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Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2015 às 12:15
- Atualizado há 2 anos
A Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) embargou, na última terça-feira (26), a construção de um prédio em Patamares. De acordo com o diretor de fiscalização do órgão, Murilo Aguiar, a obra tem como procurador Antônio Carlos dos Santos Conceição, apontado como responsável pela construção do edifício Jardim Brasília, que está ameaçado de desabar, em Pernambués.(Foto: Reprodução/ TV Bahia)>
Segundo a Sucom, o alvará do prédio de Patamares está no nome de Norlange de Jesus. Aguiar afirmou que Norlange é filha de Solange de Jesus, a requerente do alvará do edifício Jardim Brasília. De acordo com Murilo, o prédio de Patamares, que fica localizado no n° 288 da na Rua Bicuiba, foi embargado porque possuía 10 andares, enquanto o projeto aprovado pelo órgão autorizava a construção de apenas cinco. >
Em nota, a Sucom informou que, além do embargo, os responsáveis pela execução da obra foram notificados para paralisar de imediato as ações no local e autuados pela irregularidade. Murilo afirmou que a Sucom chegou até o prédio embargado através de denúncias feitas pelos moradores do edifício Jardim Brasília. >
Na semana passada, moradores dos 31 apartamentos do Jardim Brasília, além de outras 15 famílias que vivem nos dois prédios vizinhos, Murta e Vila Verde, tiveram que deixar suas casas por conta da ameaça de desabamento. Até o final da semana, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) vai fazer uma nova avaliação do Edifício Jardim Brasília.>
De acordo com a assessoria, engenheiros do órgão também sugeriram aos moradores do prédio que contratem uma empresa privada para fazer outra vistoria, além da que será feita pelos agentes municipais. No entanto, a avaliação depende da evacuação do edifício e dos dois prédios vizinhos, Murta e Vila Verde. >
As 45 famílias que viviam no local deixaram os prédios na semana passada, mas nem todos retiraram seus móveis dos apartamentos, segundo o advogado que representa os moradores, José Alexandrino Costa. “Alguns não têm nem para onde levar, por isso não tiraram. Além disso, uma avaliação de estruturas privada é um procedimento que custa muito dinheiro e teve gente que já gastou R$ 40, R$ 50 mil com reforma dos apartamentos”, afirmou. >
O valor de compra dos apartamentos ia de R$ 150 mil a R$ 300 mil. Ainda de acordo com o advogado, as famílias devem entrar com uma representação no Ministério Público do Estado (MP-BA) hoje, além da ação judicial que devem mover na próxima semana. “A ação vai discutir os direitos dos moradores diante de quem deu causa e a representação busca atrair o MP para essa discussão”, explicou Costa. >
Na quarta-feira (27), os moradores se reuniram novamente e um advogado se apresentou como representante de Antônio Carlos Santos da Conceição, apontado pelos moradores como responsável pela construção. “Mas não chegamos a lugar nenhum ainda. Conseguimos falar com ele (Antônio), mas ele bateu o telefone, mostrando que não tem interesse em diálogo. Na terça-feira (26), ele entrou em contato com um morador e disse que ia resolver todos os problemas”, disse Alexandrino. Nem Antônio, nem Solange de Jesus, cujo nome consta no alvará de construção, foram localizados pela reportagem.>