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Sem pesca, peixarias têm queda nas vendas: 'Tem dia que não sai um quilo'

Mau tempo inviabiliza atividade pesqueira há cerca de uma semana

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 31 de agosto de 2022 às 12:17

. Crédito: Wendel de Novais/CORREIO

As chuvas, os fortes ventos e o mar agitado já afastam, há uma semana, os pescadores das águas da capital baiana. Sem a pesca, não são só os que vão ao mar que sofrem. Quem fica em terra firme e compra deles os peixes que conseguem nas embarcações, também passa aperto. Por isso, há sete dias, peixarias que dependem da pescaria feita em Salvador passam por problema.

Na orla de Itapuã, a peixaria de Davi Sebastian Costa, 61 anos, que compra cerca de 250kg de peixe por semana dos pescadores, não vê o produto chegar há pelo menos sete dias. O pouco que tem em estoque no estabelecimento são peixes de fornecedores de fora, como explica Davi.

"Tudo que tenho é de fora. Os barcos não tiveram condições de sair e meu estoque acabou. Uma semana assim, sem vendas. Eu, normalmente, faturo entre R$ 1.500 e R$ 2.000 de vendas aqui semanalmente. Agora, tem dia que não sai um quilo de peixe", lamenta o comerciante.

A baixa de produtos, no entanto, não fez o valor do peixe aumentar recentemente, segundo Davi. No quilo, o camarão tem saído a R$ 28, a sardinha por R$ 10, a corvina por R$ 17 e a arraia por R$ 18 nos estabelecimentos da cidade. Se a pesquisa for boa, no entanto, é possível achar os mesmos itens em um preço menor.

 Outro que passa aperto é João Costa, 49, que vende os peixes rodando pela região de Itapuã, mas não tem material para trabalhar também há sete dias.

"A gente consegue tirar uns R$ 100 ou R$ 150 vendendo no carrinho aqui quando tem peixe. Sem isso, não tem como e não posso comprar na mão de gente de fora porque é mais caro. Se comprar, no final do dia, não vale a pena", fala ele, que tem ficado parado durante esse tempo.

Davi ainda abre as portas para tentar tirar uma venda aqui ou ali. No entanto, até o peixe que comprou de fora não é vendido. Segundo ele, os clientes preferem os que vêm da pesca artesanal.

"Pessoal passa aqui ou liga para saber e, quando digo que o peixe é de fora porque não estão pescando, eles desistem da compra. Clientela gosta mesmo é desse pescado artesanal aqui do pessoal, é assim em todo lugar onde compram em peixaria. Quem não tem essa preferência, compra em mercado ou feira maior", fala ele.

Mercados e feiras não são afetados Como bem aponta Davi, mercados e feiras, que vendem peixe em um volume maior, não estão sofrendo com a baixa de pesca artesanal da capital baiana. Comerciante do Mercado Municipal de Itapuã,  Roberto de Jesus, 45, explica que o produto comprado por ele vem de diferentes lugares. 

"Aqui a gente compra de fora porque os pescadores não conseguem alimentar toda a demanda. Vem de Santa Catarina, Rio de Janeiro e outros estados. A pescaria artesanal fornece, mas é pouco e não dá para tudo que precisamos", diz Roberto.

Paulo Bonfim, 56, também trabalha com a venda de peixes e corrobora com o que diz Roberto. Ele afirma ainda que houve uma redução significativa no volume de pesca artesanal da cidade.

"A maioria dos pescadores daqui já desistiram da área de pesca, precisamos trazer de fora. Os que ainda resistem fornecem para lugares menores. Por isso, a gente não sofre com o impacto do mau tempo", completa.