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Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2013 às 12:41
- Atualizado há 2 anos
Carmen [email protected] recomendado por quase todos os profissionais de saúde, mas, muitas vezes, negligenciado na prática, as atenções sobre a alimentação saudável ganharam um reforço nas vésperas da data que o Brasil comemora o Dia Nacional do Homem. É que pesquisadores da Universidade da Califórnia e de Harvard descobriram que uma dieta baseada em óleos vegetais, como o de oliva, milho, canola, entre outros, usados em substituição a carboidratos e a gordura animal presente nas carnes vermelhas e em alimentos processados, reduz as chances de que pacientes com câncer de próstata sofram com o aparecimento da doença em outros tecidos do corpo (a metástase).
O estudo foi realizado com 4.577 homens com câncer de próstata sem metástase e conseguiu verificar uma redução em torno de um terço do risco de morte por câncer de próstata e em 26% o risco de morte por outras doenças. Os pacientes foram verificados com questionários de avaliação nutricional em intervalos de 2 a 4 anos durante quase 10 anos em média. Nesse período, os cientistas observaram que homens que consumiam mais gordura animal e carboidratos morreram mais frequentemente do que aqueles que utilizavam gordura vegetal (azeite de oliva ou de determinadas castanhas), demonstrando que a substituição de 10% de calorias derivadas de carboidratos por gordura vegetal seria capaz de reduzir em quase 30% o risco de morrer de metástase de câncer de próstata. Da mesma forma, aqueles homens que consumiam a maior quantidade de gordura vegetal tinham redução de 35% no risco de morrer pelo mesmo tipo de câncer.Apesar dos resultados animadores, o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Santa Izabel e coordenador das atividades ligadas aos tratamentos e às pesquisas do câncer de próstata do hospital, o médico Eduardo Café, ressalta que, em relação ao estudo, os próprios autores ressaltam que na ausência de estudos aleatórios não seria possível afirmar que de fato essa mudança na dieta modificaria a evolução da doença. “Um outro estudo recente relaciona a ingestão de maior quantidade de bebidas com adoçantes com um maior risco de desenvolver câncer de próstata sintomático”, lembra o médico, afirmando que, apesar desses indícios, as evidências ainda não são definitivas para apontar qual fator específico do estilo de vida ocidental impactaria mais definitivamente na incidência do câncer de próstata. “O que sabemos é que o bom senso deve prevalecer na escolha da dieta e do estilo de vida mais saudáveis”, completa. Cuidados Segundo Eduardo Café, a próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino responsável por 10% a 20% do líquido seminal (esperma) e, nos homens adultos, pesa cerca de vinte gramas e está localizada na pelve, abaixo da bexiga urinária e na frente do reto. “Existem três fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata: história familiar, idade e etnia, especialmente os afro-americanos”, explica o pesquisador, ressaltando que não se pode modificar a ascendência ou parar o tempo, por isso a necessidade de identificar os fatores de risco que possam ser modificados, como o estilo de vida e o tipo de alimentação consumida.“Diversos estudos têm demonstrado uma maior incidência de diversos tipos de câncer em obesos, inclusive o de próstata, e acredita-se que o estilo de vida de países ocidentais teria um papel preponderante nesse risco aumentado”, reforça o médico.
Para ele, o importante é investir em qualidade de vida e prevenção. “A principal orientação é que os homens façam avaliação regular com um urologista, uma vez que o câncer de próstata em fase inicial não causa nenhum tipo de sintoma”, diz. O especialista salienta ainda que homens que possuem hábitos “saudáveis” e até mesmo aqueles que não têm história familiar de câncer de próstata não devem usar isso como justificativa para deixar de fazer a avaliação regular, uma vez que, mesmo nessas condições, são frequentes os diagnósticos de câncer de próstata. “O câncer de próstata é curável, desde que identificado nas fases iniciais”, completa.Tratamento Atualmente, todo o tratamento de combate ao câncer é feito baseado no tripé: quimioterapia, radioterapia e cirurgia. De acordo com a especialista em radioterapia, a médica Elisa Saito, a radioterapia pode ser usada de diversas formas no auxílio contra o câncer de próstata. “A finalidade da radioterapia varia entre neoadjuvante, curativa, adjuvante e paliativa, de acordo com o quadro do paciente”, esclarece. Na neoadjuvante, as radiações ionizantes são usadas para diminuir o volume do tumor, com objetivo de facilitar a cirurgia, possibilitar a preservação de um membro. Na forma adjuvante, a radioterapia é associada à quimioterapia e ou a cirurgia. Na curativa, a radioterapia é considerada a principal arma no combate ao câncer. Para melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico, propiciando melhora da dor, redução de sangramento ou de outros sintomas, a radioterapia ocorre na forma paliativa. Embora o tratamento radioterápico seja tóxico, a médica Elisa Saito ressalta que a evolução e os avanços tecnológicos melhoraram significativamente a eficácia do procedimento. “Vários passos podem ser executados para diminuir a toxicidade em tecidos normais, incluindo técnicas de irradiação precisas, seleção de um volume decrescente para receber doses mais altas e manobras para excluir órgãos sensíveis do campo de irradiação”, explica.