, após os disparos, os criminosos fugiram em um Fox prata, de placa NZN-1453. >
O veículo foi abandonado na Rua Beija Flor, no mesmo bairro onde as vítimas moravam, e foi encontrado por uma guarnição da Rondesp. Ontem pela manhã, o bar onde aconteceu o crime estava fechado. Algumas pessoas jogaram futebol no campo em frente ao estabelecimento, mas ninguém quis comentar o assunto. >
Enquanto aguardava a liberação do corpo de Osvaldo no Instituto Médico Legal (IML), um irmão do sargento, que preferiu não se identificar, afirmou não saber detalhes do acontecido na noite de sábado. “Eles estavam próximo ao campo. Eu cheguei lá quando já tinha acontecido. Não ia procurar, naquele momento, saber como foi, não ia adiantar nada”, disse. Bar onde ocorreu a chacina no sábado à noite estava fechado ontem(Foto: Mauro Akin Nassor)“Eles moravam lá, quem vai imaginar que poderia acontecer isso? Pelo que conheço de minha família nunca imaginei que uma coisa, mas ninguém está livre”, afirmou. Segundo o tio, Railander trabalhava como operador de empilhadeira numa grande empresa. >
A Polícia Civil informou que já tem a identificação dos suspeitos dos assassinatos, mas vai mantê-las em sigilo. O próximo passo será investigar a motivação do crime. Nas redes sociais, circularam informações de que os autores do crime seriam indivíduos conhecidos como Pinha, Tarugo e Theca, da facção Katiara. A assessoria da Polícia Civil não confirma a informação. >
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, não se sabe se a criança atingida era parente de alguma das vítimas. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM). Pai e filho tinham uma boa relação, contam familiares. >
“Era sempre assim (como no dia em que morreram), os dois estavam sempre juntos, brincando”, conta o pai do policial, Osvaldo Conceição. Osvaldo Filho deixou esposa e mais dois filhos. Railander também tinha um filho de 2 anos. Segundo os familiares, o sargento era conhecido no bairro e caminhava sempre tranquilo por lá. “Ele não precisava estar armado, ele ali se sentia em casa”, contou o pai.>
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