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Portal Edicase
Publicado em 12 de maio de 2025 às 11:09
A Terapia de Reprocessamento Generativo (TGR) é uma abordagem psicoterapêutica que pode contribuir significativamente nas relações amorosas por atuar diretamente nos padrões emocionais e comportamentais inconscientes que influenciam a maneira como nos relacionamos. Abaixo, veja algumas formas de como ela pode ajudar: >
A TRG ajuda a pessoa a acessar e reprocessar memórias e experiências que moldaram suas crenças e reações emocionais. Isso permite que ela compreenda e modifique padrões automáticos que afetam negativamente o relacionamento, como ciúme excessivo, necessidade de controle ou dificuldade em confiar. >
Crenças inconscientes como “não sou digno de amor” ou “as pessoas sempre me abandonam” podem sabotar relacionamentos. A TRG atua na origem dessas crenças, permitindo que sejam substituídas por outras mais saudáveis, como “sou suficiente” ou “posso ser amado de forma segura”. >
Ao trabalhar traumas ou feridas emocionais do passado, a pessoa se torna menos reativa e mais aberta ao diálogo e à escuta no relacionamento. Isso aprofunda a empatia e fortalece a conexão emocional com o parceiro. >
Ao reduzir gatilhos emocionais inconscientes, a TRG ajuda os indivíduos a se comunicarem com mais clareza, presença e sem entrar em estados de defesa ou ataque, que são comuns em conflitos conjugais. >
Se o casal passou por experiências difíceis, como traição ou abandono, a TRG pode ser usada para ajudar a ressignificar essas experiências e reconstruir a confiança de forma sólida e verdadeira. >
Além de resolver conflitos, a TRG pode apoiar o casal a crescer emocional e espiritualmente juntos, fortalecendo os pilares do casamento: respeito, intimidade, parceria e propósito. >
Para compreender melhor como funciona a terapia de reprocessamento generativo, confira o exemplo abaixo. Os nomes foram alterados para preservar a identidade do casal: >
Adriana tem 32 anos e está em um relacionamento estável há 2 anos com Marcelo. Apesar do carinho e da dedicação dele, ela sente ciúmes constante e uma desconfiança que considera exagerada. Isso causa brigas frequentes. Ela já teve relacionamentos anteriores com traições e abandono, inclusive na infância com o pai ausente. >
Para identificar o padrão, o terapeuta pergunta a Adriana: “Quando você sente essa desconfiança do Marcelo, onde sente isso no corpo?”. Adriana responde: “Uma dor no estômago, como se fosse medo”. >
O terapeuta convida Adriana a voltar ao momento mais antigo em que sentiu esse mesmo tipo de dor. Ela acessa uma memória aos 7 anos, quando o pai prometeu buscá-la na escola e não apareceu. Ela ficou esperando, se sentindo sozinha e traída. >
Na TRG, o terapeuta ajuda Adriana a reprocessar emocionalmente essa experiência com o pai, não apenas racionalmente, mas no nível sensorial e afetivo. Ela pode, por exemplo, visualizar a si criança recebendo acolhimento, segurança e uma nova resposta emocional a essa situação. >
Depois do reprocessamento, Adriana começa a se conectar com um novo estado interno: “Agora sinto que posso confiar em mim e perceber que Marcelo não é o meu pai”. Ela passa a distinguir melhor o passado do presente. >
Esse novo estado é ancorado com gestos, palavras ou visualizações, para que Adriana possa acessá-lo no dia a dia. Ao enfrentar uma situação de dúvida no relacionamento, ela ativa esse novo “caminho neural”. >
Por Robson Stolfi >
Terapeuta certificado em Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG). Com especializações em Psicopedagogia e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, alia conhecimento acadêmico e experiência para ajudar pessoas a superarem traumas e dificuldades emocionais. >