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Monique Lobo
Publicado em 30 de maio de 2025 às 18:32
O Goethe-Institut, no Corredor da Vitória, ganhou um laboratório Include avançado através de uma parceria entre o instituto, o Instituto Campus Party (ICP) e a Algetec. O novo espaço, instalado dentro do ambiente criativo KreativLab, é um hub de inovação tecnológica, voltado à formação gratuita de crianças e jovens entre 8 e 18 anos em tecnologia, robótica, inteligência artificial e cultura maker. >
O programa oferece duas aulas semanais, organizadas em quatro turmas de 15 aprendizes cada. O projeto ainda conta com a participação de 20 jovens da comunidade pesqueira da Gamboa de Baixo, situada no Centro Antigo de Salvador. >
O laboratório reúne infraestrutura de ponta, incluindo impressora 3D de resina para produção de peças em alta resolução, cortadora a laser, drones de última geração com capacidade para mapeamentos 3D, óculos de realidade virtual e aumentada, máquina CNC Router para marcenaria e circuitos eletrônicos, cortadora de vinil para personalização de projetos, além de kit de robótica focado para uso na próxima Olimpíada Brasileira de Robótica. >
A unidade também oferece câmera filmadora 3D e 360 graus, duas lousas interativas, um dispositivo de imersão sonora Sonic Chair, além de um estúdio de podcast completo para produção e divulgação de conteúdos educativos. Contempla, ainda, uma área de lazer e convivência, laboratório de eletrônica 100% equipado e um acervo literário voltado para estudo, criando uma atmosfera que integra conhecimento, criatividade e colaboração.>
“O Include tem desempenhado um papel fundamental na transformação social, proporcionando acesso a ferramentas tecnológicas para crianças e jovens de maneira gratuita. Estamos muito felizes por trazer essa iniciativa para Salvador e continuar ampliando nossas ações na Bahia, estado onde essa jornada começou”, destaca Sidiane Zanin, diretora do Instituto Campus Party.>
Inclusão digital>
Desde 2018, o Instituto Campus Party tem atuado em projetos de inclusão digital na Bahia, com a criação de laboratórios em cidades como Canudos, Lauro de Freitas e Alagoinhas – este na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e em bairros da capital baiana como Pernambués, Bairro da Paz, e Nordeste de Amaralina – este também em parceria com a Algetec. Ao longo desses anos, cada laboratório já acumulou mais de 800 horas de aulas.>
Na última edição da Olimpíada Brasileira de Robótica, os aprendizes do Laboratório Include, de Salvador, marcaram presença com um projeto de destaque: um robô de competição desenvolvido com a plataforma Arduino, totalmente idealizado e montado pela equipe. A proposta técnica garantiu ao grupo o Prêmio de Design. >
"A inteligência artificial impacta todas as esferas da nossa vida: da arte à política, da educação à convivência social", afirma Ute Engelke, coordenadora do KreativLab. "Com o Include, queremos ampliar o acesso a essa tecnologia e fortalecer competências em mídia e IA desde cedo, de forma ética e culturalmente sensível", acrescenta.>
Durante as aulas, realizadas no contraturno escolar e com uso de metodologias ativas, os jovens aprendem de forma prática a transformar ideias em projetos concretos, manipulando sensores, motores, softwares e dispositivos eletrônicos, além do uso de plataformas de inteligência artificial para a criação de jogos interativos. A formação desenvolve habilidades técnicas e cognitivas, além de promover uma compreensão crítica e ética das tecnologias e seu papel na sociedade.>
Para Vinícius Dias, diretor da Unidade de Negócio da Algetec, “a Algetec acredita que a tecnologia é uma ferramenta poderosa para transformar realidades. Ao apoiar o laboratório Include em Salvador, reforçamos nosso compromisso com a educação de qualidade, capacitando jovens a serem protagonistas do futuro. Essa parceria com o Instituto Campus Party e o Goethe-Institut reflete nossa missão de democratizar o acesso à inovação e fomentar talentos que farão a diferença em suas comunidades”.>
No laboratório Include do Nordeste de Amaralina, por exemplo, 53,4% das vagas foram preenchidas por pardos e 41,3% por negros, sendo que 46% dos alunos vivem em famílias com renda de até um salário mínimo, reforçando o impacto do projeto na promoção da inclusão social.>