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Portal Edicase
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 19:20
Embora muitas vezes passe despercebida, a depressão funcional é caracterizada por situações em que a pessoa mantém suas atividades cotidianas — trabalho, estudos, vida social — mesmo enfrentando intenso sofrimento psíquico. Não se trata de um diagnóstico médico formal (como os que aparecem nos manuais de saúde), mas de uma forma de nomear um fenômeno cada vez mais reconhecido no dia a dia. >
“Em uma sociedade que valoriza tanto a produtividade, muitas pessoas acabam usando esse funcionamento constante como uma forma neurótica de defesa para lidar com o sofrimento. Isso pode dificultar a identificação do problema, tanto pela própria pessoa quanto pelos que a cercam”, explica o psicólogo Wilson Luconi Júnior, coordenador do curso de Psicologia da Unic Beira Rio. >
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas vivem atualmente com algum tipo de transtorno mental, como ansiedade e depressão. Esses quadros estão presentes em todas as idades, contextos sociais e níveis de renda, tornando-se um dos principais desafios globais em saúde. >
A depressão funcional pode ser identificada pelos seguintes sintomas: >
Um exemplo comum é quando a pessoa diz estar “cansada da vida”, mas continua cumprindo suas obrigações. O entorno, ao perceber que ela “segue funcionando”, pode minimizar esse sofrimento, o que tende a agravar ainda mais a situação. >
A depressão funcional tem tratamento. As abordagens podem envolver psicoterapia, acompanhamento médico e, em alguns casos, o uso de medicação, sempre de forma individualizada e com orientação profissional. Mudanças no estilo de vida, como prática de exercícios, alimentação equilibrada e fortalecimento das redes de apoio, também podem contribuir positivamente. >
“Buscar ajuda psicológica é um ato de coragem. Significa enfrentar as próprias resistências internas e a necessidade de mudar certos estilos de vida , comportamentos e modos de lidar com a existência. Reconhecer o sofrimento e procurar apoio é um passo essencial para que a pessoa não precise sustentar sozinha o peso de ‘funcionar’ apesar da dor”, orienta o professor. >
Por Camila Souza Crepaldi >